SÃO PAULO - O Google passa pelo seu melhor momento no Brasil desde que se instalou por aqui, em junho de 2005. O clima que já era descontraído está mais divertido.
Isso é visível quando se anda pelos corredores e pelas salas nos dois andares do escritório que a empresa de buscas na internet ocupa na Avenida Brigadeiro Faria Lima, em São Paulo.
Sim, há pressão por resultado, uma paranoia saudável por aumentar a audiência das ferramentas de busca e dos vídeos na internet, e por prospectar mais e mais clientes.
Isso não impede os profissionais de curtir o dia a dia na empresa. No mês passado, por exemplo, os funcionários comemoraram o fato de terem conseguido pela primeira vez instituir o happy hour com cerveja.
Agora, todas às quintas-feiras, no final do expediente, há uma pausa para bebericar com os amigos e jogar conversa fora, dentro da própria sede, em uma grande sala decorada como se fosse um dos botecos chiques de São Paulo.
Há três ambientes diferentes e até uma mesa de sinuca que faz esquecer que se está em um escritório comercial. Ao conversar com esse pessoal, a sensação é de que todos compartilham de um sentimento de satisfação por ter ajudado a empresa a prosperar no país.
Embora o Google não revele o faturamento de seus escritórios no mundo, a importância do Google Brasil na sede da companhia, em Mountain View, nos Estados Unidos, aumentou. Regionalmente, a operação na América Latina é comandada do Brasil.
O poder de influência junto à cúpula da empresa também cresceu. Atualmente dois brasileiros fazem parte do primeiro time de executivos do Google nos Estados Unidos — os vice-presidentes Mario Queiroz (de gestão de produtos) e Nelson Mattos (de engenharia para Europa, Oriente Médio e África).
Da receita global da empresa em 2009, 47% vieram dos Estados Unidos, outros 13% da Inglaterra e os 40% restantes vieram dos outros 38 países em que o Google opera. Há três anos, os Estados Unidos respondiam por 52% da receita total de vendas, a Inglaterra contribuía com 15% e o resto do mundo com 33%.
Quando se considera os escritórios do Google fora dos Estados Unidos e Inglaterra, o maior peso de contribuição para o resultado financeiro vinha até 2009 de Brasil, Índia, China e Austrália.
Como o Google saiu da China em março, após um atrito com o governo local, os olhares de Sergey Brin e Larry Page, os dois fundadores, e Eric Schmidt, o presidente mundial, que juntos decidem tudo sobre o futuro da companhia, se voltaram principalmente para o Brasil. No mundo, o Google emprega 20 000 pessoas.
Aqui, a companhia montou em cinco anos uma operação de pouco mais de 200 funcionários, que estão distribuídos em São Paulo e Belo Horizonte, que é o centro de desenvolvimento de tecnologia e novos produtos.
Os analistas do mercado de tecnologia estimam que, no ano passado, o gigante de buscas tenha faturado no Brasil cerca de 700 milhões de reais. A direção local não confirma a cifra, pois segue a política da matriz de não falar sobre o resultado de suas subsidiárias.
Ainda assim, sabe-se que a empresa vem crescendo e que suas perspectivas para este ano são agressivas. Um dado que comprova essa premissa é o número de vagas de emprego abertas pelo Google Brasil.
Há atualmente 100 postos de trabalho à espera de um profissional. Ou seja, a operação local precisa hoje de metade do número de funcionários que contratou até o momento — lembrando que foram admitidos pouco mais de 200 funcionários em cinco anos.
Fonte: http://info.abril.com.br/
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