A saída de muitas pessoas é comprar aparelhos em sites do exterior; mas isso pode trazer problemas
Todo mundo sabe que o Brasil não é nenhum paraíso da compra de eletrônicos. Os impostos são altos e muitas vezes um gadget vendido aqui sai até 3 vezes mais caro do que lá fora. Nossa taxação é uma das maiores do mundo. A explicação do governo é que se trata de uma política de incentivo para a compra de eletrônicos produzidos aqui no país. E que essa política onera apenas os produtos que são 100% montados no exterior.
"Via de regra, como funciona? Um produto que ele é importado por um fabricante ou por um canal aqui para o Brasil, ele é taxado em aproximadamente 45% de impostos, isso incluindo todos os impostos e o produto que é fabricado aqui no Brasil, ele é taxado em aproximadamente 2% apenas, pouco mais de 2% e tem inúmeros incentivos do governo", explica Luciano Crippa, analista do setor de PCs da IDC.
Discussões tributárias à parte, a verdade é que a tecnologia de ultima geração produzida lá fora demora muito para chegar por essas bandas. Um exemplo é o iPad, a mais nova sensação da Apple. O Gadget que chegou no mercado norte americano no começo de abril ainda nem tem previsão de quando estará disponível no mercado nacional. Nessa mesma lista, está o Kindle da Amazon, que abriu o mercado de livros digitais e que também não deve chegar por aqui.
Tentados pelas novidades, quem pode recorre ao mercado internacional. É o caso do administrador de empresas Patrick Bailey, que sempre compra eletrônicos quando vai aos Estados Unidos, ou apela para sites como eBay e a Amazon.
“Das diversas coisas que eu já comprei, acho que um bom exemplo pra hoje seria o iPod Shuffle, o último que saiu, o 3G. No mercado brasileiro ele custa em torno de R$ 360,00, o de 4 gigas, lá nos EUA eu paguei US$ 50,00,então, a diferença é bem grande, mesmo com o dólar 1.8 é bem grande a diferença”, diz Patrick Bailey, administrador de empresas.
Aproveitar a viagem para rechear a mala requer cuidados. Na tentativa de driblar a alfândega, muitos turistas não declaram suas compras. Mas isso pode não ser uma boa ideia. Se você for barrado pela Receita Federal, deverá pagar até 100% sobre o valor do produto. É bom lembrar que somente compras acima de 500 dólares são taxadas, menos que isso, não é necessário pagar impostos. Outra dica é ficar de olho se o produto que você trouxe de fora tem assistência técnica por aqui.
“Já aconteceu de eu comprar um produto lá fora, um computador, que aqui eles apenas ofereciam aquele modelo de 13 polegadas, então, quando eu tive um problema na caixa de som e na tampa dele, eles negaram assistência para mim, então eu tive que recorrer para os EUA aí eles enviaram para a casa da minha irmã lá e ela enviou para mim”, diz Patrick Bailey.
Já se você está afim de recorrer aos sites de comércio eletrônico, é bom avaliar se o produto corresponde mesmo às suas expectativas, para não comprar gato por lebre. Em sites como o ebay e Amazon, há fóruns com opiniões sobre os gadgets e os vendedores.
Uma dificuldade extra é que muitas vezes um cartão de crédito internacional sozinho não resolve a compra: muitos vendedores exigem também que você tenha um endereço fixo no local da compra.
“Muitos vendedores só vendem para compradores dos EUA com residência nos EUA, então, mesmo nesse perfil que eu citei que é o meu, os vendedores não vendem, por que eles querem o USA Residence que é endereço de cobrança e entrega dentro dos EUA. E não adianta você por o endereço de entrega e de cobrança lá, se a cobrança chega na sua casa aqui., por que eles fazem a verificação, obviamente, e aí eles constam que tem alguma coisa errada”, explica Patrick Bailey.
Ter um eletrônico de última geração por um preço mais em conta pode ser bem atraente, mas é bom lembrar que se houver imprevistos – como extravio e demora na entrega –, não há nenhum órgão nacional ao qual você possa recorrer, e são inúmeras as dificuldades para encontrar ajuda em outro país. Por isso, antes de se aventurar no mercado gringo, é bom analisar se a relação custo/ beneficio vale mesmo a pena!
Fonte: http://olhardigital.uol.com.br/
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