segunda-feira, março 22, 2010

Rússia construirá seu "Vale do Silício"


O presidente russo, Dmitri Medvedev, anunciou hoje que a Rússia construirá um polo de alta tecnologia perto de Moscou para estimular a modernização da economia e reduzir a dependência do país sobre exportações de petróleo e gás natural.


O centro, designado para desenvolver cinco setores prioritários - energia, tecnologia da informação, biomedicina, telecomunicações e tecnologias atômicas - será construído perto de Skolkovo, uma nova escola privada de administração de empresas instalada na região de Moscou.
"Construiremos em um local no qual já temos uma estrutura sólida para uma implementação rápida. A velocidade é especialmente importante", disse Medvedev.
O projeto, primeiro mencionado pelas autoridades russas no mês passado, tem por objetivo oferecer apoio estatal a grandes empresas e ajudá-las a desenvolver produtos inovadores seletivos. Os mais promissores deles serão desenvolvidos no novo "Vale do Silício".
Os críticos sempre ridicularizaram as tentativas de Medvedev de estabelecer uma "economia do conhecimento" na Rússia, alegando que a corrupção flagrante, as más condições de vida e a falta de garantias jurídicas no país o tornam inadequado como rival ao polo de ciência e tecnologia da Califórnia.
"Os verdadeiros atrativos da Cidade da Inovação que o Kremlin pretende criar estão não naquilo que ela produzirá de inovação, mas sim no dinheiro que ela propiciará aos funcionários russos corruptos", afirmou o político oposicionista Vladimir Ryzhkov, em artigo para o jornal Moscow Times.
"Os burocratas cobiçosos já estão com água na boca à espera das centenas de alvarás de construção que serão necessários para criar do zero um Vale do Silício", acrescentou.
Dezenas de milhares de cientistas, engenheiros e intelectuais abandonaram a Rússia no caos econômico dos anos de 1990 e, embora o ritmo da fuga de cérebros tenha se atenuado, a base de pesquisa do país sofreu sério desgaste.
A economia russa se contraiu em 7,9% no ano passado, com a queda na demanda por exportações cruciais como petróleo gás natural e metais, que graças à crise econômica pôs fim a um boom que havia durado uma década.




Fonte: http://info.abril.com.br/

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