Modelo de 749 reais tem teclado físico dos bons e touchscreen de 3 polegadas
Se você está maluco para entrar na onda dos Androids, mas não tem 2 mil reais sobrando para investir num smartphone parrudo, o LG GW620 pode atender à maioria das suas expectativas sem arrebentar com o seu bolso. Esse aparelho com teclado físico bem confortável está custando 749 reais no plano de 120 minutos da TIM, que usamos como referência em nossos testes, mas sai por 1.099 reais, desbloqueado. Há limitações, mas elas não são tão graves: tela resistiva, performance razoável e memória interna pequena.
O excelente teclado QWERTY caiu muito bem num smartphone pequeno assim (ele tem apenas 10,9 centímetros de altura), pois seria difícil digitar na tela de 3 polegadas com rapidez. Ele é até melhor do que o usado no Motorola DEXT, que pode ser considerado seu concorrente direto. Os botões são levemente arredondados e macios, facilitando a identificação das letras – você nem precisa ficar olhando para elas o tempo todo.
Esse display é o menor entre os smartphones com Android disponíveis no Brasil. Mas o tamanho não é seu maior problema, e sim o fato de ser resistivo. Essa tecnologia, criada para os já antigos celulares com caneta stylus, dificulta ações como deslizar o dedo pela tela e pressionar botões pequenos. Para realizar ações como essas, é preciso imprimir mais força do que seria necessário numa tela capacitiva, como a do iPhone.
Uma coisa ainda agrava esse defeito: a falta de uma trackball ou de teclas de navegação. Não há nenhuma opção, além da tela sensível ao toque, para selecionar atalhos ou rolar a tela. Os únicos botões presentes na parte da frente são o tradicional menu, um para ir à tela inicial e outro para voltar, sendo os dois últimos sensíveis ao toque e iluminados por LED.
Prático, mas lento
Numa das laterais do LG GW620, existem teclas de atalho para a câmera e para abrir o player de música. Lá também fica o slot para cartão microSD. Do outro lado, estão os controles para aumentar e diminuir o volume e a porta microUSB, que serve para carregar a bateria e transmitir dados entre o celular e o computador. Na parte de cima, há um botão de liga/desliga, que também bloqueia o aparelho, e uma entrada para fones P2.
Além do sensor de posição, que coloca a tela na horizontal ou na vertical, de acordo com a maneira como você está usando o smartphone, também há um sensor de proximidade. Ele tem a única função de desativar a tela quando ela fica perto do seu rosto. Afinal, a principal função de um telefone continua sendo falar, certo? Nesse quesito, ele manda muito bem, com áudio claro e sem engasgos. Mas, por ser pequeno, seu microfone não fica tão perto da boca como deveria.
Nossa maior irritação, durante o teste realizado pelo INFOLAB, foi quanto à lentidão com que o modelo roda alguns aplicativos. Abrir uma galeria de imagens com muitas fotos e assistir vídeos está longe de ser uma tortura, mas a resposta aos comandos não é imediata. Até o boot é demorado. A inicialização leva 1 minuto e 15 segundos, mas depois ainda é preciso esperar mais alguns segundos para que o equipamento engrene e comece a funcionar com certa velocidade. A culpa disso parece ser da memória interna de apenas 169 MB. Quando ela está cheia, prejudica o desempenho.
Bonito e resistente
Com bom acabamento, mas não muito fino (tem 1,6 centímetro de espessura), o LG GW620 lembra até alguns modelos da Nokia – o N85 é um bom exemplo. Aberto, parece mesmo é com o Motorola DEXT. Só que é um pouco menor, por isso mais confortável de carregar no bolso. A bateria grande deixa o smartphone um tanto pesado para seu tamanho, com 139 gramas. A parte da frente é preta brilhante, enquanto a traseira é prateada. O teclado é preto com letras brancas, que proporcionam ótima leitura.
O material com que o celular foi construído não é daqueles mais nobres, como chapas de metal, mas seu plástico não é de se jogar fora. A carcaça parece firme e resistente, com exceção da tampa, fina demais. O mecanismo que abre e fecha o teclado slider também funciona muito bem, sem rangidos, e não parece que vai sofrer com algum tipo de “jogo” futuramente.
Android 1.5?
Sim, o celular está defasado em relação aos modelos com Android que estão sendo lançados no exterior. Como a versão do firmware instalada aqui ainda é a 1.5, ele fica devendo algumas ferramentas, como a indicação de rota curva-a-curva, encontrada no Google Maps da versão 2.0. Mas os programas de integração com o Google estão todos ali: YouTube, orkut e Google Talk, por exemplo. Um pequeno editor de vídeos também está disponível, assim como o QuickOffice, que serve apenas para ler arquivos.
Quando o assunto são aplicativos, o maior problema do Android no Brasil é que os usuários do país não podem comprar os programas pagos disponíveis no Android Market. Com o LG GW620, não é diferente. A atualização para um QuickOffice com permissão de editar textos, por exemplo, não é possível. Entre outros recursos interessantes, o aparelho tem um bom software para sincronização com e-mails e contatos do Outlook e ainda vem com um dicionário instalado.
Na diversão, o smartphone também merece elogios. Ele é o primeiro Android testado por nós com recepção de rádio FM. O player de música é idêntico ao já visto nos demais modelos com o sistema operacional (aliás, passou da hora de ele ganhar uma atualização no layout, né?). A câmera de 5 megapixels atende às necessidades básicas e tem bons recursos, como foco automático, detector de sorrisos, balanço de branco, temporizador, disparo contínuo e modo panorâmico.
Um teste que nos surpreendeu pelo ótimo resultado foi o de bateria. O modelo aguentou firme por 536 minutos, durante chamadas de voz, mais de 100 minutos acima da média da concorrência. No entanto, ele ainda não é o recordista nesse quesito. O mérito ainda fica com o Motorola DEXT, que suportou 610 minutos.
Fonte: http://info.abril.com.br/
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