A Europa vai selecionar 30 cidades para serem precursoras de redes elétricas "inteligentes" e de isolantes testados no espaço na tentativa de liderar a corrida global pela tecnologia verde, revelou um documento preliminar da União Europeia.
O setor de energia eólica deve se distanciar da costa e tentar fornecer um quinto da eletricidade da UE até 2020 - antes das metas industriais -, afirmou o rascunho do aguardado Plano Estratégico para as Tecnologias Energéticas, da Comissão Europeia.
O chamado Plano SET delineia a estratégia da UE para incentivar soluções de alta tecnologia para a mudança climática a fim de dar às empresas europeias uma vantagem competitiva enquanto o mundo adota a energia de baixo carbono.
Bilhões de euros terão de ser investidos em pesquisa para evitar uma defasagem em relação aos Estados Unidos, que vão destinar US$ 777 milhões para a pesquisa em energia, diz o documento, obtido pela Reuters antes da divulgação do plano no mês que vem.
"A pesquisa básica na UE tem uma carência crônica de recursos", afirma o relatório. "Precisamos estimular e incentivar nossos melhores cérebros a ampliar as fronteiras da ciência".
O projeto prevê entre 25 e 30 "cidades inteligentes" - municípios que coletam energia a partir do lixo, do sol e do vento e a utiliza em carros elétricos, bondes e ônibus. "Essas Cidades Inteligentes serão os núcleos a partir dos quais as redes inteligentes, uma nova geração de prédios e meios de transporte alternativos, vão se desenvolver em extensas realidades europeias", acrescenta o documento.
Autoridades da UE ainda calculam a necessidade exata de financiamento e como isso será dividido entre os recursos públicos e as indústrias.
Reações mistasOs ambientalistas deram ao plano uma recepção mista, afirmando que ele deveria ter eliminado por completo as energias a carvão e nuclear. A indústria da energia geotérmica afirmou que o setor fornece o complemento perfeito à instabilidade das energias eólica e solar e manifestou descontentamento por ter sido ignorada.
"Uma energia renovável não pode ser alcançada no futuro sem a energia geotérmica", disse o Conselho Europeu de Energia Geotérmica. O incremento da eficiência energética estará no topo da agenda e é uma área com a qual a Agência Espacial Europeia deverá contribuir.
"Isso pode ser alcançado com a transferência de materiais avançados de isolamento e sistemas de energia ultraeficientes para o setor de energia terrestre", disse o relatório. Usinas a carvão serão pressionadas para armazenar e enterrar as suas emissões de dióxido de carbono e a indústria nuclear será exortada a mudar para uma nova geração de reatores - o chamado reator de geração IV.
"Esses reatores serão capazes de explorar todo o potencial energético do urânio, ampliando em muito a disponibilidade de recursos", disse o relatório.
Fonte: www.terra.com.br
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