terça-feira, dezembro 11, 2012

Petrobras obtém licença do Ibama para Sapinhoá


A Petrobras obteve uma das principais licenças ambientais aguardadas para a exploração do pré-sal da Bacia de Santos. O Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis (Ibama) concedeu a licença de instalação (LI) para que a companhia avance no campo de Sapinhoá. A licença autoriza, praticamente, a exploração de petróleo e gás na região, já que libera a estatal para ligar os cabos de exploração de sua plataforma até os campos. Executada esta etapa, a licença de exploração é emitida automaticamente.
A exploração de Sapinhoá será feita pela plataforma Cidade de São Paulo, que deixou o estaleiro Brasfels, em Angra dos Reis, no litoral do Rio, com destino a Santos. A plataforma vai operar em uma profundidade de água de aproximadamente 2.200 metros, a cerca de 300 quilômetros do litoral paulista. O plano da Petrobras é extrair o primeiro óleo da plataforma já em janeiro de 2013, com a interligação do primeiro poço produtor. Outras interligações ocorrerão na sequência, até o total de seis poços produtores e cinco poços injetores.
A autorização do órgão de meio ambiente, que foi assinada pelo presidente do instituto, Volney Zanardi, já se baseia nos novos parâmetros de licenciamento que o órgão ambiental passou a aplicar no setor de petróleo. O licenciamento passou a ser dados para blocos de exploração, em vez de iniciar um processo para cada poço, mudança que tem resultado em maior agilidade no licenciamento.
A plataforma Cidade de São Paulo tem capacidade de produzir 120 mil barris por dia de petróleo e 5 milhões de metros cúbicos diários de gás. A unidade, do tipo FPSO, que produz, armazena e transfere óleo e gás, será a primeira plataforma de produção definitiva do campo de Sapinhoá.
O plano da Petrobras para a região prevê mais uma unidade flutuante de produção, com previsão de início de produção no segundo semestre de 2014. Esta segunda unidade de produção, batizada como Cidade de Ilhabela, já foi contratada pelo consórcio formado entre a Petrobras, a companhia britânica BG Group e a associação Repsol Sinopec Brasil e encontra-se em fase de conversão.
O consórcio do chamado Bloco BM-S-9 da Bacia de Santos é operado pela Petrobras (45%), em parceria com a BG E&P Brasil Ltda (30%) e a Repsol Sinopec Brasil S.A. (25%). O valor dos empreendimentos na Bacia de Santos – Etapa 1 é de cerca de 19,5 bilhões de reais.
A produção média da Petrobras nas áreas do pré-sal mais que dobrou de janeiro de 2011 para novembro deste ano, passando de 85 mil barris de óleo equivalente por dia (BOE/dia) para 211 mil barris BOE/dia.
Desde o início da produção da companhia nas áreas do pré-sal, em setembro de 2008, a Petrobras já produziu um volume total de 118 milhões de barris de óleo equivalente, se somadas as explorações nas Bacia de Santos e Bacia de Campos. O projeto Piloto de Lula, na Bacia de Santos, está produzindo em quatro poços de 90 mil a 100 mil barris de petróleo por dia, segundo informações da companhia.
O plano de negócios da Petrobras entre 2012 e 2016 prevê investimentos totais de US$ 69,6 bilhões nas áreas do pré-sal, sendo US$ 58,9 bilhões na Bacia de Santos e US$ 10,7 bilhões na Bacia de Campos. (Colaborou Rafael Rosas, do Rio)
Fonte: Valor

Petrobras vê FPSO Cidade de Itajaí produzir só em 2013


O diretor de Abastecimento da Petrobras, José Carlos Cosenza, declarou nesta segunda-feira que o FPSO (sigla em inglês para unidade flutuante que produz e armazena petróleo) Cidade de Itajaí iniciará produção apenas em 2013. A embarcação, que pegou fogo durante teste de mar em Cingapura, deveria produzir a partir de outubro, mas depois do acidente o cronograma havia sido postergado para o fim de dezembro.
O comentário foi feito por Cosenza durante apresentação para executivos do setor químico, reunidos em evento anual da Associação Brasileira da Indústria Química (Abiquim). Na palestra, ele comentou que a unidade chegaria de Cingapura apenas no início de fevereiro do próximo ano.
A FPSO Cidade de Itajaí tem capacidade para processar 80 mil barris por dia (bpd) de petróleo e 2 milhões de metros cúbicos por dia de gás natural, e atenderá a área de Baúna e Piracaba. O pico da produção no local estava previsto inicialmente para janeiro de 2014.
A unidade era apontada como o segundo novo grande sistema a produzir neste ano. O primeiro foi o FPSO Cidade de Anchieta, cuja produção começou em agosto passado. A unidade tem capacidade para produzir 100 mil barris diários de petróleo e deverá atingir o pico de produção em março de 2013. Atualmente, segundo Cosenza, a unidade opera com capacidade de 65 mil barris diários de petróleo processados.
Fonte Estadão por André Magnabosco

segunda-feira, dezembro 10, 2012

Para evitar o “embromation” no currículo


Velha conhecida dos departamentos de finanças e contabilidade das empresas, a auditoria está se tornando aliada também dos gestores de recursos humanos. Com o objetivo de “medir” o real conhecimento de idiomas de candidatos e funcionários, muitas companhias estão investindo em verdadeiros processos internos de investigação e avaliação de profissionais. A chamada auditoria linguística vem se popularizando especialmente entre multinacionais e em setores onde a comunicação em inglês é imprescindível, como é o caso da indústria de petróleo e gás.
O crescimento da demanda por esse serviço é motivado pela dificuldade das empresas em encontrar profissionais com inglês fluente no mercado e também dentro dos próprios quadros. Segundo a gerente corporativa da Cultura Inglesa Sylvia Helena Lani, a procura pela ferramenta tem aumentado de forma expressiva em segmentos como financeiro, jurídico e marketing de diferentes indústrias. “É uma habilidade que os clientes necessitam mapear em seus funcionários para definir promoções e contratações”, diz.
A necessidade do serviço se acentua graças à alta incidência de exageros nos currículos sobre o domínio de idiomas. Muitas vezes, por exemplo, o profissional alega ser fluente em inglês por ter morado fora ou conseguido o certificado de conclusão de algum curso. “Isso não significa, porém, que ele tenha o nível adequado ou desejado pela empresa para a posição que vai ocupar”, afirma Angela Branco, diretora da Plan Idiomas. A companhia viu a demanda por auditoria linguística aumentar em 20% no último ano, principalmente por conta de clientes que atuam na cadeia do petróleo. “É um setor que recebe muitos estrangeiros. Boa parte da comunicação entre os funcionários é feita em inglês”.
Esse é o caso da Wood Group PSN, empresa que presta serviços de engenharia para plataformas de petróleo. Com sede na Escócia e mais de 30 mil funcionários em todo o mundo, a companhia exige domínio do inglês entre os profissionais que ficam “embarcados” nas plataformas e também entre os que atuam no setor administrativo. “Nosso intercâmbio com outros países é muito forte, seja em negociações com o cliente ou na comunicação com outras filiais da empresa”, afirma Bianca Moitta, responsável pela gestão de treinamento e desenvolvimento do grupo no Brasil.
Desde 2010, a empresa promove auditorias linguísticas entre funcionários e candidatos para checar o nível do idioma. “É uma espécie de régua universal para medir desempenho oral e escrito. Como se trata de uma função muito específica, muitas vezes o RH não consegue fazer, por estar mais concentrado em avaliar aspectos técnicos e comportamentais dos profissionais.”
A primeira auditoria linguística foi interna, mas logo o serviço se estendeu também para os processos de recrutamento do grupo. “É muito comum recebermos currículos que exageram o nível de fluência no idioma. Se o profissional diz que tem inglês básico, por exemplo, é porque não sabe nada”, afirma.
De acordo com Alexandre Attauah, gerente da consultoria de recrutamento Robert Half, há uma tendência natural de que os profissionais tentem “maquiar” seu conhecimento em línguas quando não o consideram bom o suficiente. “O idioma acabou se tornando um item obrigatório no currículo e, muitas vezes, o profissional mente para parecer mais fluente”, afirma. Uma pesquisa recente da consultoria com 2 mil gestores de RH em 11 países mostrou que 41% deles apontam o conhecimento em línguas como o aspecto mais exagerado nos currículos que recebem – no Brasil, esse índice sobe para 46%.
Aferir o real domínio dos candidatos a uma vaga, porém, é apenas uma das funções da auditoria linguística. Em grande parte dos casos, ela funciona para avaliar os funcionários que já estão na empresa e ajudar a empresa a desenhar programas de treinamento corporativo. “O objetivo não é ‘descobrir uma mentira’, mas entender quais são as necessidades do profissional para investir em seu desenvolvimento”, afirma Bianca Moitta. A empresa subsidia cursos de inglês para os funcionários que participam da avaliação.
No Banco do Brasil, a auditoria é uma espécie de certificação, que abre portas para que o funcionário dê sequência em seu plano de carreira. “O banco está em processo de internacionalização e precisa preparar seu quadro de profissionais”, afirma Carlos Netto, diretor de gestão de pessoas. Segundo ele, apesar de não ser obrigatória, a avaliação conta pontos para o profissional que se candidata a posições que demandam conhecimentos em idiomas, como é o caso da área de comércio exterior e dos escritórios internacionais. “Recentemente, abrimos 30 posições de gerência no exterior e 800 pessoas se candidataram. Com tanta concorrência, as diferenças entre os classificados é pequena, e a certificação em idiomas acaba sendo decisiva.”
Netto explica que, embora voluntária, a adesão à certificação costuma ser grande. “Recebemos cerca de 700 pedidos por ano. A demanda vem crescendo com o passar do tempo, principalmente por parte dos jovens”, afirma. A certificação usada pelo Banco do Brasil é o Business Language Testing Service (Bulats), da Cultura Inglesa, que custa R$ 145 por pessoa – a instituição reembolsa o funcionário que for ‘aprovado’ na avaliação e concede até 80% de subsídio para estudo de idioma. “É um benefício percebido como um salário indireto”, diz Netto.
Fonte: Valor Econômico