domingo, janeiro 29, 2012

Chevron deve sofrer acusação criminal por vazamento



Funcionários da Chevron e Transocean deverão ser indiciados

Um promotor público no Brasil pretende entrar com uma ação criminal contra a petroleira norte-americana Chevron e seus funcionários no país em questão de semanas, adicionando a ameaça de prisão à ação civil que tramita na Justiça e que pede 20 bilhões de reais de indenização pelo vazamento de petróleo ocorrido em novembro.

A ação civil impetrada no tribunal federal em Campos (RJ) provavelmente incluirá um pedido para o indiciamento criminal de George Buck, presidente-executivo da unidade brasileira da Chevron, e de outros funcionários da empresa, disseram à "Reuters" três membros do governo brasileiro envolvidos no caso.

Funcionários da Transocean, maior operadora global de plataformas de petróleo e fornecedora da unidade usada na perfuração que causou o vazamento, também deverão ser indiciados criminalmente, afirmaram as fontes, que pediram anonimato porque o pedido do promotor ainda não foi apresentado a um juiz.

Ficará a cargo de um juiz decidir se serão aceitos os indiciamentos.

Os movimentos contra a Chevron deixam claros alguns riscos que envolvem as empresas de energia em sua busca por uma fatia da riqueza petroleira do Brasil. O governo brasileiro recentemente alterou a legislação do setor, elevando o controle sobre a área. As mudanças atrasaram investimentos.

Buck e a Chevron agiram "de maneira leviana e irresponsável", disse um dos funcionários do governo, que participou da investigação do vazamento de aproximadamente 2.400 barris de petróleo no campo de Frade, na bacia de Campos.

Ele disse ser improvável que pessoas indiciadas criminalmente acabem sendo detidas ou que fiquem proibidas de deixar o Brasil. Mas se o caso avançar, e novas evidências surgirem, isso poderia ocorrer, ele acrescentou.

"A Chevron acredita que as acusações não possuem mérito", afirmou o porta-voz da empresa, Kurt Glaubitz, em comunicado.

"A Chevron tem confiança de que uma vez que todos os fatos sejam totalmente examinados, eles demonstrarão que a empresa respondeu de forma apropriada e responsável ao incidente", acrescentou.

O porta-voz da Transocean, R. Thaddeus Vayda, não quis comentar.

Promotores no Brasil, que estão aumentando o uso de ações agressivas para estimular acordos antecipados, estão se movendo bem mais rápido que seus colegas nos Estados Unidos.

O vazamento de óleo da BP nos EUA, em 2010, mais de 1.000 vezes maior que o da Chevron, ainda não gerou qualquer acusação criminal.

No Brasil, acusações em casos como esses podem durar 10 anos até que todos os recursos sejam esgotados. Isso levaria empresas como a Chevron e a Transocean a elevados gastos durante anos com a defesa, afirmou o advogado Paulo Augusto Silva Novaes, do escritório Benjo, Garcia, Souto & Novaes, do Rio.

Problema no poço
O incidente com a Chevron começou no dia 7 de novembro do ano passado, enquanto a empresa perfurava um novo poço no mesmo bloco onde já produz petróleo no campo de Frade.

Uma forte pressão surgiu no poço quando o equipamento de perfuração atingiu o reservatório de óleo. Um equipamento de segurança, conhecido como BOP ("blow-out preventer"), foi acionado e fechou o fluxo, mas o óleo vazou por uma rachadura na parede do poço até o leito marinho, chegando depois à superfície.

A polícia e os promotores dizem que a Chevron conhecia as condições de solo e pressão do local e deveria ter adotado ações para prevenir problemas.

A Chevron nega que tenha subestimado riscos e afirma que autoridades brasileiras aprovaram os planos de perfuração.

"A pressão foi estimada utilizando complexos modelos e informações obtidas nos 50 poços previamente perfurados no projeto Frade", afirmou Glaubitz, da Chevron, no comunicado.

"No entanto, não é incomum que se encontre condições de pressão durante operações de perfuração diferentes daquelas anteriormente verificadas".

A empresa disse que agiu rapidamente e de forma correta para estancar o vazamento em quatro dias e que sua atuação estava de acordo com as melhores práticas da indústria.

Processos Longos
Apesar de promotores no Brasil terem independência para acusarem civil e criminalmente empresas e seus empregados por danos ambientais, esses casos raramente terminam em condenações.

Por exemplo, a Petrobras, parceira da Chevron no projeto Frade, ainda está apelando de multa de mais de 100 milhões de reais de um acidente com uma plataforma em 2001 e de um grande derramamento de óleo no Rio em 2000.

A ANP (Agência Nacional de Petróleo, Gás Natural e Biocombustíveis) suspendeu as licenças para novas perfurações da Chevron em Frade.

A agência e o Ibama já multaram a companhia em mais de 50 milhões de dólares devido ao vazamento.

Fonte: Agência Reuters

sábado, janeiro 28, 2012

O Senai do Rio vai oferecer neste ano mais de seis mil vagas gratuitas para cursos técnicos




O Senai do Rio vai oferecer neste ano mais de seis mil vagas gratuitas para cursos técnicos no estado. São vagas do Pronatec (Programa Nacional de Acesso ao Ensino Técnico e Emprego), que tem o objetivo de ampliar e tornar mais fácil o acesso à educação profissional. Poderão se inscrever alunos das escolas estaduais, que estejam cursando o 2º ou o 3º ano do Ensino Médio.

As inscrições para as 3.795 vagas oferecidas neste primeiro semestre poderão ser feitas de 30 de janeiro a 22 de fevereiro, no site da Secretaria de Estado de Educação (www.rj.gov.br/web/seeduc), que também ficará responsável pela seleção dos candidatos. O processo seletivo levará em conta o desempenho escolar dos candidatos. No segundo semestre, serão oferecidas mais 2.475 vagas.

As oportunidades neste primeiro semestre são para os cursos técnicos em: Administração (Jacarepaguá, Nova Friburgo), Alimentos (Vassouras), Automação Industrial (Benfica, Duque de Caxias, Itaguaí, Jacarepaguá, Macaé, Niterói, Volta Redonda), Comunicação Visual (Maracanã), Design de Móveis (Petrópolis), Edificações (Tijuca), Eletrônica (Barra Mansa, Benfica, Jacarepaguá, Nova Iguaçú), Eletrotécnica (Campos, Jacarepaguá, Petrópolis, Macaé, Niterói, Santa Cruz, Volta Redonda), Informática (Maracanã), Logística (Macaé, Niterói), Manutenção Automotiva (Resende, Tijuca), Mecânica (Barra Mansa, Campos, Itaguaí, Macaé, Niterói, Nova Friburgo, Petrópolis, Resende, Santa Cruz, Volta Redonda), Multimídia (Maracanã), Petróleo e Gás (Benfica, Campos, Macaé), Refrigeração e Climatização (Jacarepaguá), e Segurança do Trabalho (Barra Mansa, Duque de Caxias, Maracanã /Solda, Petrópolis, Niterói, Nova Iguaçu, Resende, Santa Cruz, Volta Redonda).

As aulas serão ministradas de segunda à sexta-feira, nos turnos da manhã, tarde e noite, dependendo do curso e da unidade escolhida. Os cursos técnicos do Senai, com Diploma de Técnico de Nível Médio, oferecem teoria e prática em oficinas e laboratórios que reproduzem o ambiente real das indústrias. De acordo com o estudo Decisão Rio, do Sistema FIRJAN, o Rio de Janeiro vai receber, até 2013, investimentos públicos e privados que somam R$ 181,4 bilhões. Assim, os jovens que optarem pela área técnica terão boas oportunidades de inserção no mercado de trabalho.

Fonte: http://diariodovale.uol.com.br/

quarta-feira, janeiro 25, 2012

Petróleo é bom exemplo






A produção brasileira de petróleo e gás crescerá fortemente ao longo desta década especialmente por conta dos bons resultados na exploração da chamada camada do pré-sal. O aumento da produção ocorrerá em blocos já licitados ou cedidos à Petrobras. Esse crescimento vem sendo precedido por expressiva demanda por equipamentos e serviços, que alçaram o mercado brasileiro a um dos mais atraentes para a as empresas de suprimentos da indústria petrolífera em todo o mundo.

Por conta dessa demanda e dos avanços necessários para o desenvolvimento dos campos de petróleo em águas ultraprofundas e muito afastados do litoral, o Rio passou a receber uma série de centros de pesquisa de companhias ligadas ao setor, que está se abrigando principalmente no parque tecnológico da UFRJ, na Ilha do Fundão. O país terá uma oportunidade única, e o Rio em especial, de atrelar a Universidade a esse inevitável salto tecnológico que se dará.

Em paralelo, a construção de embarcações e plataformas de petróleo reabilitou antigos estaleiros e fez surgir outros novos. O mais recente, em Pernambuco, em breve será o de maior capacidade do país. Mas tal posição poderá ser perdida pouco tempo depois para o estaleiro que está nascendo no Açu (litoral norte fluminense), resultado da associação de um grupo brasileiro com uma multinacional sul-coreana.

Devido à proximidade com as áreas de exploração do pré-sal, portos do Rio de Janeiro vêm ganhando mais vigor, exigindo uma repaginação de todo a logística de transportes no Estado.

Tantos desafios juntos exigem uma mobilização significativa para a eliminação de gargalos que podem atravancar o crescimento do setor. Os gargalos são muitos, e vão desde a falta de infraestrutura a ineficiências na cadeia produtiva. Além disso, existe a necessidade de se qualificar pessoas para viabilizar os investimentos, num contingente estimado na casa de 200 mil.

O Brasil não estaria diante desses desafios se tivesse permanecido com as políticas do passado, calcadas em monopólios estatais e reservas de mercado. A abertura do mercado é que tem proporcionado um dinamismo sem igual nos setores de petróleo, energia elétrica e telecomunicações.

A abertura possibilitou a entrada de novos atores nesse cenário, seja em parceria com a Petrobras, por exemplo, ou por sua própria conta e risco. E esse movimento também tem atraído para o país fabricantes de equipamentos e prestadores de serviços. No caso do petróleo, há uma política que privilegia o conteúdo nacional nos bens e serviços contratados pelo setor. Tal compromisso foi previamente assumido pelas empresas que disputaram e ganharam a concessão dos blocos licitados nas rodadas promovidas pela Agência Nacional de Petróleo, Gás e Biocombustíveis (ANP), incluindo aqueles onde já houve grandes descobertas no pré-sal.

É uma política que merece ser aperfeiçoada, para permitir que as empresas aqui instaladas produzam rapidamente dentro de padrões internacionais. Isso somente ocorrerá se não houver restrições aos que desejarem investir na produção local. Reservas de mercado para reinventar a roda, nos moldes do fracassado modelo que o Brasil adotou para a informática nos anos 70 e 80, nunca mais.

Fonte: http://oglobo.globo.com/