Mendonça, presidente da Abenave: Para aumentar a
competitividade do setor, é preciso investir em pesquisa e inovação
Rio de Janeiro (RJ) - Os grandes estaleiros nacionais e a cadeia de
fornecedores da indústria de petróleo e gás estão defendendo a criação de um
centro de tecnologia para a indústria naval e offshore no país. A proposta busca
melhorar processos internos dos estaleiros e, dessa forma, aumentar a
produtividade das empresas. "Para aumentar a competitividade do setor, é preciso
investir em pesquisa e inovação", disse Augusto Mendonça, presidente da
Associação Brasileira das Empresas de Construção Naval e Offshore (Abenave).
A entidade representa os estaleiros e fornecedores de bens e serviços da
indústria de petróleo e gás nas discussões sobre o tema. Mendonça disse que o
projeto de criação do centro de tecnologia será discutido em janeiro em reunião
de conselho do Programa de Mobilização da Indústria Nacional de Petróleo e Gás
(Prominp). No encontro, deve se discutir a elaboração do projeto para a criação
do centro. O Prominp tem o objetivo de aumentar a participação dos fornecedores
de bens e serviços brasileiros nos projetos de petróleo e gás no Brasil e no
exterior.
Mendonça disse que o valor do investimento no centro não está dimensionado
até porque, em um primeiro momento, é possível que o centro, se de fato for
implementado, não tenha instalações físicas próprias. "Usaríamos instalações de
universidades." Nessa fase inicial, portanto, o centro se encarregaria de fazer
a gestão de projetos que seriam desenvolvidos com recursos não-reembolsáveis,
disse Mendonça.
Um dos pleitos da Abenav para tornar o projeto viável é que parte dos
recursos do fundo setorial CT-Aquaviário, do Ministério de Ciência, Tecnologia e
Inovação (MCTI), seja repassado para o centro de tecnologia da indústria naval e
offshore. Esse fundo setorial fomenta projetos de pesquisa no setor de
transporte aquaviário e de construção naval, mas, segundo Mendonça, muitas vezes
os recursos são contingenciados. Procurado, o MCTI não se pronunciou.
A discussão sobre a criação de um centro de tecnologia para a construção
naval é antiga, mas sempre esbarrou na falta de recursos, segundo Mendonça. Se
desta vez o projeto evoluir, o papel do centro, segundo ele, será definir uma
agenda tecnológica com universidades, empresas e governo e, a partir dessa
agenda, desenvolver os projetos de pesquisa de construção naval e
offshore.
Fonte: Valor Econômico
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