segunda-feira, agosto 19, 2013

Petroleiros criticam leilões de campos de petróleo no Senado

Segundo trabalhadores, o Brasil está entregando a exploração e produção do recurso para as empresas estrangeiras, abrindo mão dos benefícios da atividade


Brasília (DF) – Representantes de petroleiros criticaram hoje (15), em audiência pública na Comissão de Assuntos Sociais (CAS) do Senado, a política nacional para o setor com a realização de leilões de campos de petróleo no país. Segundo eles, o Brasil está entregando a exploração e produção do recurso para as empresas estrangeiras, abrindo mão dos benefícios da atividade.
 
“Não tem sentido fazer leilão de petróleo. Já temos descobertos mais de 60 bilhões de barris de petróleo”, disse Fernando Leite Siqueira, vice-presidente da Associação dos Engenheiros da Petrobras, destacando as descobertas de campos como os de Libra, Parque da Baleia e Tupi. “Com os 14 bilhões de barris que tínhamos antes [da descoberta] do pré-sal, isso nos dá autonomia para mais de 50 anos”, calculou.
 
Siqueira alertou que o país não deve seguir o exemplo de outros países, como a Indonésia, que priorizaram a exploração do recurso bruto. Para ele, o investimento em beneficiamento do petróleo em território nacional significaria um desenvolvimento efetivo e mais empregos. “Precisamos é construir mais refinarias e não exportar o petróleo bruto”, reforçou, calculando as perdas do setor com as exportações.
 
Para ele, há uma forte pressão de mercados consumidores do recurso que estão em situação de insegurança energética. As críticas apresentadas aos senadores foram endossadas por outros representantes de trabalhadores do setor, que alertaram que o modelo atual de exploração e produção de petróleo no país é caracterizado, na maior parte, por empregos terceirizados.
 
Segundo João Antônio de Moraes, coordenador-geral da Federação Única dos Petroleiros, os 11 leilões realizados no país aumentaram ainda mais o volume de empregos terceirizados. “Significaram mais terceirizados, jornada de trabalho maior e falta de negociação trabalhista coletiva. Quando tem [negociações], são conduzidas pelos sindicatos patronais”, descreveu.
 

Fonte: Agência Brasil

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