quarta-feira, fevereiro 06, 2013

Presidente da Petrobras diz que não há como aumentar produção

A presidente da Petrobras, Maria das Graças Silva Foster, disse que 2013 será um ano difícil para a companhia. Ao detalhar o resultado do desempenho da companhia em 2012 a investidores, ela afirmou, nesta terça-feira (5), que a produção média ficará no mesmo patamar do ano por conta de paradas programadas para manutenção das plataformas.

“Não temos condições de aumentar a produção nacional fisicamente. Vai ser um ano difícil para a produção de petróleo, que deve ficar em 2,022 milhões de barris por dia, a média de 2012, com variações em 2% para cima e para baixo. Se me perguntarem, digo que deve ficar em 2% negativo. A produção só vai começar a crescer no segundo semestre de 2013, com novas seis plataformas que estarão trabalhando ao longo do ano”, disse.

Na noite de segunda-feira, a estatal informou que, no acumulado do ano de 2012, seu lucro alcançou R$ 21,18 bilhões, uma queda de 36% em relação a 2011 (R$ 33,31 bilhões). A produção foi de 1.980 mil bpd no Brasil, 2% inferior à de 2011.

Ela afirmou ainda que não há projetos novos previstos para 2013. “Temos projetos maduros. É preciso recuperar a produção dos ativos em que já investimos, temos que trabalhar a logística e aproveitar as sinergias de ativos já existentes, incluindo Transpetro e BR Distribuidora”, explicou.

Graça disse que em 2012 foi um desafio manter a produção dentro da meta, ainda que o resultado final tenha ficado no mínimo do esperado, pois, segundo disse, ela não abre mão das paradas necessárias para manutenção das plataformas. E também por conta dos altos custos operacionais.

“Fizemos um trabalho forte de gestão em 2012 atingindo todas as camadas da empresa. E não pode continuar com custos operacionais na dimensão que vinham ocorrendo”, disse.

Segundo Graça, uma decisão acertada da companhia foi o investimento na recuperação da eficiência da Bacia de Campos. “Cresceu 11 pontos percentuais entre abril e dezembro de 2012”.

Reajustes não foram suficientes

Os três reajustes de preço do diesel, que somaram 16,1%, e os dois da gasolina, 14,9%, ocorridos nos últimos oito meses, não foram suficientes para eliminar as diferenças entre os preços domésticos e os internacionais, disse Graças Foster.

Segundo explicou, a divergência acentuada não foi causada pelo Brent, mas pelo aumento de 17% do preço dos derivados em reais.

“Os reajustes trarão para 2013 uma melhoria, mas não o conforto da paridade internacional. Nossa busca pela convergência com preços internacionais é permanente”, disse ela.

Graça disse ainda que com o crescimento do mercado acima do aumento da produção, causou uma maior importação de gasolina; já a maior carga nacional processada e a menor produção de petróleo impactaram a exportação em 2012. Com isso, o déficit comercial ficou em 231 mil barris por dia, o dobro do que foi registrado em 2011.

A presidente da Petrobras explicou que grande parte do desempenho da estatal abaixo do registrado em 2011 se deveu à despesa não prevista com poços secos, que chegou em 2012 a R$ 7 bilhões. Para 2013, a companhia trabalha com uma previsão de R$ 6 bilhões.

“Já houve mudanças políticas exploratórias para administrar o risco de poços secos na companhia que são mais caros”, disse.

Outra responsável pela queda na produção de petróleo em 2012 foi a paralisação das operações da Chevron no Campo de Frade, por conta de um vazamento em novembro de 2011.

“São menos 14 mil barris por dia em Frade. A Petrobras produziu menos 28 mi barris por dia por dificuldades operacionais previstas em 2012”, disse.

Fonte: G1, no Rio por (Lilian Quaino)

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