quarta-feira, janeiro 18, 2012

Descoberta do pré-sal incentiva setor de óleo


Grandes empresas vêm para o parque da UFRJ interessadas em desenvolver novas tecnologias para explorar grandes reservas encontradas ao longo da costa do estado
Rio - Com uma área de 350 mil metros quadrados na Ilha do Fundão, o Parque Tecnológico do Rio está ao lado dos principais laboratórios da Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ) e do Centro de Pesquisas (Cenpes) da Petrobras. Com a descoberta do pré-sal no Brasil e, em especial, no Rio, o local começou a atrair a atenção de grandes empresas nacionais.

O diretor do parque da UFRJ, Maurício Guedes, diz que hoje boa parte das atividades da unidade é voltada para o desenvolvimento de tecnologias que atendam à demanda do óleo e gás. “Mas outras centros de pesquisa também querem se instalar aqui como a L’Oréal e a Siemens”, afirma ele.

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Com sete empresas instaladas, seis selecionadas para entrar no parque este ano e mais cinco em construção, o local totaliza investimentos de cerca de R$ 800 milhões, que serão aplicados até 2014. Trabalham no parque hoje cerca de 800 pessoas e, até 2013, serão cinco mil.

Superintendente de Competitividade da Secretaria Estadual de Desenvolvimento Econômico do Rio (Sedeis), Sérgio Teixeira destaca que a instalação de novas empresas trará ainda mais inovação para o município e estado do Rio. Segundo ele, o papel fundamental dessas empresas é desenvolver tecnologia, o que irá atrair ainda mais investimentos.

Teixeira explica que grandes empresas atraem médias, e essas, as pequenas. “O efeito multiplicador é enorme, pois a expertise e o conhecimento não têm fronteira”, diz, assegurando que polos de tecnologia estão sendo estudados para o Grande Rio.

Líder mundial faz testes no Fundão

Líder mundial na fabricação de equipamentos submarinos para a indústria do petróleo, a FMC Technologies inaugurou na segunda-feira, no Parque Tecnológico, o terceiro Centro de Tecnologia da multinacional. Os outros dois ficam nos Estados Unidos e na Noruega.

A unidade ocupa 22 mil metros quadrados, com um enorme pavilhão para testes em escala real. Ali, foi testado o equipamento encomendado pela Petrobras, o SSAO — Separador Submarino Água-Óleo, que já está em fase de testes no campo de Marlim Sul. O local abriga o prédio da Engenharia, onde 300 profissionais desenvolverão projetos e pesquisas de novas tecnologias submarinas.

Seis novas empresas no Parque Tecnológico

Em 2012, seis novas empresas vão se instalar no Parque Tecnológico Rio, ao lado de grandes centros de pesquisa. Parte delas saiu da Incubadora de Empresas da Coppe/UFRJ.

A PAM Membranas é a primeira empresa brasileira a fabricar membranas de microfiltração, tecnologia de ponta para o reuso da água. “Também pode ser usada como sistema de filtragem para cerveja, retendo mais micro-organismos”, diz o fundador da empresa, Ronaldo Nóbrega.

Outra que se instalará no parque é a Ambidados, empresa surgida no Laboratório de Instrumentação Oceânica da UFRJ. Ela oferece serviços e produtos para a indústria de petróleo e gás. “O nosso foco é o monitoramento ambiental”, explica o engenheiro eletrônico Eduardo Almeida D’Azevedo.

Produto nacional enfrenta concorrentes

Especializada em instalações submarinas em águas rasas (até 30 metros da lâmina do mar), a carioca Lestcon Engenharia desenvolveu um equipamento com tecnologia inteiramente nacional para atender ao mercado e competir em iguais condições com as concorrentes multinacionais. A empresa investiu R$ 5 milhões para construir um ROV (equipamento submarino) apropriado para o enterramento de dutos.

Maurício Lamenza, um dos donos da Lestcon, conta que as empresas estrangeiras cobram cerca de US$ 1,2 milhão por quilômetro de duto enterrado com um metro de profundidade. “O nosso equipamento pode ser empregado para o mesmo serviço, com mais produtividade, por cerca da metade do preço”, aponta.

Ele lembra que o equipamento possui o conteúdo nacional necessário para atender às exigências da legislação e do mercado.

Fonte: http://odia.ig.com.br/portal/

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