Para cumprir metas do governo de conteúdo local,
empresas veem necessidade de capacitar cadeia de fornecedores
Rio de Janeiro (RJ) - Em setores da economia que estão renascendo,
como a indústria naval, a demanda vai além da mão de obra. A exigência do
governo federal de cumprimento de metas de conteúdo local estende à cadeia de
fornecedores a necessidade de qualificação.
Pensando nisso, a OSX, empresa do setor de construção naval do Grupo EBX,
de Eike Batista, criou o seu Instituto Tecnológico Naval (ITN), que vai não
apenas formar mão de obra, como também desenvolver tecnologias com selo
verde-amarelo em parceria com instituições acadêmicas.
Na sua primeira fase de atuação, o instituto vai capacitar pessoal. As
primeiras 21 turmas começaram em junho passado. Até 2013, serão formadas 3.100
pessoas, segundo o diretor de Construção Naval da OSX, Danilo Baptista.
Os cursos, gratuitos, são realizados com o Senai, em Campos, no Rio de
Janeiro, e englobam assuntos como metalmecânica, automação, construção civil e
gestão.
Na segunda fase, o ITN dará suporte técnico e supervisionará a operação do
estaleiro do grupo, que está sendo construído no Porto do Açu, em São João da
Barra (norte fluminense). Por cinco anos, 40 especialistas da sul-coreana
Hyundai, sócia da OSX no estaleiro, permanecerão no Brasil trocando experiências
com funcionários da empresa de Eike. Oito deles já chegaram. Está previsto ainda
o envio de 80 colaboradores brasileiros a um estaleiro da Hyundai na Coreia do
Sul. O estaleiro em Açu deve entrar em operação em 2014.
O ITN também vai mapear fornecedores com potencial de desenvolvimento de
novos materiais e equipamentos, além de fazer parcerias com instituições de
pesquisa brasileiras e internacionais, a fim de desenvolver novas tecnologias.
Estes são dois pontos-chave do ITN, pois visam a tornar o setor naval mais
competitiva.
"Focamos em produtividade. Mas nosso esforço vai além. Vamos desenvolver
fornecedores, para, num primeiro momento, cumprir as metas de conteúdo local e,
num segundo momento, nos tornar competitivos no mercado internacional, sem
necessidade de proteção à indústria brasileira. Vamos desenvolver nossas
tecnologias", diz Baptista.
Fonte: Estadão
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