Em meio à perspectiva de registrar o primeiro recuo na produção desde 2007, a Petrobras investe em biotecnologia para adiar o processo natural de queda de produção dos campos maduros terrestres, alguns em atividade há mais de 40 anos.
Análise: Maior parte da produção está em alto-mar e vive declínio
A nova aposta da empresa é o uso de bactérias e outros micro-organismos capazes de acelerar o processo de degradação do óleo, aumentando sua fluidez e elevando o percentual de aproveitamento comercial dos reservatórios.
A pesquisa ainda está em fase inicial e integra um rol mais amplo de iniciativas. Desde meados dos anos 2000, a Petrobras decidiu investir na recuperação dos campos maduros, que conseguiram inverter a curva de declínio e recuperar produção.
Até 2005, a produção nesses campos era de 200 mil barris diários e recuava ano a ano. Hoje, chega a 250 mil –mais de 10% da extração total da companhia, de cerca de 2 milhões de barris/dia.
Para evitar a derrocada dos campos, a estatal investiu em tecnologia de ponta. Primeiro, foram empregadas as técnicas de injeção de água e vapor nos reservatórios.
Agora, além da aposta na biotecnologia, a empresa também investe na instalação de “bombas” de vapor no fundo dos poços (técnica mais barata do que a injeção de vapor); na injeção de água em “pulsos” alternados (com diferentes níveis de pressão) e na injeção de glicerina nos reservatórios.
Segundo Carlos Eugênio Ressurreição, gerente de Reservatórios da Petrobras, a meta da empresa é atingir uma recuperação de até 70%.
Graças às iniciativas aplicadas nos últimos anos, o percentual de aproveitamento dos reservatórios subiu de 25% para 32% –nível superior à média mundial.
Ressurreição diz ainda que as reservas se estabilizaram em torno de 900 milhões de barris, apesar de não terem sido realizadas descobertas relevantes em terra desde os anos 70.
Fonte: Folha de São Paulo por (Pedro Soares do Rio)
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