Em menos de dois anos, a Transpetro estará operando o primeiro
terminal flutuante do mundo. Batizado de Uote (Unidade Offshore de
Transferência e Estocagem), o sistema instalado no mar receberá petróleo
dos campos de produção das bacias de Campos e do pré-sal de Santos para
ser exportado.
A Uote reúne tecnologias já conhecidas, mas que serão integradas pela
primeira vez, diz Paulo Penchiná, gerente-executivo de desenvolvimento
de logística para o pré-sal da Transpetro, braço de transporte da
Petrobras.
“Todo terminal tem uma entrada, uma saída e uma área de armazenamento. Na Uote, a área de armazenamento será um navio.”
Se em terra os terminais têm o cais e as estradas, na Uote a entrada e
a saída são 600 metros de tubos flexíveis ligados a monoboias e a um
conjunto de válvulas e conexões submarinas, espalhadas por uma área de
cinco quilômetros. O sistema ficará a 70 quilômetros da costa.
A Uote reproduz o funcionamento dos 28 terminais da Transpetro em
terra. Nesses terminais, os navios chamados aliviadores trazem o
petróleo dos campos para ser armazenado e depois transferido para
petroleiros que farão a exportação do produto.
Os navios aliviadores têm um alto custo, porque possuem um sistema
sofisticado que permite a movimentação próximo às plataformas, o que os
navios comuns não conseguem.
Quanto mais rápido esses navios puderem retornar para se abastecer
nos campos produtores, menor o custo de produção para a empresa,
informou o executivo.
CUSTO ELEVADO
O primeiro Uote, que depois de testado deverá ser replicado para
outros lugares, significará investimentos de US$ 318 milhões, além do
afretamento de um navio (FSO) com capacidade para armazenar 2 milhões de
barris, que está sendo construído na China pela indiana Tanker Pacific.
O FSO deve chegar ao Brasil em outubro de 2013. O custo do
afretamento será de US$ 60 mil por dia. A previsão é que comece a operar
em junho de 2014.
O processo de licenciamento no Ibama (Instituto Brasileiro do Meio
Ambiente e Recursos Naturais) já foi iniciado e, segundo Penchiná, “está
andando bem”.
De acordo com o oceanógrafo David Zee, a solução encontrada pela
Transpetro, em parceria com a Petrobras, terá um processo de
licenciamento menos complexo porque não será avaliada por impactos
socioambientais.
“No meio do mar não tem cidade perto, não tem pescadores, não mora ninguém. Por isso seria mais simples.”
Fonte: Jornal Floripa
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