Embora o pré-sal deva demorar mais tempo do que o previsto, seus efeitos já são sentidos no Grande Rio. A ex-capital nacional já vê seus estaleiros com pleno emprego e não poucas empresas internacionais transferiram suas sedes para o Rio ou aqui instalaram grandes centros de pesquisa – caso da GE e Schlumberger- ou instalaram fábricas e escritórios. Mas, logo após o Rio, Santos surge como grande beneficiada do pré-sal. E, ao longo do tempo, poderá até superar o Rio, uma vez que o pré-sal concentra mais reservatórios rumo ao Sul. A Petrobras tem grandes bases em Macaé (RJ) e Rio e se prepara para implantar forte estrutura na fluminense Itaguaí, mas nada irá impedir a expansão santista.
Os poços do pré-sal estão a 300 km da costa, o que obriga a estatal – e suas concorrentes – a fixarem bases bem próximas das áreas de exploração. Uma estimativa extra-oficial se refere a 212 mil empregos na cidade praiana paulista, somente com o pré-sal. A Petrobras está adquirindo imóveis e se mostra disposta a instalar amplas bases na região. Santos já é a 16ª. mais rica cidade do país e tem tudo para crescer. Com sua sensibilidade, os investidores imobiliários descobriram o potencial local e, em 12 meses, a valorização dos imóveis atingiu 30,8%.
Santos já concentra 40% dos contêineres movimentados no país e, a curto prazo, ganhará dois terminais especializados: Embraport e BTP-Brasil. O porto é responsável por 26% do comércio exterior do país e nenhum concorrente alcança 1/3 dessa importância. Em quinze anos, a operação, hoje próxima de 100 milhões de toneladas, deverá triplicar. Estima-se que a soja vá ser escoada pelo Norte do país, mas o porto paulista deverá manter-se líder em açúcar, café, sucos e outras cargas. A exemplo do argentino Puerto Madero e como o Rio – com o Porto Maravilha – se pretende criar, no maior porto do país, uma área cultural e turística.
Fonte: Monitor Mercantil (por Sérgio Barreto Motta)
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