RIO - A empresa de petróleo do bilionário Eike Batista, a OGX, afundou ainda mais na Bolsa de Valores.
RIO - A empresa de petróleo do bilionário Eike Batista, a OGX, afundou ainda mais na Bolsa de Valores na quinta-feira, (28/06), com a desconfiança do mercado em torno do potencial do primeiro campo petrolífero em produção, Tubarão Azul, na Bacia de Campos. As ações da OGX entraram em leilão duas vezes na Bovespa e caíram 19,2% (ordinárias, com voto). Este mês, já recuaram 51%.
Nos dois últimos pregões, a OGX perdeu R$ 10,742 bilhões em valor de mercado, segundo a empresa de dados financeiros Economatica. No mês, já são R$ 16,987 bilhões a menos e, no ano, R$ 27,705 bilhões. Na soma de seis empresas do grupo EBX, o recuo no valor de mercado foi de R$ 13,274 bilhões em dois dias - no acumulado do ano, são R$ 32,236 bilhões a menos.
A queda do presidente da OGX, Paulo Mendonça, foi a resposta de Eike Batista à derrocada das ações. Mendonça foi destituído do cargo ontem. "A OGX passa por uma crise de confiança e a única forma de recobrar isso é mudando sua direção", diz uma fonte próxima à companhia. O comando da OGX foi assumido pelo presidente da OSX, Luiz Eduardo Guimarães Carneiro.
Mendonça, que permanecerá no conselho de administração da companhia, foi mais um dos executivos vindos da Petrobrás e contratados a peso de ouro por Batista, após mais de 30 anos na estatal,7. A experiência na área de exploração e produção na estatal levou o executivo a ser apelidado por Eike de "Dr. Oil".
Na época, o braço de petróleo da EBX era presidido por Rodolfo Landim, também ex-Petrobrás, que saiu da empresa em 2010 após desentendimento com Eike, que acabou na Justiça. No comunicado do afastamento, Eike agradeceu Mendonça "pelas históricas conquistas exploratórias da OGX".
Arrastão. A cotação das ações da OGX caiu em dois dias 40% e voltou a arrastar as cotações das outras empresas do Grupo EBX. Também recuaram fortemente MMX Mineração (17,08%, a R$ 5), LLX Logística (8,07%, a R$ 2,05), OSX (11,05%, a R$ 9,34), MPX Energia (1,57%, a R$ 30,02) e CCX Carvão (8,80%, a R$ 4,25).
Em dia de queda nas cotações do petróleo, os papéis da OGX despencaram. Quando as cotações variam muito acima da média, a bolsa é obrigada a fazer leilão, suspendendo temporariamente as negociações. Um movimento de ordens de "stop loss" (quando vendas são acionadas automaticamente para estancar perdas) podem ter potencializado a queda.
"Chega num preço em que o 'stop' é compulsório", disse Fausto Gouveia, da Legan Asset, ao ponderar, porém, que não dá para saber se já acabou a sangria das ações. Para George Sanders, da Infinity Asset, não há consenso no mercado. "Alguns acham que a situação é calamitosa, outros, que a ação está barata."
Fonte: Estadão
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