Não esperar o emprego ‘cair do ceú’, se especializar e ficar atento às oportunidades. Foi o que fez Elci Luz Alves, de 33 anos, motorista carreteiro de uma transportadora no bairro Chico de Paula, em Santos. Em busca de oportunidades, o morador de Praia Grande viu no programa Via Rápida Emprego, desenvolvido pelo Governo do Estado, uma forma de melhorar de vida e ter satisfação profissional, já que sempre gostou da área de transportes.
Durante os três meses do curso no ano passado, além da teoria, ele teve contato com os empresários do setor e viu na prática como funcionava o trabalho com o caminhão. “Tinha a carteira de habilitação categoria E, mas faltava prática”.
Elci é formado em Turismo, nunca trabalhou na área, mas também nunca ficou desempregado. “Gosto do que faço. Não há rotina, cada dia é uma coisa diferente”. Antes da transportadora, trabalhou em uma empresa portuária e ainda foi gerente de supermercado. O segredo é ser um camaleão e adequar-se, conforme as necessidades do mercado. “Sempre me mantenho atualizado, acesso a internet, participo de palestras. Sou um empreendedor nato”.
Quem está desempregado ou quer mudar de área pode tentar seguir o exemplo dele e agarrar uma das 1.990 vagas do Via Rápida Emprego na Baixada Santista. As oportunidades estão distribuídas entre os nove municípios. Só em Santos são 784 vagas, em 15 funções. Operador de empilhadeira de grande porte é o que tem mais vagas: 150.
As demais chances são para São Vicente (300), Peruíbe (180), Cubatão (176), Guarujá (150), Praia Grande (150), Mongaguá (100), Itanhaém (90) e Bertioga (60). Confira a tabela completa dos municípios. Para os portadores de deficiência, as vagas estão em Santos, nas funções de camareira (20) e assistente administrativo (20); e em Cubatão, 20 para almoxarife e repositor de mercadorias.
Empregabilidade
O programa, que tem coordenação da Secretaria Estadual de Desenvolvimento Econômico, Ciência e Tecnologia (SDECT), completa um ano neste mês e já atendeu 40 mil pessoas no Estado. A estimativa é de que, pelo menos, a metade das pessoas que passaram pelo programa conseguiu emprego, afirma Juan Sanchez, coordenador do Via Rápida Emprego.
"Pesquisas ainda não concluídas indicam que a empregabilidade fica próxima a 60%, mas isso varia muito da localidade do município e da escolaridade exigida. Algumas cidades chegam a empregar até 80%". Esses números são de todo o estado, não há dado específico da Baixada Santista.
Sanchez explica que, hoje, é fundamental que quem procura emprego tenha mais condições operacionais para conquistar a vaga. "Investimos em qualificação, pois há setores que enfrentam dificuldades em achar profissionais". Na região, por exemplo, o coordenador cita as áreas da construção civil e de transporte e logística como as mais carentes.
De acordo com ele, a escolha das ocupações oferecidas é feita de acordo com a dinâmica do mercado de trabalho de cada município, com base nos dados da Fundação Seade, que compila informações do Caged e da Rais, do Ministério do Trabalho. Os cursos são básicos e rápidos, de até três meses. "Para o próximo ano, nossa meta é oferecer essa qualificação intermediando a mão de obra. Já estamos em negociação com empresas, fazendo os cursos de acordo com a demanda".
Para 2013, na região, também estão previstas ocupações relacionadas à área de petróleo e gás, ligadas aos setores de instrumentação. No entanto, o coordenador ressalta que funções da construção civil, já oferecidas, entram também na base da mão de obra do pré-sal, que requer ocupações mais básicas e operárias.
Unidade em Santos
Na região, haverá mais oferta de cursos após a construção da unidade fixa do Via Rápida, em Santos. O Centro de Capacitação da Zona Noroeste funcionará no local onde hoje está instalada a Escola Professor Doutor Archimedes José Bava, no bairro Castelo. Segundo Sanchez, as obras começaram este mês e o governo de São Paulo vai investir cerca de R$ 4,7 milhões no prédio.
Fonte: http://www.atribuna.com.br/
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