O pré-sal brasileiro atrai cada vez mais o interesse das grandes empresas suíças do setor de petróleo e gás. Líder mundial no fornecimento de serviços e especialidades químicas para a indústria petrolífera e presente há quatro décadas no mercado brasileiro, a Clariant AG acaba de anunciar a instalação do mais novo Centro Tecnológico de sua divisão Clariant Oil & Services, que começará a o operar plenamente dentro de um mês no Rio de Janeiro.
O principal foco do novo CT, segundo a empresa, será o pré-sal brasileiro e os demais cenários mundiais de produção e exploração de óleo e gás em águas profundas. O CT brasileiro atuará em permanente sintonia com outros centros de pesquisa da empresa localizados em Houston (Estados Unidos), Aberdeen (Escócia) e Frankfurt (Alemanha), além de outras unidades na América Latina.
- Houve um planejamento para que o CT pudesse atender não somente ao Brasil, mas a toda América Latina. Vivemos um momento de crescimento planejado bastante forte no Brasil e na Colômbia. Temos também bons momentos na Argentina com seu novo modelo para o setor de petróleo e na Venezuela com a faixa do rio Orinoco. O CT no Rio vai suportar todo esse crescimento continental e toda sua necessidade de tecnologia – diz Carlos Tooge, vice-presidente da Clariant Oil & Services para a América Latina.
Segundo o executivo, o CT brasileiro foi projetado “para trabalhar com as condições mais extremas possíveis (altíssima pressão, altíssima temperatura, óleos pesados) e com equipamentos de última geração”. Tooge destaca também sua importância em termos globais: “O CT não irá trabalhar só pela região, vai gerar tecnologia que será utilizada em outras regiões. Será responsável pela tecnologia em águas profundas para o mundo inteiro. A tecnologia daqui vai para o Golfo do México, para o Mar do Norte, para a costa Oeste da África e para a costa da Austrália”, enumera.
Tooge acrescenta que o CT já nasce com contratos firmados e trabalhos sendo desenvolvidos que, segundo ele, agora serão acelerados: “No pré-sal, temos solicitações para diversos tipos de produtos e especialidades químicas, como sequestrantes de H2S, inibidores de incrustação e desemulsificantes, todos específicos e desenvolvidos para as condições de produção na área do pré-sal”.
A Clariant tem por política não revelar seus investimentos e limita-se a dizer que 2,4% do valor das vendas do grupo são utilizados em pesquisa e desenvolvimento. Esse valor, segundo Tooge, se divide entre todos os centros: “Posso dizer que estamos investindo para cobrir todas as necessidades dos nossos clientes na área de operações para produção de petróleo”, diz.
Expansão
No Brasil, o maior cliente da Clariant é a Petrobras, mas a empresa suíça tem contratos também com grandes petrolíferas internacionais que atuam em solo brasileiro, como Chevron, Shell, Repsol, Ecopetrol, PDVSA e PMEX. A expectativa em relação ao país é de otimismo e crescimento: “No Brasil, nossa expectativa de crescimento acompanha a do mercado. Esperamos um crescimento de 200% até 2020 para a área de petróleo”, afirma o executivo.
O novo Centro Tecnológico da Clariant, localizado na Barra da Tijuca (Zona Oeste do Rio), começou a ser idealizado no fim de 2009, e sua construção teve início em julho de 2011. O prédio tem 600 metros quadrados, e foi projetado para sofrer expansão na medida em que o crescimento do mercado exigir: “Todos os equipamentos já estão no CT, e agora estamos fazendo os ajustes finais, uma fase de testes de cada um dos equipamentos, testes de segurança, etc”, revela Tooge, acrescentando que o trabalho de pesquisa da empresa continua sendo feito nas unidades de Suzano (SP) e Macaé (RJ).
Formação
A Clariant também se diz preocupada com a formação de mão-de-obra especializada para atuar no mercado brasileiro: “O mercado de óleo e gás cresce fortemente em toda a América Latina e não existe mão-de-obra treinada. Você não consegue contratar pessoas que tenham conhecimento, por isso estamos investindo em pessoal e em treinamento e criamos a OMS Academy, programa que atende desde técnicos de campo até doutores que precisam de treinamento diferenciado. Até o final de abril deste ano, capacitamos mais de 200 pessoas”, afirma Carlos Tooge.
No novo CT, quinze profissionais estarão permanentemente voltados para a área de pesquisa e desenvolvimento. Esse número, segundo Tooge, se multiplica por cinco graças ao contato da Clariant com as universidades brasileiras: “Temos no CT somente mestres e doutores, todos eles formados por universidades brasileiras. Temos acordos com universidades e trabalhamos com mestrandos e pós-graduandos que são mantidos pela Clariant”.
- O mercado de petróleo é dinâmico e, muitas vezes, necessita de soluções rápidas para problemas inesperados. Nós tomamos a decisão de continuar investindo no Brasil e, além de investir em capacidade produtiva, vamos investir também no centro tecnológico e na formação de profissionais altamente qualificados – resume o vice-presidente da Clariant Oil & Services para a América Latina.
Fonte: Correio do Brasil
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