sexta-feira, março 23, 2012

Brasil lidera tecnologia do petróleo, mas pré-sal pode lesar Ministério

Além dos setores agrícola e aeronáutico, petróleo é um dos grandes exemplos do desenvolvimento brasileiro, mas royalties do pré-sal podem descapitalizar Ministério da Ciência, Tecnologia e Inovação

Marcus Lotfi

Rio de Janeiro (RJ) - Durante aula inaugural no auditório da Coppe/UFRJ nesta sexta-feira, 16, o ministro da Ciência, Tecnologia e Inovação, Marco Antônio Raupp, disse que o setor de petróleo, além dos setores agrícola e aeronáutico, é um dos grandes exemplos de desenvolvimento no país e ressaltou a importância do Parque Tecnológico do Rio de Janeiro para o posicionamento do Brasil na questão da ciência e inovação nestas áreas.

"O Brasil produz 2,7% da ciência mundial e é liderança tecnológica em várias áreas, sobretudo nas áreas agrícola, aeronáutico e de petróleo", disse Raupp. O ministro ressaltou, ainda, a importância da cadeia produtiva de pequenos e médios fornecedores das estatais que trabalham nas frentes notáveis do desenvolvimento brasileiro. "O Brasil se movimenta de maneira real para a inovação e o desenvolvimento. Meus grandes exemplos, que gosto sempre de citar são a Embrapa, a Petrobras e a Embraer, sem contar a cadeia produtiva de pequenas e médias empresas", afirmou.

Ministério pode perder R$ 12,2 bi com royalties

Desde a descoberta do pré-sal, o governo federal vem refazendo a legislação relativa à exploração e produção de petróleo. Entre as modificações, está um novo modelo de partilha dos royalties que pode fazer com que, até 2020, o Ministério da Ciência, Tecnologia e Inovação deixe de receber R$ 12,2 bilhões.

De acordo com Raupp, uma das estratégias do Ministério para que esse quadro não se concretize é a fixação de um índice mínimo de repasse dos recursos dos estados e municípios diretamente para a educação, ciência e tecnologia.

"Ciência e Inovação são duas faces da mesma moeda; e sem educação, não há ciência. Diminuir as atividades em quaisquer desses dois lados geram prejuízos difíceis de serem recuperados. Não podemos perder nenhuma dessas batalhas", completou.



Coppe no Programa de Apoio da Embrapii

Antes da aula inaugural, o ministro anunciou a inclusão da Coppe/UFRJ no Programa de Apoio Institucional coordenado pela Empresa Brasileira de Pesquisa e Inovação Industrial (Embrapii). A conferência foi acompanhada por mais de 300 pessoas, entre estudantes, professores, funcionários e representantes de instituições de pesquisa e de empresas de base tecnológica.

A Coppe almejava ser incluída no programa há algum tempo. Ao passar a fazer parte da rede de inovação da Embrapii, a instituição receberá um aporte de recursos para desenvolver novas tecnologias em diferentes áreas e produtos inovadores, com metas definidas a serem cumpridas. As instituições que compõem a rede recebem recursos adicionais por meio de um contrato de gestão e são avaliadas pela empresa.

O contrato entre a Coppe e a Embrapii deverá ser assinado ainda no primeiro semestre deste ano. Criada em 2011 pelo Governo Federal, por meio do Ministério da Ciência, Tecnologia e Inovação (MCTI), a Embrapii tem como objetivo incentivar a inovação tecnológica, aproximando universidades, instituições de pesquisa e as empresas. A visita à Coppe e à UFRJ foi o primeiro compromisso oficial do ministro fora de Brasília desde a sua posse, em janeiro deste ano.

“Quando eu assumi o Ministério, disse que o primeiro lugar que eu queria visitar era a Ilha do Fundão. Queria ver a Coppe, o Parque Tecnológico da UFRJ e as empresas já instaladas. Um dos nossos grandes desafios é conjugar ciência e inovação. O que já está sendo feito aqui é a proposta do nosso Ministério”, afirmou Marco Antonio Raupp. O ministro lembrou a ligação que vem mantendo com a Coppe ao longo de sua carreira. “Sempre estive perto da Coppe. Sempre bebi dessa fonte”, destacou Raupp, citando, entre outros, o nome do professor Giulio Massarani.

A agenda do ministro na Universidade foi iniciada com um café da manhã na Coppe, que reuniu cerca de 50 pessoas, entre representantes da comunidade acadêmica, de centros de pesquisa e de grandes empresas instaladas no Parque Tecnológico da UFRJ. Um pouco antes da aula inaugural, Marco Antonio Raupp visitou o Núcleo Interdisciplinar de Dinâmica de Fluidos (NIDF) da Coppe, onde acompanhou demonstrações das pesquisas realizadas no local.

Com informações da Assessoria da Coppe/UFRJ.

Fonte: http://www.macaeoffshore.com.br/

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