O Brasil já produziu o primeiro óleo do pré-sal e, dada a importância dessa fronteira exploratória, caminha, cada vez mais, para águas mais profundas. Apesar de não haver previsão para novas licitações de áreas na camada abaixo do sal, graças às divergências quanto à divisão dos royalties, a indústria não pode parar de se movimentar. Nesse sentido, um dos equipamentos que mais ganham importância no desenvolvimento do setor é o ROV.
Trata-se de um veículo de operação remota (Remotely Operated Vehicle, na sigla em inglês), que permite alcançar profundidades impossíveis de serem atingidas por mergulhadores – que trabalham apenas até 300 metros de lâmina d’água, enquanto ROVs podem passar de 3 mil metros em direção ao fundo do mar. “O ROV é de extrema importância para todo o processo de exploração e produção de petróleo, pois são os olhos do homem no fundo mar”, ilustra o Gerente de Projetos da RRC Robótica Submarina, Lourival Adan Costa.
Estes veículos são alimentados eletricamente e controlados via cabos umbilicais, manobrados em resposta a comandos realizados por pessoas, da superfície. Os ROVS são classificados de acordo com as tarefas que realizam: de observação e de intervenção. Os primeiros possuem somente câmeras de vídeos e são utilizados basicamente para realizar inspeções. Já os veículos de intervenção possuem manipuladores e outras ferramentas submarinas de forma a permitir que o mesmo possa realizar trabalhos de forma ativa nas operações no fundo do mar.
Além de trabalhos de rotina, esse equipamento também é de grande valia em emergências da indústria petrolífera. “Os ROVs foram de extrema importância no vazamento do campo de Frade (operado pela Chevron), desde o acompanhamento do vazamento, fornecendo as imagens para os setores de Engenharia/Mídia, assim como nas tentativas de solução em que não há a possibilidade de o homem intervir”, explica Costa.
Mercado aquecido
Em vista dos grandes investimentos em exploração e produção no Brasil, Costa acredita que o mercado de ROV está bastante aquecido, mas ainda sofre com a falta de mão de obra qualificada. No entanto, essa situação certamente não acontece por problemas de salários, bastante atrativos, dada a complexidade dessa área. Sendo assim, de acordo com o especialista da RRC, as remunerações variam de R$ 2.900 (trainee) até R$ 22.800 (superintendente.)
Para se tornar um piloto de ROV é preciso ter, no mínimo, o curso técnico nas áreas de Eletricidade, mecânica, eletrônica, eletromecânica, mecatrônica, inglês, pelo menos, intermediário e conhecimentos de informática. “É importante também que o candidato possua um treinamento de trainee de ROV, que é o aprendizado básico do que consiste o sistema e o equipamento”, diz Costa.
No mercado, há muitos cursos de qualificação em ROV, como os oferecidos pela RRC, mas existem também grandes empresas do setor, como Oceaneering e Subsea 7, que buscam profissionais para serem treinados pelas próprias companhias, em modelos específicos utilizados no trabalho de campo.
Fonte: NN - A Mídia do Petróleo
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