Reservas do pré-sal devem colocar o Brasil entre os dez maiores produtores do mundo
O Brasil tem a possibilidade de se tornar um dos dez maiores produtores de petróleo do mundo. Hoje ocupa a décima sexta posição. O aumento da produção brasileira com as reservas do pré-sal pode até levar o país, em um prazo estimado de cinco anos, a ser membro da Organização dos Países Exportadores de Petróleo (Opep), que reúne e define as regras do comércio desse produto no planeta. Um dos reflexos dessa onda do pré-sal acontece nas faculdades, onde os cursos voltados a este setor estão sendo valorizados. A carreira de engenheiro de petróleo, por exemplo, que antes era uma especialização de engenharia, já chegou à graduação e faz parte dos principais recrutamentos das empresas petrolíferas.
Exploração do pré-sal – A expectativa para início da exploração do pré-sal é 2015, mas a procura pelo curso de engenheiro de petróleo já aumentou, segundo o coordenador dessa área da engenharia na Universidade Estadual de Campinas (Unicamp), o professor Antonio Carlos Bannwart. “O fator pré-sal tem sido muito atrativo, pois o volume da reserva é muito grande e irá garantir a autosuficiência do Brasil. Vão surgir muitos empregos nas plataformas, nos navios e em terra”, garante. De acordo com os planos da Petrobras, empresa brasileira com papel majoritário na exploração do petróleo no Brasil, até 2013 irá precisar de 207 mil profissionais em 185 categorias. Atualmente, um engenheiro especializado em petróleo tem salário inicial de 5,6 mil reais.
Outras áreas – Além de engenharia do petróleo, que tem como base o curso de mecânica, o setor petrolífero abre vagas de estágio para outras áreas, como administração, comunicação, contabilidade, direito, física, geologia, geografia e outras formações de engenharia (ambiental, produção, química).
Concorrência – De acordo com o professor Bannwart, como os processos de seleção das empresas de extração são muito disputados, é fundamental ter uma boa formação. Na Petrobras, considerada a empresa dos sonhos dos jovens, segundo a pesquisa da consultoria internacional Universum, o concurso para o cargo de engenheiro de petróleo, em 2008, contou com 134 candidatos por vaga. Este ano, a concorrência subiu para 206 candidatos por vaga. “É preciso ter um curso de primeira linha e o domínio de inglês é extremamente importante, pois essas empresas são totalmente globalizadas”, afirma o professor da Unicamp.
Além da universidade de Campinas, o curso de engenheiro de petróleo ou sua especialização podem ser feitos na Pontifícia Universidade Católica do Rio de Janeiro (PUC-RJ), Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ), Universidade do Vale do Itajaí (Univali) ou Universidade Federal Fluminense (UFF). No caso do programa de trainee da espanhola Repsol, uma das dez maiores empresas petrolíferas do mundo, em que o recém-formado passa um ano estudando na Espanha, são valorizados os candidatos que já tenham uma pós-graduação, MBA ou mais de uma graduação.
O iG Estágio e Trainee traz o perfil dos programas de trainee e estágio de cinco das principais empresas de exploração de petróleo no Brasil:
Chevron
Sobre o programa: Contrata cerca de 30 estagiários por ano e a bolsa-auxílio é de 950 reais por jornada de seis horas e 633 reais por quatro horas
Áreas: Administração, arquivologia, arquitetura, biblioteconomia, biologia, ciências contábeis, comunicação, direito, economia, engenharia (inclusive do petróleo), geofísica, geologia, oceanografia, psicologia, relações internacionais e química
Inscrições: Durante o ano inteiro no site , em Recursos Humanos.
Local de trabalho: Rio de Janeiro (RJ) e São Paulo (SP)
Sobre a empresa: A Chevron Brasil atua na área de exploração e produção de petróleo e no ramo de lubrificantes, que mantém a marca Texaco.
ExxonMobil
Sobre o programa: Contrata estagiários há mais de 50 anos e a bolsa-auxílio é de 980 reais para jornada de quatro horas diárias. A média de efetivação é de 80%.
Pré-requisitos: Formados de dezembro de 2011 a dezembro de 2012.
Inscrições: Podem ser feitas de 1º de julho a 31 de agosto pelo site da empresa.
Local de trabalho e áreas:
Paraná – Administração, ciências contábeis, economia, engenharia e informática
Rio de Janeiro – Administração, ciências contábeis, economia, engenharia ambiental, engenharia de produção, engenharia de petróleo, geologia e jornalismo
São Paulo – Química e engenharia química
Sobre a empresa: Maior companhia privada de petróleo e petroquímica do mundo, a ExxonMobil está presente em cerca de 200 países e territórios, atuando em toda a cadeia de petróleo e gás.
OGX
Sobre o programa: Contrata cerca de dez estagiários por ano. Por se tratar de uma equipe pequena, o estagiário é envolvido em projetos importantes, mas com supervisão constante. A bolsa-auxílio é de 1.050 reais para jornada de seis horas diárias e de 700 reais para jornada de quatro horas diárias. A efetivação média é de 95%.
Pré-requisitos: Estudantes no segundo ou terceiro ano de administração, engenharia do petróleo, economia, geologia e geofísica. É necessários domínio de inglês ou outras línguas e de informática. Inscrições: Durante todo o ano no site da empresa, no “Portal do Candidato”.
Local de trabalho: Rio de Janeiro (RJ)
Sobre a empresa: É uma empresa do grupo EBX, do empresário Eike Batista, dedicada à exploração e produção de óleo e gás natural. É responsável pela maior campanha exploratória privada em curso no Brasil.
Repsol
Sobre o programa: Possui programa de estágio e também de trainee, chamado Programa Novos Profissionais, que dura dois anos, sendo o primeiro realizado em Madri, Espanha, para fazer um curso de especialização em exploração e petroquímica. No segundo ano fazem cursos práticos relacionados a suas áreas de interesse.
Pré-requisitos para o estágio: Inglês fluente; para alunos de administração, engenharia do petróleo, produção, economia, direito, física, geologia e geofísica e química
Pré-requisitos para o trainee: Inglês fluente; para formados em engenharia do petróleo, produção, geologia e geofísica
Inscrições para o estágio: Durante todo o ano no site da empresa
Inscrições para o trainee: A partir de maio no site da empresa
Local de trabalho: Rio de Janeiro (RJ)
Sobre a empresa: Uma das dez maiores empresas petrolíferas do mundo, está presente em mais de 30 países e proporciona aos funcionários uma oportunidade de carreira internacional.
Shell
Sobre o programa de estágio: São contratados cerca de 90 estagiários por ano, que contam com o acompanhamento direto de um supervisor que será responsável pela definição de metas e avaliação de seus resultados. Além disso, participará de palestras internas com executivos da empresa, grupos de discussão, estudos de caso da própria Shell e visitas aos pontos de fabricação dos produtos. A média de efetivação é de 20%. A bolsa-auxílio é de 800 reais para jornada de quatro horas diárias e de 1.200 reais para jornada de seis horas.
Sobre o programa de trainee: São contratados em média dez recém-formados por ano, que passam por treinamentos obrigatórios e experiências em diversas de trabalho. Eventualmente também poderão participar de projetos em outros países.
Pré-requisitos para o estágio: Conclusão da graduação de até seis meses antes do período de inscrição. Formados em administração, ciências econômicas, engenharia (elétrica, química, mecânica, de petróleo, de produção e ambiental) e psicologia; Inglês avançado; Conhecimentos no Pacote Office
Pré-requisitos para o trainee: Até dois anos de formado. Formados em administração, ciências econômicas, engenharia (elétrica, química, mecânica, de petróleo, de produção e ambiental), geologia e psicologia; Inglês avançado; Conhecimentos no Pacote Office;
Inscrições: Os candidatos para trainee ou estágio podem se inscrever o ano inteiro no site da empresa no “Banco de Oportunidades”. Mas, a seleção ocorre em datas fixas: para estágio, no início de cada semestre; e para recém-formados, uma vez por ano, geralmente no primeiro semestre.
Local de trabalho do estágio: Rio de Janeiro (RJ)
Local de trabalho do trainee: Brasília (DF), Rio de Janeiro (RJ) e São Paulo (SP)
Sobre a empresa: A Shell está presente em mais de 90 países e chegou ao Brasil há quase 100 anos, onde responde por 16% do mercado nacional de distribuição de combustíveis. Também atua na exploração e produção de petróleo.
Fonte: IG
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