Apostas são tanto em mão de obra como em produtos.
Investimento previsto no setor no país até 2014 é de mais US$ 200 bilhões.
O Brasil abriu os olhos para a falta de mão de obra especializada no setor de petróleo e gás. Muitos empresários começam a explorar um novo filão de negócio, seja como fornecedores de mão de obra ou de produtos.
Mais de US$ 200 bilhões. Este é o investimento previsto para o segmento de petróleo e gás no Brasil até 2014. É disparado o maior mercado do país. E as oportunidades estão aí, para quem souber aproveitar.
As pequenas empresas entram como fornecedoras de serviços e produtos para indústrias como uma refinaria localizada na Baixada Santista, no litoral sul de São Paulo. Os equipamentos operam em alta pressão e temperatura, o que gera muito desgaste. Por isso, uma das oportunidades de negócio está na fabricação de peças de reposição para as refinarias.
Localizada em São Vicente, uma pequena empresa se especializou na fabricação de peças para os grandes equipamentos da refinaria. São produtos como pinos, eixos, engrenagens, polias e porcas, feitos de aço e bronze.
Segundo o empresário Kalenin Pock, nos últimos três anos, o mercado de petróleo e gás deu um salto. Até então, representava 4% do faturamento da empresa: hoje já é quase a metade, e deve chegar a 80% até 2014.
“Por lei, as empresas que trabalham nesse setor tem que ter 60% dos produtos empregados na cadeia de petróleo e gás, produzidos dentro do Brasil”, afirma o empresário.
A fábrica começou em 1984, com um investimento de R$ 100 mil em um torno manual, furadeira e ferramentas. Mas nos últimos anos o empresário percebeu que só sobreviveria se modernizasse a empresa. E investiu pesado em tecnologia.
Só uma máquina, de fabricação japonesa, custou R$ 500 mil. Ela é toda computadorizada, basta digitar a programação com o que tem que ser feito, e o equipamento vai executando.
Hoje a empresa tem cinco máquinas de usinagem. Produz 200 peças por mês. Muitas vezes, elas têm de ser feitas em poucas horas, para atender ao mercado exigente que não pode parar.
Mão de obra
O empresário encontrou mais um desafio: formar mão de obra para operar os equipamentos. Pock montou uma escola dentro da empresa. Ele dá um curso de quatro meses de duração. “A gente dá uma visão geral sobre a área mecânica, principalmente operação na área de usinagem desse pessoal”, diz.
Para o vice presidente da Federação das Indústrias do Estado de São Paulo (Fiesp), José Ricardo Coelho, iniciativas como esta podem ser uma solução para um mercado gigante e carente de profissionais.
“A mão de obra não existia porque não tínhamos a demanda, então temos que treinar gente, que esteja capacitada para esse setor da economia, e eu acho que temos todas as condições de fazer isso”, afirma Coelho.
Escola técnica
Para o empresário Samuel Pinheiro, a falta de mão de obra nesse mercado virou uma oportunidade de ganhar dinheiro. Ele montou uma escola técnica para quem quer trabalhar na exploração de petróleo e gás. O negócio virou franquia em 2010. Hoje, a rede tem quatro unidades e deve abrir mais seis em 2012.
“O Brasil está em franca expansão neste segmento. Investimento total da estatal brasileira. E ter bastante demanda ainda para os próximos 30 a 40 anos”, diz Pinheiro.
A rede funciona com autorização do Ministério da Educação (MEC). Hoje tem 500 alunos e conta
com o poder de atração de uma carreira promissora e cobiçada. “O crescimento na carreira que é exponencial. A gente está falando que um profissional em cinco anos pode aumentar o salário em quatro vezes do que ele começa ganhando”, revela Pinheiro.
O curso dura dois anos. A mensalidade varia de R$ 300 a R$ 350 por mês, conforme o módulo escolhido. “Quero ser um profissional completo, saber todas as etapas do petróleo, desde a distribuição até a entrega num posto de gasolina”, diz o estudante Rodrigo Soares.
Os alunos conhecem os equipamentos de segurança e exercitam as técnicas de manutenção das estruturas em alto mar.
Para montar uma franquia da escola, o investimento é a partir de R$ 95 mil. O valor inclui a taxa de franquia, reforma das salas de aula, equipamentos e capital de giro. A previsão para cada unidade é faturar R$ 40 mil reais por mês com 120 alunos. ”Apesar da crise, aqui no Brasil não vai faltar é clientes ou compradores para a indústria de petróleo e gás”, diz
Fonte: G1
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