domingo, março 13, 2011

Dependência do petróleo reduz otimismo quanto à economia de Angola .


Enquanto a Angola, rica em petróleo, planeja levantar pelo menos US$ 2 bilhões de investidores ocidentais com sua primeira oferta internacional de bônus soberanos, a questão-chave para os investidores é o quanto o país pode diversificar sua economia, reduzindo a dependência do petróleo.

Para alguns países subdesenvolvidos, o petróleo pode ser uma maldição ao invés de uma benção, já que a falta de oportunidades econômicas alternativas alimenta o descontentamento em relação à aplicaçao da riqueza produzida pela commodity.

Em Angola, o petróleo é responsável por 90% da receita vinda das exportações, mas o setor emprega menos de 1% da população. Cerca de 63% da população ainda depende da agricultura para sobreviver, basicamente de culturas de subsistência. Vinte e sete anos de guerra civil, encerrada em 2002, desvastaram a indústria agrícola, barrando o acesso às sementes e aos fertilizantes e cortando rotas de exportação para a venda dos produtos. O país, que chegou a ser o quarto maior exportador de café do mundo e foi auto-suficiente no cultivo da maioria dos produtos, é agora um importador líquido de alimentos.

A guerra também deixou Angola com até 6 milhões de minas enterradas, fazendo com seja perigoso caminhar por metade de suas terras, que dirá plantar.

Embora o petróleo esteja mantendo a economia de Angola fora de crises, as empresas de classificação de risco, o Fundo Monetário Internacional e os potenciais credores estão de olho na prosperidade da agricultura no longo prazo.

Em maio, Angola recebeu as primeiras notas de crédito. A Moody's Investors Service Inc. deu à Angola a nota B1, em linha com a Standard & Poor's Corp. e a Fitch Ratings, que deram à nação africana a classificação de B+. As notas solidamente especulativas vieram depois que o FMI concordou em dar um empréstimo de US$ 1,4 bilhão, depois de ter interrompido negociações com o país dois anos antes. Na ocasião, Angola disse que não precisava de ajuda do FMI, mas os críticos alegaram que o governo queria evitar o escrutínio de suas receitas.

Fonte: http://online.wsj.com/

Nenhum comentário: