A notícia de que a Petrobras irá criar uma empresa para administrar as sondas utilizadas na exploração do pré-sal ganhou mais consistência na última sexta-feira, com a divulgação de que a estatal, agora, se movimenta para buscar sócios no projeto. Nesse sentido, a companhia planeja juntar os fundos de pensão Petros, Previ, Funcef e Valia, além dos bancos Santander e Bradesco na nova empresa, que se chamará SET Brasil. Nela, a Petrobras terá participação minoritária, de 10%, enquanto os 90% restantes seriam diluídos entre fundos de investimentos e instituições financeiras, conforme informou na semana passada o diretor financeiro da companhia, Almir Barbassa.
A SET Brasil terá o objetivo de comprar as sondas e alugá-las para a estatal. Sobre essa composição, o diretor executivo da APPOM (Associação das Empresas de Petróleo e Gás Natural Extraídos de Campos Marginais do Brasil, Anabal Santos, opina: “No mercado, ouvimos o receio de agentes econômicos com a concentração excessiva de responsabilidades na Petrobras quanto à exploração e produção de petróleo e gás no Brasil e ainda uma certa desconfiança que este modelo venha a ser adotado até mesmo em àreas terrestres, restringindo ainda mais as oportunidades de desenvolvimento de negócios para as empresas privadas nacionais. Nesta perspectiva, vejo com preocupações esta inciativa”, diz ele, ao NN.
Por ora, as informações dão conta de que a SET Brasil será criada com os ativos da primeira encomenda de sete sondas de perfuração, que deverá ser fechada com o Estaleiro Atlântico Sul (EAS), que ofereceu o melhor preço na licitação do primeiro lote das 28 unidades demandadas pela Petrobras – o valor da proposta do EAS foi de US$ 4,65 bilhões. "Por enquanto, ela será criada com capital para construir as sete unidades que serão encomendadas. Se houver interesse em contratar mais sete, ou mais 21, ou quantas mais vierem, serão novos processos conduzidos pela Petrobras que podem ou não utilizarem os mesmos investidores atuais”, disse Barbassa.
Diante dessa possibilidade de criação da SET Brasil há, no entanto, o risco de que a nova empresa ganhe autonomia para contratar as sondas restante – 21 unidades até 2017 – diretamente no mercado. Porém, a Petrobras nega essa possibilidade e estuda a alternativa de convocar os participantes da licitação das 28 sondas para rever os fatores que elevaram o custo do projeto e chegar a valores mais próximos do vencedor, o EAS. “Acho que o risco existe e ao meu ver é desporprocional a participação da Petrobras na SET Brasil, de 10%, como tem sido comentado pela imprensa. Acho que este formato não será bom, afinal a quem caberá os ônus e/ou bônus da decisão da encomenda? À Petrobras ou a SET Brasil?”, indaga Anabal.
Propostas
Como o prazo de vencimento das propostas foi estendido por pelo menos mais três meses, cresce a chance da SET Brasil assumir o processo e negociar com os proponentes, alterando até mesmo o número de sondas encomendadas. No processo licitatório, abaixo do EAS, ficou o consórcio Alusa Galvão, com uma proposta de US$ 4,678 bilhões; o estaleiro Brasfels, de Angra dos Reis, com proposta de US$ 5,172 bilhões; o estaleiro o Jurong, com proposta de US$ 5,178 bilhões; além do consórcio OAS/Odebrecht/UTC, com US$ 5,311 bilhões, estaleiro Eisa, com US$ 5,492 bilhões de proposta e o Andrade Gutierrez/Mauá, oferencendo US$ 5,768 bilhões.
Fonte: http://www.nicomexnoticias.com.br/
Nenhum comentário:
Postar um comentário