domingo, novembro 21, 2010

Pesquisa petrolífera do Brasil na fronteira do conhecimento


O Brasil é líder mundial em tecnologia offshore. Vários são os elementos que, unidos, conseguiram colocar em destaque a pesquisa em petróleo no Brasil. Um deles é o Plano Nacional de Ciência e Tecnologia de Petróleo e Gás Natural (CT-Petro), criado em 1997, que veio estimular a cadeia produtiva do setor, através dos recursos provenientes de seus royalties. O núcleo de pesquisas na área é formado pelo Centro de Pesquisas e Desenvolvimento Leopoldo A. Miguez de Mello (Cenpes) na Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ), Centro de Estudos em Petróleo (Cepetro) na Universidade Estadual de Campinas (Unicamp) e o Instituto Alberto Luiz Coimbra de Pós-Graduação e Pesquisa de Engenharia (Coppe) na Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ). Esse núcleo acaba de proporcionar à Petrobras, pela segunda vez, o Prêmio da "Offshore Tecnology Conference" (OTC), por sua excelência na exploração e produção de petróleo em águas profundas.

Plataformas
Durante as últimas eleições brasileiras, uma das questões levantadas foi sobre a atual capacidade brasileira para a produção de plataformas de petróleo. A produção nacional destas poderia significar a geração de empregos no Brasil, ao invés estimulá-los no exterior pela contratação de empresas estrangeiras. No dia 28 de agosto foi realizado na Coppe/UFRJ encontro técnico sobre a Construção de Plataformas Offshore no Brasil. Inicialmente a Petrobras expôs sua demanda para os próximos anos, após o que representantes de estaleiros e empresas de engenharia puderam discutir a viabilidade de construção das plataformas semi-submersíveis P-51 e P-52 no país.

No evento, foi lembrado que, nos anos 80, o Brasil já esteve entre os maiores produtores de navios, ostentando o segundo lugar no ranking mundial. No entanto, por decisões políticas e econômicas, o governo federal decidiu privilegiar a importação, alegando falta de capacidade técnica do Brasil. Isso, somado à falta de controle nos gastos das empresas privadas e à ineficiência administrativa dos estaleiros nacionais, levou à falência os construtores nacionais e impediu o necessário salto tecnológico que daria maior competitividade à construção naval brasileira.

No entanto, de acordo com os engenheiros da Coppe Luiz Pinguelli Rosa e Segen Estefen, hoje o Brasil possui "capacitação nacional para que cascos e conveses possam ser aqui construídos". Com esse quadro em mente, eles alertam que não devemos correr o risco de perder a oportunidade de inserir nossa indústria no competitivo mercado de fabricação de plataformas flutuantes para a indústria do petróleo. Competência técnica e científica já estão demonstradas. Cabe apenas gerar os incentivos para que o setor nacional não seja excluído antes de tentar.

Estado da arte em pesquisas
O Tanque de Provas Numérico (TPN), recém-inaugurado pela Escola Politécnica da USP, contou com a união e participação de várias instituições de pesquisa como a Coppe, PUC-Rio, IPT e Cenpes/Petrobras. Com ele será possível a realização de simulações matemáticas de estruturas flutuantes de produção de petróleo e gás. O tanque, idealizado para a indústria naval, coloca o Brasil entre os países que lideram as pesquisas simuladas na construção de plataformas petrolíferas, pois vai trabalhar em conjunto com LabOceano da Coppe.

O TPN é um sistema que vai permitir tanto a simulação de projetos de plataformas tradicionais, quanto a instalação e manutenção de estruturas flutuantes, considerando quase todos os fenômenos físicos ambientais do oceano, vento, onda e corrente, inclusive acima de 2000m de profundidade. São 60 computadores que, juntos, geram uma média de 21 bilhões de operações por segundo. As informações são transmitidas para a sala de projeções, que mostra as imagens em 3D e estéreo, dando a sensação exata de se estar trabalhando dentro da plataforma.

Fonte: http://www.comciencia.br/

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