quarta-feira, setembro 15, 2010

PETROBRAS PLANEJA INJETAR CO2 NOS CAMPOS DE PETRÓLEO


Para diminuir o impacto das emissões de gases proveniente da exploração de petróleo, a Petrobras começa a testar, em outubro, um esquema de injeção de gás carbônico (CO2) em reservatórios petrolíferos. O teste será feito no campo de Miranga, na Bahia, com o objetivo de ampliar o fator de recuperação do petróleo usando gás carbônico adquirido junto a uma grande indústria da região. Além de reduzir a emissão de gases causadores do efeito estufa na exploração do petróleo, essa reinjeção aumenta produtividade dos poços. Isso porque o gás aumenta a pressão no poço facilitando a retirada de óleo.
O poço de Miranga é um dos maiores campos terrestres do Brasil, com produção média de 10,5 mil barris de óleo equivalente por dia no segundo trimestre de 2009. A idéia é ampliar esse volume com a injeção de gás carbônico. Caso o projeto seja bem sucedido, ele pode ser estendido a outros campos da Bahia. A alta concentração de gás carbônico é um dos principais desafios a serem enfrentados no desenvolvimento do pré-sal. Além do alto poder corrosivo do gás, que cria a necessidade de materiais especiais, há o problema ambiental.
Esse projeto funcionará como laboratório de testes de novas tecnologias que poderão ser aplicadas em outros campos a serem desenvolvidos no país, em especial nas novas descobertas no pré-sal, uma vez que alguns dos reservatórios ali encontrados revelaram a presença de CO2 natural associado ao petróleo. Alternativas como o armazenamento em cavernas ou reservatórios salinos também estão sob estudos. O campo de Miranga foi escolhido para os testes devido às suas características geológicas e pela logística já disponível no local.
A recuperação suplementar de petróleo por injeção de gás carbônico, no Brasil, não é uma novidade para a Companhia. Ela foi iniciada há 28 anos, na Bahia. No início das experiências, a Petrobras buscou aplicar uma técnica de injeção de CO2 a altas pressões no campo de Araçás, na Bacia do Recôncavo. Em 1991, implantou no campo de Buracica, na mesma bacia, um projeto de injeção de CO2 a baixas pressões. Esse projeto foi muito bem sucedido, resultando na manutenção parcial da produção de petróleo do campo por cerca de 20 anos. Adicionalmente, com essa técnica foram retiradas da atmosfera cerca de 600 mil toneladas de CO2.
Projeto desde 2006
O projeto do campo de Miranga é resultado do conhecimento adquirido nas experiências anteriores. Ele prevê investimentos da ordem de R$ 250 milhões. As obras de implantação foram iniciadas em meados de 2006 e a produção de petróleo está prevista para começar em dezembro deste ano, um mês após o início da injeção de gás carbônico. O projeto prevê o lançamento de cerca de 70 km de linhas de injeção de água salgada oriunda do próprio reservatório e cerca de 30 km de linhas de injeção de CO2, além de 18 km de um duto de 6 polegadas que transportará o CO2.

Fonte: http://www.nicomexnoticias.com.br/

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