quarta-feira, setembro 01, 2010

DESCARTE INDEVIDO DO ÓLEO DE COZINHA CAUSA PREJUÍZOS


Grande parte da população, por falta de informação ou de vontade, não descarta o óleo de cozinha utilizado de maneira correta. O despejo de óleo vegetal – seja de soja, girassol ou canola – dificulta a passagem do esgoto pelas tubulações domiciliares e causa sérios danos ambientais em rios, lagoas, e mares. Visando acabar com os problemas causados, a Secretaria do Ambiente e o Inea (Instituto Estadual de Ambiente) estão trabalhando para garantir que mais condomínios, pessoas e empresas se conscientizem da importância do descarte correto do óleo de cozinha no Estado do Rio.
Criado no final de 2007 para incentivar a coleta do óleo vegetal para a fabricação de biodiesel, o Prove (Programa de Reaproveitamento de Óleos Vegetais) do Inea, trabalha hoje com cerca de 40 cooperativas no Grande Rio. Além disso, mais 40 municípios participam do programa no estado fluminense. No primeiro semestre de 2010 o programa de reciclagem coletou dois milhões de litros de óleo. A coleta e a reciclagem do material são direcionadas atualmente, na maioria dos casos, para a fabricação de sabão de cozinha.
De acordo com especialistas, a pessoa que deseja descartar o óleo de qualquer maneira, acaba jogando o material diretamente no solo, o que é considerada a pior das opções. Isso porque existe uma dificuldade do óleo ser absorvido pelas plantas, animais ou pelo sistema, formando uma película na água que impede a entrada de oxigênio e luz. Com isso, diminui a capacidade dos seres metabolizarem bem esses poluentes. O acúmulo de gordura em passagens de esgoto pode causar entupimento, refluxo ou mesmo o rompimento de redes. Em rios, lagoas e mares, o despejo de gordura sem nenhum tratamento pode matar espécies aquáticas ao prejudicar a oxigenação destes ecossistemas, entre outros danos.
Além do descarte incorreto realizado por moradores de condomínios, restaurantes, bares e pastelarias também estão na lista dos que agem sem conscientização. Para informar estabelecimentos comerciais sobre os danos causados pelo óleo de cozinha, a Secretaria do Ambiente realizou uma ação no dia 1° de agosto.
Óleo transformado em biodiesel
A coordenadora do departamento de química da Universidade Federal Rural de Pernambuco (UFRPE), Claudia Bejan, destacou que 20 usinas autorizadas pela Agência Nacional de Petróleo (ANP) já utilizam o óleo de cozinha na produção do biodiesel। A pesquisadora destacou que o reaproveitamento do óleo proporciona dois grandes benefícios ao reduzir a quantidade de CO2 na atmosfera (gás carbônico emitido pelo diesel) e retirar o metano do meio ambiente (pelo aproveitamento do óleo de cozinha). A decomposição do óleo que chega aos rios ou fica em tubulações produz gás metano que é até quatro vezes mais poluente do que o CO2, ressaltou.

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