indústria de informática e telecomunicações, pressionada pelos ambientalistas diante do volume de lixo eletrônico gerado, está indo além das iniciativas que incluem apagar lâmpadas em ambientes que não estejam sendo usados ou desligar elevadores mais cedo.
Um grande número de empresas desse segmento decidiu implantar programas globais e agressivos de preservação ambiental que estendem a preocupação para os processos produtivos.
A HP, por exemplo, maior fabricante mundial de computadores, fez do programa Design for Environment o guarda-chuva sob o qual pensa cada novo produto do ponto de vista dos seus impactos no meio ambiente, segundo Kami Saidi, diretor de operações da companhia para o Mercosul.
"Essas preocupações vão desde o tipo e a quantidade de matéria-prima que o novo produto vai usar, quanto de combustível ele vai consumir e até que ponto ele poderá ser reciclado", explicou Saidi, em entrevista à Reuters.
No Brasil, os calços de proteção das embalagens de impressoras e multifuncionais eram feitos de isopor, um material que a companhia queria abolir diante das dificuldades que ele tem para se decompor. A idéia era encontrar um novo produto sem aumentar os custos ou perder a qualidade, segundo Saidi.
Depois de dois anos de desenvolvimento, a HP criou um material feito a partir de polpa de celulose com fibra de coco. "Já substituímos 500 mil calços por mês no Brasil", afirmou.
Segundo Saidi, "o processo produtivo é tão importante quanto o produto na indústria eletrônica". Desde 2006, a HP decidiu eliminar o uso de chumbo e, para isso, aboliu a solda de placas eletrônicas. Hoje, não há mais solda nos cerca de 5 mil produtos que compõem a linha da empresa.
De acordo com o executivo, ainda não é possível saber com precisão se uma pessoa compra um produto HP por esse tipo de iniciativa ambientalmente ecológica, "mas acreditamos que existe um valor", reiterou.
Ele lembra também que tal decisão pode envolver custos em um primeiro momento, mas eles geram uma economia que, ao longo do tempo, compensa o investimento. O calço feito de polpa de celulose, por exemplo, é mais caro que o de isopor, "mas ele ocupa menos espaço no chão-de-fábrica e gera economia no transporte, enfim, tem uma série de fatores que garantem um custo total menor", explicou.
Cinco mil caminhões a menosA Nokia, maior fabricante de celulares do mundo, reconhece que algumas medidas parecem pequenas, mas lembra que mais de 900 milhões de pessoas em todo o mundo têm um celular da empresa, o que amplia o alcance de qualquer medida adotada.
A companhia adicionou um recurso aos modelos que avisa o usuário quando a bateria já está totalmente carregada. Assim, ele pode tirar o celular da tomada e evitar o gasto que acontece mesmo quando o aparelho está em modo de espera.
"Se todos os usuários de um celular Nokia tirarem o carregador da tomada quando avisados, a energia poupada é suficiente para abastecer o consumo de 100 mil casas de classe média" afirma Jô Elias, diretora de comunicação da Nokia Brasil.
Fonte: www.terra.com.br
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