sexta-feira, maio 15, 2009

Recuperação no setor de tecnologia: miragem ou realidade?

As companhias de tecnologia estão detectando sinais de melhora em seus setores, e isso está gerando alta nos preços de suas ações, mas a demanda dos consumidores e empresas continua incerta.
As fábricas estão começando a elevar produção, à medida que o varejo repõe estoques esgotados, e os fabricantes de eletrônicos voltaram a adquirir componentes.
As ações asiáticas subiram 45% desde o começo de março, excluído o Japão, e os investidores estão antecipando um interesse renovado dos consumidores por toda espécie de produto, de televisores de tela plana a celulares inteligentes e computadores portáteis compactos.
Dada a fraqueza da economia, porém, não existem garantias de pleno retorno da atividade. "Caso o canal de estoques esteja plenamente reabastecido e não exista demanda final, creio que o segundo semestre possa ser realmente feio para a Ásia", disse Markus Rosgen, estrategista do Citigroup para a região Ásia-Pacífico.
Paul Otellini, o presidente-executivo da Intel, maior fabricante mundial de chips, disse nesta semana que as encomendas e os padrões de faturamento do trimestre foram ligeiramente melhores que o esperado, até agora, o que animou os investidores em todo o setor.
E Leo Apotheker, co-presidente executivo da produtora de software empresarial SAP, disse que os próximos meses podem trazer "vislumbres de esperança" para a economia mundial. "Provavelmente começaremos a ver estabilização", disse.
Há muita esperança de que os pacotes governamentais de estímulo, especialmente na China, convençam os consumidores a recomeçar a gastar, o que geraria uma recuperação real na demanda quando o período de reposição de estoques estiver concluído, daqui a alguns meses.
O segundo semestre do ano é sazonalmente mais forte que o primeiro, no setor de tecnologia. O próximo teste de demanda para os consumidores chegará em agosto e setembro, a temporada de volta às aulas na Europa e América do Norte.
Desafio para as telesPara as operadoras de telecomunicações, as questões são mais sobre lucro do que sobre receita. Grandes operadoras internacionais, incluindo a Deutsche Telekom, reduziram recentemente suas expectativas de lucro, e a France Telecom anunciou uma queda de 7% no lucro operacional do primeiro trimestre.
Os consumidores estão mantendo seus aparelhos por tempos cada vez maiores e com isso as vendas de celulares devem recuar cerca de 10% este ano, depois de uma queda recorde de 13% no primeiro trimestre. Por conta desse período maior dos aparelhos nas mãos dos clientes, as operadoras têm que oferecer serviços de valor agregado de modo a manter os usuários em suas bases.
Algumas operadoras e fabricantes de celulares responderam a isso com aberturas de lojas online de aplicativos, tentando replicar o sucesso de iniciativa semelhante da Apple, da qual consumidores fizeram downloads de mais de 1 bilhão de programas para seus aparelhos.
Entretanto, a eficácia comercial de tais lojas online ainda precisa ser provada e alguns analistas se mostram céticos, especialmente se muitos aplicativos são oferecidos gratuitamente.

Fonte: www.terra.com.br

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