domingo, abril 05, 2009

Computadores do futuro terão milhares de 'cérebros', diz fabricante

Para engenheiro, crescimento do poder de processamento vai provocar 'revolução'.Chips atuais têm até quatro núcleos, mas Intel aposta em multiplicação em breve.


Os computadores pessoais fabricados atualmente têm dois ou quatro núcleos, mas as fabricantes de processadores já trabalham com a possibilidade de, em um futuro próximo, a quantidade de 'cérebros' pensando simultaneamente seja multiplicada para centenas, ou até mesmo milhares. Pelo menos é o que indica a Intel, fabricante dos chips Pentium, que divulgou no início da semana planos para investir no desenvolvimento de processadores com o maior número possível de núcleos. "Às vezes, os desenvolvedores (de programas) são obrigados a se conformar com o limite de processamento de um Pentium com dois ou quatro núcleos", afirma o engenheiro Anwar Ghuloum, um dos principais envolvidos no laboratório de desenvolvimento de tecnologia para microprocessadores da Intel.

"O conselho que posso dar é o seguinte: comecem a pensar a partir de agora em computadores com dezenas, centenas e milhares de núcleos", declarou Ghuloum no blog da Intel. "Quanto mais núcleos conseguirmos colocar em um processador, melhor. O único desafio será conseguir alimentar esses núcleos com informações vindas da memória do computador", declara Jerry Bautista, diretor de pesquisas da Intel. O aumento exponencial do número de 'cérebros' dentro de uma máquina possibilitará a criação de programas mais complexos, e facilitará a vida dos programadores, que não vão precisar mais se preocupar tanto em criar programas 'leves' e mais eficientes.
'Freeconomics'
Ao transformar o poder de processamento em algo banal, possível de ser até 'desperdiçado', as fabricantes tomam o caminho da chamada 'economia do grátis', conceito defendido pelo escritor Chris Anderson.
Para Anderson, as inovações surgem quando o custo de um recurso é baixo: foi assim com os primeiros processadores capazes de rodar sistemas operacionais com ambiente gráfico, com o Apple Lisa, em 1983. O caminho tradicional, de 'economizar' poder de computação, determinava que o ambiente gráfico era uma 'frivolidade'. Melhor seria ensinar o usuário a digitar centenas de comandos para operar o computador - como no MS-DOS, da Microsoft. Agora, a Intel espera que os criadores de programas pensem em novas formas para 'desperdiçar' processamento. "Estamos diante de uma oportunidade para alterar radicalmente a maneira que a programação é pensada", afirma o engenheiro Ghuloum.


Nenhum comentário: