segunda-feira, abril 27, 2009

Casa Branca pode controlar a cibersegurança dos EUA

Oficiais federais responsáveis por rever a estratégia americana para aprimorar a segurança de computadores e da internet disseram na quarta-feira que a Casa Branca precisa avançar na questão e tomar controle da política de cibersegurança do país. "É preciso uma liderança do topo da Casa Branca para departamentos, agências, governos estaduais, locais e tribais, corporações, e para a biblioteca e a sala de aula", disse a oficial Melissa Hathaway, nomeada como diretora em exercício sênior para o ciberespaço pelo presidente Barack Obama, responsável por revisar em 60 dias as questões em torno das ameaças cibernéticas.
A criação de tal repartição na Casa Branca foi defendida no ano passado por um grupo bi-partidário de políticos, tecnólogos e especialistas em cibersegurança que alertou em relatório que os sistemas de segurança dos computadores dos Estados Unidos haviam chegado a um ponto crítico e que seria necessário um "czar" da Casa Branca para cuidar da institucionalização de novas tecnologias e novas políticas.
Especialistas em cibersegurança saudaram a decisão do governo de pôr a questão da segurança em destaque, mas enfatizaram que a revisão - prevista para ser divulgada nesta semana - é apenas a primeira etapa de uma batalha política contundente que envolve quanto controle deve ser exercido e quais agências governamentais vão assumir o comando da segurança de computadores.
"Existe ainda muito conflito dentro da Casa Branca", disse James A. Lewis, membro sênior do Centro de Estudos Estratégicos e Internacionais e diretor do estudo Ciberespaço de Segurança para a 44ª Presidência, publicado em novembro.
Existem hoje pelo menos três posições envolvendo a decisão que o presidente tomará sobre o controle da cibersegurança, disse Lewis: analistas tradicionais de políticas de segurança nacional que não estão focados na ciberameaça; agências de inteligência e militares que procuram consolidar seu poder e influência sobre as políticas do ciberespaço; e um grupo influente que afirma que regulações de cibersegurança mais rígidas poderiam prejudicar setores inovadores da internet associados ao Vale do Silício.
"Não esperávamos que os Googles do mundo viessem e dissessem que isso os deixava tensos", disse. Muitos ex-integrantes do governo disseram que haviam visto influência prévia da administração Obama no discurso de Hathaway. "Gostei de ver uma ênfase em valores colaborativos com nossos parceiros internacionais e uma nova ênfase em investimentos em pesquisa e desenvolvimento", disse Rod Beckstrom, que renunciou no mês passado ao cargo de diretor do Centro de Cibersegurança Nacional e alertou sobre a crescente influência da Agência de Segurança Nacional nos esforços de cibersegurança do governo federal.
De forma independente, o Pentágono considera formas de consolidar seus esforços de guerra cibernética sob um único quartel-general, com intenção de criar uma organização dentro de um comando militar existente. O secretário de Defesa Robert Gates, em discurso na semana passada, disse que ele estava examinando propostas para um novo quartel-general cibernético dentro do Comando Estratégico, conhecido como Stratcom, que já desempenha um papel militar importante nas defesas de redes de computador.
"Algo que procuro é estabelecer um comando integrado sob o Stratcom para assuntos cibernéticos", disse Gates. Altos funcionários do Departamento de Defesa disseram que as atuais propostas não prevêem a criação de um comando absolutamente separado para a ciberguerra, nem a designação de apenas um braço das Forças Armadas no comando.

Fonte: http://www.terra.com.br/

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