São Paulo – O bônus de assinatura de 15 bilhões de reais estabelecido nesta quinta-feira pelo governo para o primeiro leilão do pré-sal ficou acima do esperado pela indústria petrolífera, avaliou representante da indústria, e pode acarretar em uma participação menor da União no óleo produzido.
A primeira rodada de licitações de blocos do pré-sal, sob o regime de partilha, que será realizada em 22 de outubro, vai exigir que o vencedor ofereça à União, além do bônus, uma participação de pelo menos 40 % do petróleo produzido, de acordo com resolução do Conselho Nacional de Política Energética (CNPE) publicada nesta quinta-feira no Diário Oficial da União.
“Com relação ao número que a gente tinha escutado do governo, posso dizer que foi uma surpresa, escutávamos 10 bilhões de reais (para o bônus). Foi uma surpresa o acréscimo de 50 % em relação ao que era falado”, disse o coordenador do Comitê de Relações do Instituto Brasileiro do Petróleo (IBP), Flávio Rodrigues, à Reuters.
“Não existe mágica para rodar um modelo econômico… Se colocar isso no fluxo de caixa, vai ter que compensar em alguma outra variável, seja no ‘profit oil’ (óleo partilhado com o governo) e em vários outros parâmetros”, acrescentou Rodrigues, do IBP.
Quanto maior o bônus estabelecido, menor deve ser o retorno para o governo em forma de partilha de óleo, avaliou recentemente um diretor da Agência Nacional do Petróleo, Gás Natural e Biocombustíveis (ANP).
Com a publicação da resolução no Diário Oficial, a ANP poderá lançar a minuta do edital do leilão, que entrará em consulta pública, o que permitirá uma melhor avaliação das regras da licitação pelo setor.
“A indústria falava em números entre 10 e 20 bilhões, acabou indo no meio da faixa, a expectativa agora é aguardar a ANP publicar o ‘draft’ do contrato, e exatamente o restante do edital para a gente poder focar no modelo econômico”, disse a jornalistas o presidente da Shell no Brasil, André Araújo, em evento no Rio de Janeiro.
O governo separou a área de Libra, a maior reserva de petróleo já descoberta no Brasil, para leiloar nesta primeira rodada do pré-sal.
A expectativa da ANP é que o leilão tenha a participação de grandes empresas, atuando em consórcios.
Fonte:Reuters por (Gustavo Bonato e Roberto Samora)
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