domingo, setembro 25, 2011

Petrobras: pré-sal de Santos terá 19 sistemas em 2017



O avanço da exploração do pré-sal da Bacia de Santos deverá elevar o número de sistemas em operação no local dos atuais três para 19 frentes em 2017, das quais 17 sistemas definitivos. Com isso, a produção estimada no pré-sal da Bacia de Santos dentro de seis anos deverá alcançar 1 milhão de barris diários de petróleo, segundo o gerente geral da Unidade de Operações de Exploração e Produção da Bacia de Santos da Petrobras, José Luiz Marcusso. Somando também as operações no pós-sal, a capacidade total da Bacia de Santos deverá subir para aproximadamente 1,2 milhão de barris diários de petróleo. Ambas as projeções consideram a produção da Petrobras e de parceiros que também operam na região.

As operações no pré-sal da Bacia de Santos ao longo dos próximos anos serão compostas pelas atividades de cinco FPSOs (navios-plataformas), oito navios replicantes e quatro unidades em operação na área cedida pela União no acordo de cessão onerosa negociado no ano passado no processo de capitalização da Petrobras. O planejamento atual também inclui dois navios, que já realizam testes de longa duração (TLD) na região e serão responsáveis por um total de 20 TLDs até 2015. As atividades da Petrobras no pré-sal da Bacia de Santos são compostas atualmente por três sistemas, dos quais apenas um em definitivo, no campo de Lula (antigo Tupi). Outros quatro sistemas, voltados principalmente para a exploração de gás natural, também operam no pós-sal da região, totalizando sete sistemas em operação neste momento na Bacia de Santos.

As atividades em Lula ainda são restritas, com operação em um único poço. A capacidade no local é de 28 mil até 29 mil barris diários de petróleo, segundo Marcusso. O escoamento de gás atualmente está em 700 mil metros cúbicos diários e na sexta-feira passada a primeira molécula de gás natural do campo de Lula chegou a Caraguatatuba, de onde o insumo será distribuído para atender o sistema da estatal. A próxima etapa de exploração de Lula, realizada a partir do FPSO Cidade de Angra dos Reis, ocorrerá com a interligação de três outros poços a Lula, que deverá ocorrer até o final deste ano e resultar em capacidade para produzir até 80 mil barris de óleo por dia.

Ainda no pré-sal, a Petrobras opera dois navios plataformas focados em atividades de testes, chamados de Cidade de São Vicente e Dynamic Producer. O primeiro está produzindo em Lula Nordeste, em um total de 15 mil barris por dia - volume limitado devido a restrições à queima de gás. Já o FPSO Dynamic Producer testou Guará e está em movimentação para Carioca, um complexo situado ainda em território paulista. "A previsão é que em outubro já tenhamos produção do Dynamic Producer e segundo teste de longa duração dessa área, no caso Carioca", explicou Marcusso, que participa nesta terça-feira do Fórum de Ciência e Tecnologia, Pesquisa e Inovação, Gás na Economia 2011, realizado em Santos (SP).

Fonte: http://www.dgabc.com.br/

Rio planeja distrito logístico de petróleo na região dos Lagos



O distrito pode ser criado como em terreno contíguo ao Aeroporto Internacional de Cabo Frio

Os municípios de Cabo Frio e Arraial do Cabo, na região dos Lagos do Rio de Janeiro, podem ganhar um distrito logístico e industrial que terá como um dos focos principais o apoio às atividades da indústria de petróleo e gás. O governo do Estado vem analisando a viabilidade de criar esse distrito - com área alfandegada de 2,5 milhões de metros quadrados - em terreno contíguo ao Aeroporto Internacional de Cabo Frio.

O aeroporto vem se consolidando como base para a movimentação de cargas de empresas de petróleo. E a instalação do distrito logístico e industrial pode reforçar essa operação, disse Francisco Pinto, presidente do conselho de administração da Costa do Sol Operadora Aeroportuária, que detém a concessão do aeroporto de Cabo Frio. O porto do Forno, situado no município vizinho de Arraial do Cabo, também vê na possível instalação do condomínio a chance de alavancar suas operações. A administração do porto está a cargo do município desde 1999.

"O condomínio pode beneficiar toda a região", disse Justino Maceio da Silva, presidente da Companhia Municipal de Administração Portuária (Comap), responsável pela operação do porto do Forno. Segundo ele, o porto passa por transição no tipo de carga. O granel, que historicamente foi a principal carga, está dando lugar a equipamentos da indústria offshore. O porto também movimenta sal e malte para a indústria cervejeira.

Pedro Paulo Rosário, diretor de desenvolvimento industrial da Companhia de Desenvolvimento Industrial do Estado (Codin), disse que o governo do Rio poderá começar em 2012 a desapropriação de terras para a criação do distrito. "Trabalhamos para identificar os problemas jurídicos até o fim deste ano e, se for viável tecnicamente, poderá se iniciar o processo de desapropriação no ano que vem", disse Rosário. O trabalho inclui a análise sobre os custos da desapropriação. Se tudo der certo, o condomínio poderia começar a operar em 2013, previu Rosário.

Ele afirmou que a ideia do projeto partiu dos municípios de Cabo Frio e Arraial do Cabo, que sugeriram a área a ser utilizada. Rosário disse que, no começo, imaginava-se que o terreno a ser desapropriado pertencia integralmente à Companhia Nacional de Álcalis, mas constatou-se que havia outros proprietários. A área total a ser desapropriada é de 3,6 milhões de m2, dos quais 2,5 milhões de m2, contíguos ao aeroporto, seriam passíveis de serem alfandegados.

Francisco Pinto disse que, além do petróleo, empresas de outras áreas poderiam vir a se instalar no condomínio. Citou os setores aeronáutico, eletrônico e farmacêutico. Em 2011, o Aeroporto Internacional de Cabo Frio deve movimentar cerca de 25 mil toneladas de carga, quase 130% acima do volume de 2010. Pinto disse que o aeroporto também começa a embarcar carga de retorno. São equipamentos que chegam ao Brasil para uso pela indústria de petróleo, mas depois voltam aos países de origem.

"É o início de uma tendência que consiste em passar a ter não só importação pelo aeroporto, mas também saída de cargas para o exterior", disse Pinto. Em agosto, um cargueiro MD-11, da Skylease Centurion, saiu de Cabo Frio rumo a Houston, no Texas, com 36 toneladas de equipamentos da indústria de petróleo a bordo.

Fonte: Valor Econômico