sábado, junho 30, 2012

Atlântico Sul faz acordo com Mitsui

Rio. Responsável pela construção de 22 petroleiros contratados pela Petrobras Transporte (Transpetro), o Estaleiro Atlântico Sul (EAS) anunciou nesta quinta-feira a assinatura de um contrato com seu novo parceiro tecnológico, o grupo japonês Mitsui. Por falta de parceiro e pelos atrasos, a subsidiária da Petrobras suspendeu há um mês os contratos de 16 navios firmados com o estaleiro.

De acordo com a nota divulgada pela EAS, o novo parceiro atuará como estaleiro consultor e “prestará serviços de consultoria técnica de operações para todas as embarcações produzidas no estaleiro, incluindo os navios-sondas”. A participação do Mitsui no EAS se dará por meio da IHI Marine United Inc. (Ihimu) – Divisão de Construção Naval Offshore da Ishikawajima-Harima Heavy Industries, sediada no Japão e controlada pelo grupo.

“A Ihimu tem pleno conhecimento do mercado brasileiro, graças à experiência adquirida por meio da gestão e operação do estaleiro Ishibras, que atuou durante 35 anos no País, utilizando avançado know-how japonês de construção naval. Ao longo desse período, a Ishibras deu uma contribuição decisiva para o desenvolvimento e expansão do setor no Brasil”, informa o EAS no comunicado.

Opção da Transpetro

Com sede no porto de Suape (Ipojuca, município no litoral Sul de Pernambuco), o EAS é um estaleiro chamado de virtual, por estar sendo construído simultaneamente às embarcações encomendadas. Pelo menos por enquanto, a opção da Transpetro pelo estaleiro demonstra não ter sido a ideal. Primeiro navio entregue pelo EAS, o João Cândido ficou pronto dois anos após o prazo acertado com a subsidiária da Petrobras.

Fonte: Diário do Nordeste

Petrobras dá guinada ‘realista’ com Graça Foster e reduz metas de produção

A Petrobras revisou suas metas de expansão, baixando em 700 mil barris de petróleo por dia a estimativa de aumento na produção até 2020.

O primeiro plano de negócios (2012-2011) divulgado sob a gestão de Maria das Graças Foster – que assumiu a presidência da Petrobras em fevereiro – enfatizou o foco em metas pragmáticas e “absolutamente realistas”, que possam ser cumpridas, e cobradas, no futuro, segundo a executiva.

“Historicamente, a Petrobras não cumpre suas metas de produção. Verificamos que nos oito planos de negócios (anteriores), não temos cumprido nossa meta de produção. Uma de nossas conclusões é que nosso plano esteja sendo trabalhado em metas ousadas, que se mostraram metas não-realistas ano após ano”, afirmou Foster.

Durante os três meses após a posse de Foster, o setor de Exploração e Produção da estatal reavaliou o cronograma de seus projetos e chegou a uma nova curva de produção.

A projeção considerada mais “realista” pela presidente chega a ser um milhão de barris por dia menor do que a anterior, no período entre 2017 e 2018.

Em 2020, a previsão é que o país alcance uma produção de 4,2 milhões de barris por dia, 700 mil barris a menos que a projeção anterior.

Otimismo revisto

A palavra “realista” se repetiu em diversos trechos do plano de negócios, que foi apresentado nesta segunda-feira a investidores, analistas e jornalistas na sede da estatal no Rio de Janeiro.

A empresa vai investir US$ 236,5 bilhões (R$ 416,5 bilhões) até 2016, com prioridade para projetos de produção de óleo e gás no Brasil, que respondem por 60% dos recursos.

Segundo o diretor de Exploração e Produção da Petrobras, José Miranda Formigli, o plano anterior (2011-2015), divulgado no último ano da gestão de José Sergio Gabrielli, contava com cronogramas “muito otimistas”.

“Isso (a revisão da produção) está associado aos cronogramas otimistas que foram sendo utilizados, às curvas de produção que em alguns casos colocávamos como possíveis de serem atingidas”, afirmou Formigli.

Ele diz que prazos anteriores para a construção e interligação de poços foram prejudicados por “atrasos significativos” da chegada de sondas encomendadas no exterior ao Brasil, que atrasaram em média um ano.

A previsão atual da companhia é que produção chegue a 2,5 milhões de barris por dia até 2016. O plano anterior previa uma produção de 3,07 milhões de barris já em 2015.

Os investimentos no pré-sal têm destaque no próximo quadriênio, respondendo por mais da metade dos investimentos em exploração e produção até 2016, o que equivale a cerca de US$ 67 bilhões.

Foco na eficiência

A presidente da Petrobras anunciou ainda que a empresa está elaborando um programa de otimização de custos operacionais. O objetivo é reduzir gastos com ativos de produção (com plataformas, refinarias e usinas termelétricas) e linhas de custo (como estoques de material e combustível, logística e gestão de manutenção).

Atualmente, os gastos gerenciáveis respondem por 30% do desembolso anual da estatal. O programa está sendo estruturado e deve ser apresentado em dezembro.

Foster se mostrou rígida em relação às metas de desempenho e à cobrança que imprime em sua gestão. Sua fama de “durona” transpareceu na apresentação aos investidores da empresa, quando interveio para responder uma pergunta sobre se as metas de produção da empresa eram confortáveis.

“Aqui ninguém trabalha com conforto de absolutamente nada. Conforto é uma palavra proibida entre nós. Aqui é desconforto 365 dias por ano, 24 horas por dia, para poder atender à demanda de todos os senhores e senhoras”, disse.

Foster afirmou ainda que a Petrobras continuará praticando sua política de ajustes nos preços de combustíveis para não prejudicar o mercado interno com as flutuações do preço do petróleo.

Na última sexta-feira, a companhia anunciou aumento de 7,83% para a gasolina e de 3,94% para o diesel vendido nas refinarias. Os novos preços não serão repassados ao consumidor, já que o governo decidiu zerar a Contribuição de Intervenção no Domínio Econômico (Cide), tributo cobrado sobre combustíveis.

O aumento dos subsídios à gasolina no país foi anunciado no dia do encerramento da Rio+20, a Conferência da ONU para o Desenvolvimento Sustentável, e gerou críticas de ambientalistas.

Fonte: Terra

Pré-sal aquece fusões e aquisições em petróleo e gás

Foram registradas oito operações de fusões e aquisições envolvendo empresas de petróleo e gás, nos cinco primeiros meses deste ano, apontou pesquisa divulgada ontem pela KMPG. Para Paulo Guilherme Coimbra, sócio da KPMG no Brasil, os números até maio de 2012 são bons, se comparados aos primeiros seis meses de 2011, quando foram sete.

Segundo ele, a expectativa do setor é que o número de negócios chegue a 30 até o final do ano, o que mostra que o mercado continua aquecido. Coimbra frisou ainda que apesar das novas regras do Cade (Conselho Administrativo de Defesa Econômica) terem acelerado algumas operações no primeiro semestre, outras não foram concluídas e ficaram para o segundo, além disso, novos contratos ainda devem ser firmados. Do ponto de vista de volume, talvez (o resultado) esteja um pouco abaixo do esperado, avalia.

Segundo ele, de uma maneira geral, o país está vendo transações e movimentos de mercados de empresas em negociação, o que vai fazer o número ficar mais próximo do apurado no ano passado. A expectativa é de que o mercado continue aquecido. Devemos fechar o ano com um total de 20 a 30 operações deste tipo, concluiu Coimbra.

Em 2011 e 2010, a pesquisa indicou 29 e 34 operações, respectivamente, entre fusões e aquisições. Em 2009, foram apenas nove. O pré-sal tem sido um grande atrativo para novos players para o setor, já que o Brasil é onde há uma das maiores expectativas de crescimento de reservas no mundo. Quando o pré-sal começar a deslanchar, com rodadas e produção, isso tende a ter impacto forte dentro de investimentos, financiamentos e fusões e aquisições, completou Paulo Guilherme.

De acordo com Coimbra, os números podem ser ainda maiores, se novas rodadas de licitação do setor forem marcadas. Temos a questão da expectativa do mercado de novas rodadas de licitação, pois, com isso, se tem uma maior previsibilidade de demanda e fica mais fácil favorecer o fluxo de caixa das empresas. Outro aspecto diz respeito à crise na Europa e nos Estados Unidos, porque as empresas estrangeiras têm menos acesso à financiamento para fazer aquisições, explicou.

Além da crise econômica mundial, a exigência de conteúdo local também é um fator que pode estar contribuindo para que a velocidade das negociações não seja ainda maior. A regra não está totalmente definida, o que dificulta a previsibilidade do que se vai fazer, falou. Coimbra frisa que a tributação complexa existente no Brasil não é mais uma entrave, pois o país já é considerado seguro para investimentos. A maioria das empresas já conhece o país, já está aqui ou já negociam com o Brasil, disse.

Fonte: Investe SP