domingo, janeiro 30, 2011

Conheça a Eikelândia, a obra mais arrojada de Eike Batista


No litoral fluminense, bilionário constrói porto e quer atrair empresas de aço, cimento, carro, produtos Apple, além da cidade "X"

A ponte mede quase três quilômetros de comprimento. Nasce em solo arenoso e avança sobre o mar adentro. Está montada sobre 662 estacas fincadas no fundo da água que se enfileiradas teriam a distância de 38 quilômetros. Sua estrutura tem a largura de 27,5 metros, que permitirão não só a passagem de uma gigantesca correia de transporte de minério de ferro como também a circulação de caminhões pesados.

Na ponta da ponte em alto-mar, a temperatura supera os 30 graus. O forte vento reduz a sensação térmica, mas deixa o mar agitado. As primeiras pedras lançadas para a construção do quebra-mar já começam a aparecer na superfície e vão proteger os navios que chegarão no futuro porto que está sendo construído. Ao todo, serão lançados 1,8 milhão de metros cúbicos de blocos de pedras no mar, o equivalente ao morro do Pão de Açúcar.

Quando estiver pronto, o porto acomodará dez berços de atracação. O calado natural de 15 a 18 metros já seria suficiente para navios Panamax, nas medidas que cruzam o canal do Panamá. Mas as obras de dragagem vão aumentar a profundidade para 25 metros, o que inclui a nova geração de meganavios Chinamax, com capacidade carga de mais de 350 mil toneladas de minério, que hoje chegam apenas a poucos portos existentes no mundo.

A obra Superporto do Açu começou no fim de 2007. Até sua conclusão, prevista para 2012, receberá investimentos de R$ 4,5 bilhões. Mas o porto e a estrutura para o transporte do minério serão uma migalha se comparados a todos os projetos sonhados pelo empresário para a região.

Se o plano idealizado por Eike Batista se materializar, os investimentos - um complexo industrial integrado às atividades portuárias além de um megaempreendimento residencial para acomodar dezenas de milhares de pessoas - vão transformar São João da Barra, município com 32 mil habitantes do litoral norte fluminense, numa verdadeira “Eikelândia”.

O Superporto do Açu é o cartão-postal mais vistoso dos empreendimentos do oitavo homem mais rico do mundo, segundo ranking da revista “Forbes” divulgado em março de 2010. Quase todas as empresas do grupo EBX, o conglomerado empresarial criado pelo multibilionário, composto por uma sopa de siglas todas com a palavra “xis”, têm planos de investimentos no complexo, que fica a pouco mais do que três horas de carro da cidade do Rio de Janeiro.

A empresa de logística LLX responde pelas atividades portuárias; a de energia MPX planeja construir duas usinas térmicas, uma movida a carvão importado (2.100 MW) e outra a gás (3.330 MW), similar à oferta de energia firme de Itaipu; a empresa de construção naval OSX prevê instalar seu estaleiro. A OGX é outra potencial candidata a ter uma base local: a empresa de petróleo e gás tem direitos na exploração de blocos na bacia de Campos, a menos de 300 quilômetros da costa.

O grupo empresarial de Eike Batista já teve mais coisa na área do complexo do Superporto do Açu, mas vendeu. A MMX, empresa de mineração de Eike, tinha montado um sistema que incluía a exploração de uma mina em Minas Gerais, o mineroduto de 500 quilômetros para o carregamento da matéria-prima até Açu, onde será beneficiado e transportado pelo porto ao exterior. Mas juntamente com outro projeto no Amapá, Eike Batista vendeu o negócio por US$ 5,5 bilhões para a Anglo American, uma das maiores do setor no mundo. A mineradora Anglo continua com as obras no complexo, e o prazo de conclusão é o mesmo ano quando houver a finalização do porto.

Além dos negócios próprios, o plano para a Eikelândia contempla a instalação de outros grandes empreendimentos. Numa área de 90 quilômetros quadrados, equivalente a cidade de Vitória (ES), o bilionário brasileiro pretende atrair duas siderúrgicas – uma já assinou contrato com os chineses da Wisco, uma das três principais produtoras de aço do país asiático.

A outra foi fechada com os ítalo-argentinos da Ternium-Techint, um dos maiores fabricantes de aço da América Latina. Cada uma das siderúrgicas terá fábricas de cimento como vizinha - a Votorantim e a Camargo Corrêa, as duas maiores empresas brasileiras do setor, já assinaram acordos de intenção de investimento com as empresas de Eike.

O empresário já indicou seu interesse em atrair uma montadora de carros. Toyota? Suzuki? Essas são as marcas especuladas pelos moradores da região. Carro chinês? Carro elétrico? O Nano? O nome não é revelado pelo empresário em suas entrevistas ou mensagens pelo Twitter. Pouco se sabe sobre boa parte dos 60 memorandos de entendimentos assinados pelas empresas de Eike, que não abre as informações alegando por questões de confidencialidade.

Para completar o conjunto de projetos, indignado pelo fato de o consumidor brasileiro pagar mais do que o dobro para ter acesso um iPad, o bilionário empresário disse que gostaria de atrair uma fabricante de produtos da Apple para sua “Eikelândia”. O investimento total é estimado em US$ 36 bilhões.

Fonte: http://www.clickmacae.com.br/

Intuição de pioneiro abriu caminhos em águas profundas


"Um visionário, um descobridor de caminhos". Talvez sejam essas as definições que mais se ajustem à trajetória de vida de Carlos Walter Marinho Campos, um pioneiro da exploração de petróleo no Brasil. Não é por acaso que elas estão apostas em um grande painel no memorial em homenagem ao geólogo, na sede da Unidade de Negócios da Bacia de Campos, em Imbetiba, Macaé.

Durante quase três décadas, Marinho Campos dedicou-se a campanhas exploratórias em toda a plataforma continental, formou uma geração de geológos de petróleo e foi um obstinado defensor da capacitação tecnológica brasileira em águas profundas.

É questão de justiça reconhecer que a estruturação da Bacia de Campos como a mais sólida província petrolífera do País muito se deve à competência, ao empenho e, sobretudo, à intuição de Marinho Campos. Em 1977, ainda nos primórdios da Bacia de Campos, ele afirmava: "O início da exploração de petróleo foi marcada por homens desprovidos de conhecimento geológico, mas dotados de notável intuição sobre onde buscá-lo". Foi essa intuição que levou Marinho Campos a convencer o governo federal a investir na exploração de petróleo em águas profundas -o que acabou se revelando uma vocação da indústria petrolífera nacional.

O Memorial CarlosWalter Marinho Campos homenageia o pioneiro da exploração de petróleo no Brasil

Mineiro de Barbacena, nascido a 15 de fevereiro de 1928, Marinho Campos formou-se em Engenharia pela Escola de Minas de Ouro Preto, em 1952. Já no ano seguinte ingressou como geólogo assistente no Conselho Nacional do Petróleo e realizou seus primeiros trabalhos de campo no Maranhão e no PiauÍ. Em 1954 foi admitido na Petrobras, onde galgou diversos cargos, até chegar ao posto de diretor. Entre 1979 e 1985 formulou a política de exploração em águas profundas, concentrando pesquisas na Bacia de Campos. São desse período as descobertas dos campos de Marlim e Albacora, duas evidências de que a intuição de Marinho Campos estava certa.

Casado com Zélia Marinho Campos, cinco filhos e sete netos, o geólogo aposentou-se na Petrobras em outubro de 1985 e passou a se dedicar à iniciativa privada até o seu falecimento, em 19 de fevereiro de 2000, aos 72 anos.

Fonte: http://www.clickmacae.com.br/

CARACTERÍSTICAS TÉCNICO-ECONÔMICAS DO GÁS NATURAL


Ao contrário do que ocorre com a maioria dos combustíveis fósseis, facilmente armazenáveis, a decisão de investimento em gás natural depende da negociação prévia de contratos de fornecimento de longo prazo, do produtor ao consumidor. Essas características técnico-econômicas configuram num modo de organização no qual o suprimento do serviço depende, previamente, da implantação de redes de transporte e de distribuição, bem como na implantação de um sistema de coordenação dos fluxos, visando o ajuste da oferta e da demanda, sem colocar em risco a confiabilidade do sistema.

Devido às fortes barreiras à entrada de novos concorrentes, o modelo tradicional que predominou do pós-guerra até o início dos anos 1980, mesmo com variantes de um país a outro em função de contextos jurídicos e institucionais, é estruturado por três atributos principais: integração vertical, monopólios públicos de fornecimento e forma de comercialização baseada em contratos bilaterais de longo prazo. Para a indústria de gás natural, esse modelo permitiu, na Europa e nos Estados Unidos, uma forte expansão da produção e de gás e o incremento significativo da participação do gás no balanço energético destes países.

No Brasil, até 1997, predominou o modelo de monopólio estatal da Petrobras na produção e no transporte de gás natural, ficando as distribuidoras estaduais a cargo da distribuição e venda de gás aos consumidores residenciais e industriais. Também existiam casos em que a Petrobras fornecia gás diretamente a alguns grandes consumidores.

Após 1997, com a nova Lei do Petróleo, a Petrobras perdeu o monopólio sobre o setor. Para se adequar à lei do livre acesso, a estatal se viu obrigada a criar um empresa para operar seus gasodutos - A Transpetro. Até 3 de março de 2009, o setor carecia de uma legislação específica. Com a publicação da Lei n. 11.909, de 4 de março de 2009, foram criadas normas para exploração das atividades econômicas de transporte de gás natural por meio de condutos e da importação e exportação de gás natural (art. 1º).

Fonte: http://www.nicomexnoticias.com.br/