quarta-feira, setembro 07, 2011

Shell fortalece planos de perfuração nas áreas do pré-sal


A prioridade atual para a empresa é a exploração da Bacia de Santos

Nos próximos dois anos, a Shell planeja perfurar de sete a dez novos poços no País, incluindo áreas do pré-sal, afirma o presidente da companhia no Brasil, André Araujo. O executivo detalha que o ritmo de investimentos deverá se acelerar, e que o Brasil é hoje um dos seis países chave para Shell mundial.

“A Shell tem um robusto programa de perfuração no Brasil, o que vai colaborar para nos manter na liderança entre as petroleiras internacionais que atuam aqui.” A prioridade atual para a empresa é a exploração da Bacia de Santos. De acordo com Araujo, a companhia vai retirar gás “não convencional” do território. A commodity está concentrada em reservatório com baixa permeabilidade na rocha, criando um desafio tecnológico para a companhia.

“Isso torna a extração mais difícil, vários poços serão necessários para conseguir uma descoberta comercialmente viável.” A análise do executivo, no entanto, é de que se trata de uma fonte de valor, além de limpa. “A empresa tem uma grande experiência neste tipo de exploração”, ressalva.

Recentemente a empresa antecipou a exploração de cinco blocos on-shore na Bacia de São Francisco. O objetivo, segundo Araujo, é identificar a presença de gás em escala comercial. “A iniciativa faz parte da perspectiva da Shell de que, em 2012, a produção de gás natural ultrapasse a de petróleo pela primeira vez na história da companhia.” O presidente da Shell no Brasil explica que a prioridade dada ao gás está em linha com a tendência de menor uso do petróleo mundialmente e consequente adoção de combustíveis menos poluentes, como gás e biocombustíveis.

ENERGIA RENOVÁVEL - Enquanto na América do Norte o foco da companhia na área de energias renováveis é a geração por meio de usinas eólicas, no Brasil Araujo destaca a importância dos programas na área de biocombustíveis. Para o executivo, o etanol produzido a partir da cana de açúcar caminha para se tornar uma commodity global. A aposta da companhia no setor é alta. Neste ano, a empresa firmou join venture com a produtora de açúcar e etanol Cosan, para criar a Raízen.

“No ano passado, o etanol foi o principal responsável no aumento do mercado de combustíveis. O crescimento na venda de carros flexfuel é um exemplo. Para acompanhar essa demanda, é necessário investir nesse mercado”, afirma Araujo. O executivo afirma ainda que a empresa está direcionando recursos para o desenvolvimento de lubrificantes que ajudem a aumentar a economia de combustível.

As iniciativas da Shell no País incluem cerca de R$ 20 milhões em investimentos em Pesquisa & Desenvolvimento (P&D) para construir centros de tecnologia especializados em biocombustíveis avançados e modelagem estratigráfica. Além disso, neste ano, a companhia vai iniciar dez novos programas sociais, além dos tradicionais investimentos, totalizando recursos de R$ 6 milhões – mais do dobro do aplicado em 2010.

FUTURO - O presidente da Shell no Brasil aposta em demanda crescente por energia no mundo. “No ritmo de desenvolvimento em que estamos, a demanda global deve dobrar até meados deste século, em relação aos níveis do ano 2000”, estima Araujo.

Ele ressalta que o número pode triplicar, caso a maneira de se fazer negócios no mundo continue a mesma. “Nesse cenário de mudanças, a Shell preferiu aumentar os investimentos em gás natural, por exemplo, porque acredita que essa fonte será importante componente do sistema de energia de baixo carbono em 2030.”

Fonte: J.Commercio

Abenav aposta no pré-sal ajudando empresas brasileiras


Estimativas da entidade indicam que o pré-sal irá implicar produção de 97 plataformas de produção

Com sede no Rio de Janeiro, a Associação Brasileira das Empresas do Setor Naval e Offshore (Abenav) foi criada com a participação dos principais estaleiros brasileiros, além de representar os setores naval e offshore e fornecedores de materiais e serviços para o setor de óleo e gás. Também fará parte da associação toda a cadeia fornecedora de bens e serviços e suas entidades, ou seja, todos que têm interesse de fornecimento para a exploração do pré-sal.

No Navegar 2011, a Abenav foi apresentada para o mercado gaúcho através de uma palestra de seu diretor Luis Felipe Camargo, que também falou sobre o novo cenário do setor naval. Com a demanda do pré-sal, a previsão é que a indústria de óleo e gás, que responde por 10% do PIB brasileiro, dobre a sua participação.

Segundo ele, a importância do pré-sal também é dimensionada pela perspectiva de aumento da reserva de barris: hoje o país conta com 14 bilhões de barris em suas reservas e poderá chegar a 100 bilhões com a descoberta do pré-sal. Camargo disse que a missão da entidade é ajudar a as empresas brasileiras a se prepararem para concorrer com as companhias estrangeiras tendo como base a qualidade, preço e prazo; acompanhar a implantação e exploração do pré-sal nos aspectos técnico, regulamentar e comercial; articular isenções fiscais e tributárias, além de novos financiamentos para as empresas do setor, frente aos governos estadual e federal.

Atualmente, os estaleiros empregam 60 mil pessoas e até 2018 chegará ao número de 110 mil empregados diretos, que é o que a indústria automobilística emprega hoje. As estimativas da Abenav indicam que o pré-sal irá implicar produção de 97 plataformas de produção, 510 barcos de apoio e 80 navios, com conteúdo nacional entre 65% e 70% do valor total. Isso deverá significar um volume espantoso de encomendas no mercado interno, desde tubos, a parafusos, material elétrico e motores.

Fonte: Conexão Marítima

Cabral sugere que governo aumente alíquota da tributação de petrolíferas


A proposta foi o aumento de 30% sobre as três faixas da participação especial

O governador do Rio de Janeiro, Sérgio Cabral, voltou a defender valores diferenciados para os estados produtores de petróleo na exploração do petróleo da camada pré-sal. Desta vez, o pedido foi feito ao ministro da Fazenda, Guido Mantega.

Para que o Rio de Janeiro não saia perdendo, a proposta é aumentar a tributação das empresas exploradoras de petróleo, com o reajuste da alíquota da participação especial. Com isso, segundo Cabral, a arrecadação de estados e municípios não produtores aumentaria em RS$ 3,5 bilhões por ano.

“É uma alternativa, volto a dizer, não é quebra de contrato, é decreto presidencial, aumentar a alíquota da participação especial, com que nós, [estados] produtores, nos beneficiaríamos também. Proponho aumento de 30% sobre as três faixas da participação especial, o que aumentaria a arrecadação em cerca de RS$ 3,5 bilhões por ano e teria mais que os estados e municípios esperam. É valor adicional que o Rio de Janeiro teria direito e abre mão desse valor. Nós abrimos mão dessa receita adicional”, disse.

Segundo Cabral, a medida foi adotada em países como a Grã-Bretanha e os Estados Unidos. “Por exemplo, a Grã-Bretanha e o Reino Unido não são propriamente países que quebram contratos. Lá, houve aumento nos postos [exploradores de petróleo] existentes, como estou propondo. Não vejo problema, não compromete a receita da União”, comparou. O governador do Rio de Janeiro defendeu que a diferença na tributação seja paga “pelas gigantes exploradoras de petróleo”.

“Isso é que nem Imposto de Renda que pode aumentar ou diminuir a alíquota ano a ano. A participação especial só incide sobre o lucro líquido, não incide sobre os custos. Só em grandes campos, a exploradora do petróleo coloca todos os custos. Após retirar todos os custos sobre o lucro líquido, paga participação especial. É super razoável que haja esse reajuste, não é nada demais, está muito mais baixo do que o que outros países cobram no mundo”, argumentou.

Segundo Cabral, atualmente, existem 80 campos de petróleo em produção no Brasil. Desses, 14 ou 15 empresas pagam participação especial e respondem a 80% da exploração nacional.

De acordo com Cabral, durante a reunião, Mantega comprometeu-se a se decidir sobre o assunto até o dia 15 de setembro. O prazo do Congresso Nacional para decisão sobre os royalties do pré-sal foi alterado para o dia 5 de outubro. Na semana passada, o governador do Espírito Santo, Renato Casagrande, foi recebido pelo ministro da Fazenda para tratar do tema. O governador de São Paulo, Geraldo Alckmin, também é esperado para discutir o assunto.

Fonte: Agência Brasil