terça-feira, julho 10, 2012

Brasil teria de importar etanol para ampliar mistura na gasolina

O objetivo é aumentar de 20% para 25% o teor de álcool anidro na gasolina

São Paulo (SP) - A proposta da Petrobras, em análise pelo Ministério de Minas e Energia, de aumentar de 20% para 25% o teor de álcool anidro na gasolina esbarra na incapacidade do mercado produtor brasileiro de atender à expansão de imediato. No curto prazo, seria preciso importar etanol.

Com mais etanol na mistura, a Petrobras teria um alívio de caixa, pois reduziria a necessidade de importação de gasolina. Para o presidente executivo interino da União da Indústria da Cana-de-açúcar (Unica), Antonio de Pádua Rodrigues, "é muito difícil chegar aos 25% com produção nacional".

Um desafio para os produtores é que a safra atual de cana-de-açúcar já está com andamento de 25% a 30%. Ou seja, a indústria já planejou as produções em curso para a atual mistura de 20%. Uma decisão do governo sobre o tema seria mais conveniente no início da safra, em abril, segundo Pádua Rodrigues. "é importante sair com a regra já definida no início da safra", afirmou.

A Unica deverá terminar até o fim do mês os estudos sobre a oferta nacional para avaliar a possibilidade de aumento da mistura. Os dados servirão como base para definir para quanto os 20% atuais poderiam ser elevados. Em junho, a Petrobras Biocombustíveis preparou estudo em defesa do aumento da mistura para 25%. A proposta foi encaminhada pela Petrobras ao ministro de Minas e Energia, Edison Lobão, que ainda não respondeu.

Fonte: Estado de São Paulo

Governo compra navios britânicos para defender o pré-sal

Embarcações possuem capacidade para abrigar seis contêineres, duas lanchas e um heliponto poderão também agir em ações humanitárias ou de resgate no mar

Portsmouth (Inglaterra) - O governo está reforçando a frota da Marinha para defender as riquezas naturais brasileiras no Oceano Atlântico, inclusive o pré-sal. Foram adquiridos neste ano três navios de patrulha oceânica do Reino Unido, que custaram ao todo R$ 400 milhões. Até dezembro, terá início um programa de compras de cerca de R$ 8 bilhões, que inclui diversos tipos de embarcações para aumentar a presença e a força de combate no mar.

O “Amazonas”, de duas mil toneladas, foi o primeiro desses navios de patrulha entregue pela britânica BAE Systems, no mês passado. As embarcações navegarão em alta velocidade, com capacidade de passar 35 dias no mar. Quando as três forem entregues, ao menos uma estará sempre em operação.

Com um canhão e duas metralhadoras, os navios vão combater ações ilegais, desde pirataria convencional e pesca sem licença até vazamentos de óleo.

Os navios, que possuem capacidade para abrigar seis contêineres, duas lanchas e um heliponto, poderão também agir em ações humanitárias ou de resgate no mar. O governo também adquiriu a tecnologia usada nos navios. Isso significa que a Marinha pode replicá-la para outras embarcações. Pelo menos mais dois navios desse modelo seriam necessários, segundo o governo.

— Há uma tônica nacional de estímulo à formação de uma indústria militar de defesa — disse o chefe do Estado-Maior da Armada, almirante de esquadra Fernando Eduardo Wiemer.

Ao lado da foz do Rio Amazonas, a área de exploração do pré-sal foi estabelecida como de “grande prioridade estratégica” pelo ministério da Defesa. Na foz do Amazonas, está a chamada Amazônia Azul, região com maior biodiversidade de toda a costa brasileira.

Frota favorecerá as relações exteriores

Os três navios de patrulha adquiridos pelo Brasil ajudarão a defender não só a costa brasileira como também as ações e os interesses econômicos do país em mares estrangeiros. O Brasil participou, este ano, por exemplo, de ação da Organização das Nações Unidas (ONU) no Líbano.

O chefe do Estado-Maior da Armada, almirante de esquadra Fernando Eduardo Wiemer, destaca que mais de 90% do comércio exterior passam pelo mar, mas a fiscalização é limitada nos 4,5 milhões de quilômetros quadrados de oceano pertencentes ao país. Por isso, ele defende o reaparelhamento da Marinha:

— Quem indica a fronteira marítima é a presença de navios da Marinha. Com o navio presente, quem passa por ali sabe que aquela região pertence ao Brasil e isso inibe outros países de virem aqui explorar nossas riquezas — disse Giovani Corrêa, comandante do navio “Amazonas”.

Navios foram “compra de oportunidade”, diz Marinha

Segundo Corrêa, o forte combate à pirataria no litoral africano pode fazer os piratas migrarem da costa leste para a costa oeste do continente:

Se não estivermos preparados, eles podem vir em direção à nossa costa — destacou.

Os três navios britânicos foram, segundo a Marinha, uma “compra de oportunidade”, que ocorreu após o fracasso de uma negociação entre a empresa e o governo de Trinidad e Tobago.

O Programa de Obtenção de Meios de Superfície (Prosuper) prevê ainda a aquisição de cinco fragatas ou navios de escolta de seis mil toneladas, cinco navios de patrulha oceânica de 1,8 mil toneladas e um navio de apoio logístico de 12 mil toneladas.

A britânica BAE Systems também fornece navios para a Marinha Real, como é conhecida a força marítima britânica, que está entre as mais desenvolvidas do mundo e mantém relações de intercâmbio com a Marinha brasileira.

No entanto, seis outros países apresentaram propostas que cumprem os requisitos técnicos e operacionais do Prosuper: Alemanha (Thyssenkrupp), Coreia do Sul (DSME), Espanha (Navantia), França (DGN), Holanda (Damen) e Itália (Fincantieri).

Para o governo, o reforço da presença da Marinha nos oceanos favorece não só a defesa das fronteiras, mas também a dos interesses do Brasil. Os navios de patrulha poderão fazer ações em outros mares. No caminho entre Portsmouth, na Inglaterra, e o Brasil, por exemplo, o “Amazonas” passará pela costa de diversos países africanos, como forma de aproximar relações.

— A costa oeste da África tem papel muito importante, então não podemos, após recebermos um navio novo, deixar de visitar portos de países com quem o Brasil busca estreitar o relacionamento — destacou Wiemer.

Fonte: O Globo

Transpetro recebe terceiro navio do Programa de Modernização da Frota

Rio de Janerio (RJ) - A Transpetro, subsidiária da Petrobras na área de navegação, recebe na manhã desta segunda-feira, 9, a terceira embarcação do Programa de Modernização e Expansão da Frota (Promef). O navio de produtos Sérgio Buarque de Holanda, deve ser entregue no Estaleiro Mauá, em Niterói, a partir das 10h.

Com 183 metros de comprimento e capacidade para transportar 56 milhões de litros de combustíveis, o navio é o 200º construído pelo Estaleiro Mauá, em Niterói (RJ). A embarcação tem índice de nacionalização de 72%, acima dos 65% estipulados em contrato.

O Promef já encomendou 49 navios petroleiros, com investimento de R$ 10,8 bilhões, e 20 comboios hidroviários, por R$ 432 milhões. O programa viabilizou a implantação de três novos estaleiros no Brasil: Estaleiro Atlântico Sul (EAS), já em operação, e os estaleiros STX-Promar e Rio Tietê, ambos em construção.

Depois de anos décadas de crise, o Brasil já tem a quarta carteira mundial de encomendas de navios. O setor, que chegou a ter menos de dois mil trabalhadores na virada do século, emprega hoje quase 60 mil pessoas.

Em 25 de novembro do ano passado, a Transpetro recebeu, também do Estaleiro Mauá, o navio de produtos Celso Furtado. Em 25 de maio de 2012, entrou em operação o petroleiro João Cândido, construído pelo Estaleiro Atlântico Sul (EAS), em Pernambuco.

Fonte: O Povo On Line