sexta-feira, dezembro 28, 2012

Chevron anuncia duas descobertas de gás no oeste da Austrália

A presidente de exploração e produção da divisão Ásia-Pacífico da Chevron, Melody Meyer, afirmou em nota que as descobertas comprovam o potencial da região

São Paulo (SP) - A petroleira americana Chevron anunciou hoje que sua subsidiária australiana teve sucesso nas duas campanhas exploratórias no oeste do país, na área de Exmouth, na Bacia de Carnarvon.

No poço de Pinhoe-1 foi encontrada uma coluna de aproximadamente 60 metros de gás. O poço está localizado a cerca de 200 quilômetros da costa. Já no poço Arnhem-1, que fica um pouco mais distante, a 290 quilômetros da costa, foi encontrada uma coluna de 45,5 metros de gás.

A presidente de exploração e produção da divisão Ásia-Pacífico da Chevron, Melody Meyer, afirmou em nota que as descobertas comprovam o potencial da região. “Essas descobertas na área de Exmouth são importantes na medida em que foram realizadas em uma área distante das descobertas anteriores e indicam o potencial de desenvolvimento de uma região mais ampla na Austrália." A Chevron já anunciou 19 descobertas na Austrália desde meados de 2009.

A companhia é operadora de ambas as áreas onde foi encontrado gás e tem uma participação de 50% no bloco. A outra metade está nas mãos da Shell.


Fonte: Valor Online

Vale vende fatia em bloco de petróleo por US$ 40 milhões

No início de dezembro, o presidente da Vale, Murilo Ferreira, disse que a companhia iria anunciar a venda de parte de seus ativos de petróleo dentro de algumas semanas

Rio de Janeiro (RJ) - A Vale anunciou nesta quarta-feira acordo para venda de sua participação de 25% da concessão BM-ES-22A, na Bacia do Espírito Santo, à Statoil por US$ 40 milhões à vista. A mineradora disse que a venda a isenta de obrigações de investimento de cerca de US$ 80 milhões até o fim de 2013, segundo comunicado.

"A estratégia da Vale de crescimento e criação de valor sustentável engloba múltipla opções, sendo a gestão ativa do portfólio uma ação importante para otimizar a alocação de capital e concentração dos esforços da administração", afirmou.

A mineradora informou no começo deste ano que colocaria à venda seus ativos de petróleo e gás, dentro de um plano de se desfazer de empreendimentos que fogem às suas atividades principais de mineração.

Fonte: Portal Terra

Brasil volta a ser o alvo de capital externo

Alexandre Gartner, diretor de pesquisa do HSBC: percepção de que ações do mercado mexicano ficaram caras em comparação aos papéis brasileiros

São Paulo (SP) - O fluxo de capital externo para a Bovespa no ano, até 20 de dezembro, totalizava pouco mais de US$ 630 milhões, o que enseja para 2012 o menor volume desde 2008. Os investidores direcionaram recursos para outros países como o México, mas a expectativa dos analistas para 2013 é de retorno dos estrangeiros para o Brasil. O rebalanceamento prevê a redução das posições em México, mercado agora considerado caro, e aumento das apostas nas ações brasileiras.

O Bank of America Merrril Lynch publicou relatório alterando a recomendação para Brasil para acima da média do mercado ("overweight") e do México para neutro. O HSBC está com indicação de "overweight" para Brasil e neutro para México. A americana BlackRock, maior gestora de fundos de investimento global, mantém posição comprada em Brasil em relação à média do mercado e está neutra em México nos portfólios voltados para América Latina.

"O Brasil representa cerca de 64% da nossa carteira, enquanto a participação no índice de ações da região está em 58%", afirma Will Landers, gestor dos fundos de renda variável para a América Latina.

Segundo calcula o diretor de pesquisa do HSBC, Alexandre Gartner, o mercado de ações mexicano está mais caro que o brasileiro. Enquanto a bolsa do México negocia a uma relação preço/lucro (indicador utilizado para medir o tempo de retorno de um investimento) de 17 vezes, o múltiplo da bolsa brasileira está em 10 vezes. "O múltiplo da bolsa mexicana sempre foi superior ao da bolsa brasileira, mas essa diferença se ampliou neste ano".

A bolsa mexicana acumula alta de 25,4% no ano, enquanto a brasileira cai 2,05% em dólar, considerando o fechamento de ambos os mercados ontem.
A previsão de um cenário mais positivo para a bolsa brasileira no ano que vem está relacionada à expectativa de crescimento maior da economia e, consequentemente, dos lucros das empresas. Na conta também está um cenário mais favorável de expansão da atividade econômica da China, que tende a beneficiar empresas brasileiras exportadoras de commodities. O HSBC, por exemplo, prevê crescimento de 8,5% para a economia chinesa em 2013.

O real mais desvalorizado também deve contribuir para o aumento das receitas das empresas exportadoras. Hoje o dólar é cotado na casa de R$ 2,05.

Além disso, o cenário internacional parece mais favorável no ano que vem. "A Europa tem mostrado sinais de que está indo bem e acredito que os Estados Unidos devem chegar a uma solução para a questão fiscal", diz Rodrigo Moliterno, diretor da Fator Corretora.

O corresponsável pela área de corretagem e análise de ações do Credit Suisse na América Latina, Emerson Leite, afirma que os investidores estrangeiros começam a considerar um aumento da alocação de recursos em ações brasileiras. "Temos visto alguns clientes estrangeiros interessados em comprar boas histórias na bolsa, inclusive em aberturas de capital." A corretora do Credit Suisse estima crescimento de lucro das empresas que fazem parte do Ibovespa entre 10% e 15% em 2013 e vê oportunidades em setores ligados à economia doméstica e no segmento de bancos, um dos que mais sofreram com a interferência do governo. A casa alterou a perspectiva para esses papéis de negativa para neutra.

Já a BlackRock vê oportunidades nas "blue chips" que, conforme calcula a área de gestão, estão com preços descontados. "Estamos com posição acima da média do mercado em Bradesco e também em Vale", diz Landers. Apesar da forte valorização neste ano, o gestor acredita que ainda há oportunidade no setor de varejo. Hoje, a maior posição comprada em ações brasileiras em relação ao índice é na concessionária de rodovias CCR. "Gostaria de ter mais investimento em infraestrutura no Brasil, mas faltam papéis", afirma Landers.

A decepção com o fraco desempenho do PIB brasileiro, que deve encerrar o ano com expansão de 1%, e a interferência do governo em alguns setores como bancos, petróleo e energia, fizeram com que os estrangeiros resgatassem parte dos recursos aplicados em ações brasileiras e em recibos de ações (ADRs, American Depositary Receipts) na bolsa americana. A aplicação líquida de estrangeiros nesses papéis estava negativa em US$ 301 milhões no ano, até novembro.

O volume financeiro médio diário com ADRs brasileiros caiu 26% em relação à media registrada no ano passado, passando de US$ 2,727 bilhões para US$ 2,015 bilhões, menor nível desde 2009. Isso fez com que o índice que acompanha o desempenho dos ADRs brasileiros acumulasse queda de 10,54% até novembro, terceira pior performance entre os índices de ADRs da América Latina.

Para o BofA Merrill Lynch, o barulho da intervenção governamental no Brasil deve diminuir, "ou ao menos já está precificado na maioria dos setores". O BofA acrescenta que, apesar de um forte 2012, espera outro bom ano para a infraestrutura. "À medida que os governos tentam estimular o crescimento, novos projetos devem começar a ser desenvolvidos e novas concessões devem ser positivas para ações no Brasil e no México" escrevem os analistas Felipe Hirai, Marina Valle, Stephen Suttmeier e Marcos Buscaglia em relatório.

O gestor da BlackRock também acredita que as medidas adotadas devem ter efeito positivo para a economia no final das contas, reduzindo o chamado "custo Brasil" e incentivar os investimentos. "A comunicação desses movimentos não foi feliz, mas a meta está certa", afirma Landers.

Fonte: Valor Econômico