quarta-feira, agosto 29, 2012

Três mil empregos de nível superior devem ser criados na área tecnológica com o pré-sal

BRASÍLIA – O setor de petróleo e gás deve continuar abrindo novos empregos no Brasil a cada ano, seja por meio de concursos públicos da Petrobras…
Várias empresas do setor estão procurando estreitar contatos com as universidades para, por meio de convênios, terem acesso mais rápido e facilitado à mão de obra que está se formando
BRASÍLIA – O setor de petróleo e gás deve continuar abrindo novos empregos no Brasil a cada ano, seja por meio de concursos públicos da Petrobras ou nas empresas privadas que vão participar dos projetos na camada do pré-sal, como avalia o presidente do Conselho Regional de Engenharia e Agronomia do Rio de Janeiro (Crea-RJ), Agostinho Guerreiro.
“A perspectiva é que, somando os setores público e privado, a gente deve ter pelo menos 2 mil a 3 mil empregos nos próximos dois anos a três anos na área tecnológica, que envolve engenheiros e geólogos.” Segundo Guerreiro, a maior parte da mão de obra para atender à demanda do pré-sal será encontrada dentro do próprio país, “porque aumentou muito o ritmo de formação de engenheiros.”
Até uma década atrás o nível de abandono em profissões da área tecnológica era elevado, sobretudo da engenharia. “Chegava a 50% e, em casos extremos, até 60% ou mais.” Agora, como as perspectivas em relação ao futuro são boas, sinalizando bons empregos e salários, o índice de evasão caiu para 20% ou 25%, que é o de países de primeiro mundo, explicou Guerreiro.
Já para o professor do Departamento de Engenharia de Minas e de Petróleo da Escola Politécnica da Universidade de São Paulo (Poli-USP), Ricardo Cabral de Azevedo, o número de profissionais necessários para atender aos projetos do pré-sal é elevado e exigirá a importação de mão de obra estrangeira.
“Está tendo um verdadeiro apagão de profissionais da área, devido à demanda muito grande.” O curso de engenharia de petróleo da Poli-USP está quintuplicando o número de vagas este ano. “E mesmo assim a gente sabe que não vai conseguir atender ao mercado”, disse Azevedo.
Embora não exista um estudo em relação à demanda de mão de obra para a área de petróleo e gás, os alunos que estão se formando têm propostas de emprego antes de terminarem a graduação, segundo o coordenador do curso de Petróleo e Gás da Universidade Federal Fluminense (UFF), Geraldo Ferreira.
Várias empresas do setor estão procurando estreitar contatos com as universidades para, por meio de convênios, terem acesso mais rápido e facilitado à mão de obra que está se formando. “Isso para a área de petróleo em geral. E, como o pré-sal a gente ainda está estudando, ampliando, eu acho que a demanda vai ser cada vez maior”, disse Ferreira.
Sarah Tabosa Henrique, aluna do curso de engenharia de petróleo da UFF, disse que ao prestar vestibular sua ideia era encontrar um curso que fosse do seu interesse e que, ao mesmo tempo, garantisse um bom emprego ao se formar.
“Sabemos que há demanda por profissionais e que eles têm remunerações e planos de carreira muito bons. Ainda faltam dois anos pra eu me formar, mas não estou com pressa. Tenho muito o que aprender, tanto na faculdade como no estágio, e ainda pretendo publicar artigos e apresentá-los em congressos internacionais. É um ramo muito técnico e todo o conhecimento agregado é importante.”
Do mesmo modo, Raphael Huber optou pelo curso de engenharia na UFF, em 2006. “Sabia que o petróleo era uma área promissora para engenheiros. Portanto, a opção parecia boa.” Já formado, trabalha em Aracaju (SE) e acredita que o pré-sal, no momento, representa um enorme desafio.

Fonte: DCI

Petrobras ganha processo bilionário no caso Petroquisa

Recurso obtido pela petroleira evitou o pagamento de uma indenização bilionária à Petroquisa, uma antiga subsidiária petroquímica.
Brasília – A Petrobras conseguiu na terça-feira uma importante vitória. A Terceira Turma do Superior Tribunal de Justiça (STJ) aceitou recurso da empresa que a livrou de pagar uma indenização bilionária à Petroquisa, uma antiga subsidiária petroquímica. A Corte entendeu que não houve abuso de poder quando, na década de 1990, a Petrobras decidiu trocar parte dos ativos da Petroquisa por títulos do Tesouro Nacional.
A Porto Seguro Imóveis, uma acionista minoritária da Petroquisa, recorreu à Justiça do Rio de Janeiro alegando ter sido lesada com as decisões da Petrobras. Segundo a empresa, a Petroquisa teve prejuízos ao vender 90 empresas petroquímicas. A transação foi realizada por meio do Programa Nacional de Desestatização (PND), que estruturou as privatizações iniciadas pelo governo Fernando Collor. A Porto Seguro, que vinha obtendo as principais vitórias judiciais da causa até agora, alegava que os títulos eram “podres” e, por essa razão, teve prejuízo como um dos acionistas minoritários da Petroquisa.
Uma perícia judicial realizada no curso do processo havia estimado o suposto prejuízo da Petroquisa em quase US$ 2,4 bilhões, o que, em valores atualizados, chegaria a R$ 10 bilhões. A Porto Seguro, se vencesse a ação, teria direito a ganhar 5% de prêmio do valor da causa.
O ministro Massami Uyeda, relator da ação, votou a favor da Petrobras. Uyeda argumentou, numa apreciação preliminar do caso, que o processo teria de ser extinto porque a Petrobras recentemente incorporou a Petroquisa. Na prática, o relator disse que, com esse ato, a autora e a credora tornaram-se “uma só empresa”.
Não há possibilidade jurídica de o julgamento ocorrer por causa da confusão”, afirmou. Ainda assim, o relator apresentou um longo voto de mérito favorável à Petrobras, caso sua manifestação preliminar fosse rejeitada pelos colegas.
Durante os debates, os quatro outros ministros da Turma sinalizaram aderir ao voto do relator para arquivar a ação sem apreciar o mérito. Contudo, a ministra Nancy Andrighi fez uma ressalva durante as discussões. Ela ponderou que, se o colegiado julgasse a causa extinta sem analisar o mérito, a estatal correria o risco de sofrer uma nova ação. Por esse motivo, os ministros decidiram julgar a ação no mérito e deram razão à Petrobras.
O colegiado considerou que, ao contrário de uma empresa privada, uma estatal não visa ao lucro nas ações estratégicas que toma. O relator avaliou que uma eventual recusa da Petroquisa de receber títulos públicos da União seria afirmar que o governo federal daria um calote nos donos dos papéis.
Fez-se justiça”, comemorou o advogado Ésio Costa Junior, do departamento jurídico da Petrobras. Costa Junior disse que a estatal tem provisionado R$ 7,6 bilhões para pagar as despesas da causa. A defesa da Petrobras lembrou que cabe recursos da decisão ao próprio STJ e ao Supremo Tribunal Federal.
O advogado Joaquim Simões Barbosa, um dos defensores da Porto Seguro, afirmou que vai aguardar a publicação do acórdão com a íntegra da decisão da Turma para avaliar se a empresa vai recorrer. AS informações são do jornal O Estado de S.Paulo.

Fonte: AE Agência Estado