sexta-feira, janeiro 04, 2013

Petrobras ressalta “grande potencial” em bloco na bacia de Santos

RIO DE JANEIRO, – A Petrobras concluiu a perfuração do poço Carcará, na bacia de Santos, e disse que os dados coletados reforçam a expectativa de “elevado potencial” da área, segundo comunicado nesta quarta-feira.

O poço está localizado no bloco BM-S-8, localizado em águas ultraprofundas no pré-sal da bacia de Santos.

De acordo com a nota, foi identificada uma expressiva coluna de, ao menos, 471 metros de óleo de ótima qualidade, com 402 metros em reservatórios carbonáticos “de excelentes características de porosidade e permeabilidade”.

“Os inúmeros dados coletados do poço –perfis, amostras laterais, fluidos e pressões–, bem como análises petrofísicas… reforçam a expectativa de um elevado potencial de vazão de óleo nos reservatórios perfurados”, afirmou.

As expectativas da empresa devem ser confirmadas ao decorrer das atividades de exploração da área que, segundo a Petrobras, incluem a perfuração de um poço de extensão em 2013, “quando será possível avaliar a produtividade dos reservatórios por meio de testes”.

A estatal informou que o primeiro óleo de Carcará está previsto para 2018.

A Petrobras é a operadora do consórcio, com 66 por cento de participação, em parceria com a Petrogal Brasil, Barra Energia e Queiroz Galvão.

“Diante do potencial poço, foi solicitado à Agência Nacional do Petróleo, Gás Natural e Biocombustíveis (ANP) a extensão do prazo do Plano de Avaliação da Descoberta (PAD) de onde o poço está localizado, que venceria ao final de 2012″, disse a Petrobras.

O consórcio aguarda a decisão da agência Reguladora sobre o assunto.

Fonte: Reuters (Por Laiz de Souza)

Petrobras declara comercialidade de poço e ação volta a subir nesta quinta

Na véspera, estatal comunicou a perfuração do poço Carcará e dados confirmam grande potencial da região

SÃO PAULO – Depois de um 2012 frustrante para as ações da Petrobras (PETR3, PETR4), com perdas de até 13% no caso dos papéis ordinários, em um ano no qual o Ibovespa fechou em alta de 7%, 2013 começa melhor para os acionistas da estatal. Após alguns comunicados sobre a campanha exploratória, as ações da petrolífera aparecem entre as maiores altas do principal índice de ações da bolsa nesta quinta-feira (3).

O ativo PETR3 se valoriza em 1,66%, aos R$ 20,17, próxima à variação do PETR4, que avança 1,57%, aos R$ 20,00. No mesmo momento, às 11h55, o Ibovespa sobe 0,38%. Com a alta da véspera, os ganhos na semana são de 3,17% para as ações ordinárias e de 2,46% para as preferenciais.

Na última noite a Petrobras revelou que concluiu a perfuração do poço Carcará, no pré-sal da Bacia de Santos, e, embora tenha o abandonado provisoriamente, os dados confirmam grande potencial na região. Já nesta manhã a empresa anunciou a declaração de comercialidade de Aruanã e de Oliva, no pós-sal da Bacia de Campos.

Para Carolina Flesch, analista do BB Investimentos, apesar de não trazer impacto de curto prazo na produção, as duas notícias são positivas para a empresa. Mas a declaração de comercialidade deve ter um impacto ligeiramente mais forte sobre os investidores, já que em Carcará a empresa ainda terá que, entre outras medidas, confirmar o potencial da região.

“A boa notícia é que a declaração saiu cerca de seis meses antes do previsto”, diz a analista. Juntas, as acumulações de Aruanã e Oliva (que deverão passar a ser denominadas por Tartaruga Verde e Tartaruga Mestiça) têm um volume estimado de 351 milhões de barris de óleo equivalente, sendo 230 milhões para a primeira e 121 milhões para a segunda. Carolina lembra que o óleo da região é de boa qualidade, mas a produção só deve vir em 2017.

Quanto a Carcará, os dados confirmaram o grande potencial na região, mas a Petrobras abandonou o poço por não ter conseguido chegar à profundidade pretendida. No entanto, a analista do BB afirma que o consórcio responsável pelo poço deve retomar a exploração, uma vez que já pediram à ANP (Agência Nacional de Petróleo, Gás Natural e Biocombustíveis) uma extensão do plano de avaliação da descoberta, cujo prazo venceu em 2012.

Fonte: Infomoney (por Fernando Ladeira)

Com mais três plataformas, pré-sal começa 2013 a todo vapor

RIO — Se por um lado a descoberta do pré-sal fez o Brasil parar a oferta de novas áreas para exploração desde 2008, por outro o desenvolvimento da produção pela Petrobras nos primeiros campos descobertos está a todo vapor. Atualmente, a produção total na camada do pré-sal, incluindo a Bacia de Campos e a de Santos, é de 230 mil barris diários, quase 12% da produção total da estatal, de 1,94 milhão de barris diários. Em 2016, a previsão é que a produção no pré-sal, só com os campos já descobertos, represente 31% do total produzido no país. Para 2013, está prevista a entrada em operação de mais três plataformas no pré-sal, com capacidade total de 320 mil barris diários.

Está em fase final de instalação no campo de Sapinhoá (ex-Guará), na Bacia de Santos, o navio-plataforma Cidade de São Paulo. A unidade é do tipo FPSO (produz e armazena petróleo), tem capacidade para produzir 120 mil barris diários e entrará em operação em janeiro. Também para o mês que vem está previsto o início da produção do navio-plataforma Cidade de Itajaí, no campo de Lula, na Bacia de Santos, com 80 mil barris por dia. A terceira nova unidade no pré-sal é a plataforma Cidade de Paraty, no campo de Lula Nordeste. Entrará em operação em maio, com capacidade de produção de 120 mil barris diários. No ano que vem, também estará a plena capacidade a plataforma Cidade de Anchieta, que entrou em operação no Parque das Baleias, na Bacia de Campos.

Nesses campos do pré-sal são produzidos cerca de 4,4 milhões de metros cúbicos diários de gás natural, dos quais 85% já são aproveitados pela interligação desses sistemas a gasodutos existentes.

Segundo a Petrobras, mais 13 sistemas entrarão em operação até 2016 no pré-sal, além dos sete atuais. Com todas essas plataformas, a previsão é que a produção no pré-sal atinja 775 mil barris diários de petróleo em 2016 — 31% do total do país, que deverá ser de 2,5 milhões de barris por dia. Considerando apenas as descobertas já feitas no pré-sal, no atual regime de concessão, a Petrobras estima que, em 2020, a produção nessa área seja de 1,87 milhão de barris, ou 47% da produção total prevista para essa data, que é de 4,2 milhões de barris diários. Parte dessa riqueza é alvo da disputa por uma nova distribuição de royalties entre estados e municípios produtores e não-produtores.

No atual Plano de Negócios da Petrobras (2012/2016), os investimentos no desenvolvimento do pré-sal são relativamente pequenos frente aos projetos do pós-sal. Segundo a estatal, nesse período serão destinados aos campos do pré-sal US$ 67,7 bilhões dos US$ 236,5 bilhões que a companhia pretende investir no período.

Segundo Edmar Fagundes, coordenador do Grupo de Economia da Energia do Instituto de Economia da UFRJ, o maior problema para desenvolver o pré-sal é a falta de materiais e equipamentos, principalmente sondas e plataformas, e de pessoal.

— O ritmo de investimentos em offshore (no mar) está muito acelerado no mundo, e o pré-sal é o filé mignon. A média dos preços do petróleo neste ano é a maior desde 2007. Então, a maior dificuldade para desenvolver o pré-sal será a disponibilidade de materiais, equipamentos e mão de obra.

Entraves à produção

Para Fagundes, o elevado nível de conteúdo nacional (65%) exigido pelo governo nas encomendas da Petrobras também é um entrave para a companhia desenvolver com mais rapidez a produção no pré-sal. Segundo ele, é importante fixar um nível mínimo, mas, por ser muito elevado, a indústria não tem condições de atender à demanda a curto prazo.

— O conteúdo local é uma política acertada. Mas, no momento em que se investe muito de uma só vez, passa a ser um entrave — explica.

Sem comentar essas questões, a Petrobras destaca que um fator que viabiliza economicamente a produção no pré-sal, a mais de sete mil metros de profundidade e a 300 km da costa, é a alta produtividade por poço. No pré-sal da Bacia de Santos, a produção média por poço supera 20 mil barris por dia. Na de Campos, passa de 10 mil barris diários. Além disso, diz a estatal, o óleo do pré-sal é leve e de excelente qualidade.

Fonte: O Globo