quinta-feira, fevereiro 24, 2011

EXXON EXPERIMENTA DIFICULDADES DO PRÉ-SAL


Em um terreno no qual a Petrobras e outras empresas privadas, como a OGX, recorrentemente anunciam sucessos na descoberta de petróleo, a norte-americana Exxon Mobil contabilizou o que pode ser o primeiro grande fracasso na exploração do pré-sal. A petrolífera registrou como perda, em seu balanço do quarto trimestre de 2010, dois poços perfurados na Bacia de Santos, sob a justificativa de que não continham reservas comerciais de óleo ou gás natural.

O bloco em questão é o BM-S-22, do qual a Exxon é operadora e tem parceria com Hess e Petrobras. Apesar da possibilidade de se configurar um fracasso, a ponto de levantar a questão da certeza do sucesso nas águas profundas do pré-sal, os poços da empresa norte-americana se localizam perto de grandes descobertas da Petrobras – como Carioca e Guará – o que pode ser um alento para a Exxon. “Estes reservatórios estão associados às incertezas da sua existência e da estrutura armazenadora de óleo e/ou gás, ao seu tamanho e sua complexidade. Existem, também, as incertezas relacionadas à aquisição dos dados de geologia, geofísica e engenharia e as condições operacionais do campo”, explica Alice Souza, professora da área de Engenharia de Reservatórios da Estácio de Sá, ao Nicomex Notícias.

Segundo Alice, no caso da Exxon Mobil, a empresa gerou despesas com poços, que não eram comercialmente viáveis, nas condições de operação das camadas do pré-sal. Para ilustrar essa equação comercial, ela ressalta que a Petrobras, mesmo que com participação mínima, para viabilizar a exploração de um reservatório e decidir implementar ou não o projeto de produção, toma como fator decisivo a quantidade e a qualidade dos fluidos a ser extraída.

De acordo com o plano de avaliação do bloco previa a perfuração inicial de quatro poços. Destes, três já foram concluídos. O último deles foi o Sabiá-1. Os dois anteriores também foram reconhecidos como despesa. “O risco financeiro do pré-sal está associado ao alto custo da perfuração em grandes profundidades nos reservatórios de rochas carbonáticas, com uma condição geológica de poço muito diferente dos arenitos conhecidos”, diz a professora da Estácio.

Características especiais

Alice explica que as empresas devem levar em consideração que as condições de exploração no pré-sal são bastante distintas das já conhecidas. Trata-se de um conjunto de características exploratórias diferenciado, tais como a profundidade, a camada de sal a ser atravessada, as condições geológicas do poço, o alto grau de heterogeneidade do carbonato, além do alto custo da perfuração e a logística das operações. Entretanto, há um contraponto às adversidades: “A tecnologia desenvolvida superou os obstáculos enfrentados, iniciando uma nova etapa de superação de desafios na exploração de petróleo”, afirma ela.


Fonte: http://www.nicomexnoticias.com.br/

A procura por combustíveis fósseis


Embora os combustíveis fósseis só tenham se tornado a força motora da civilização humana nos dois últimos séculos, o petróleo e o gás natural já vinham sendo encontrados na superfície da Terra há milhões de anos. Os conquistadores espanhóis viram petróleo subindo à superfície do Golfo do México no século 16, e os chineses já escavavam à sua procura no ano 347. Para localizar indícios ainda mais antigos, não é preciso olhar mais longe que os animais pré-históricos que tiveram o azar de serem consumidos pelos poços de piche existentes em alguns lugares do planeta.

No entanto, a maior parte do petróleo do planeta está aprisionada entre os 150 e os 7.500 metros, sob terra e rochas. Todo esse petróleo começou em forma de pequenas plantas e animais chamados plâncton, que morreram nos mares da antiguidade, entre 10 milhões e 600 milhões de anos atrás. Essa matéria em decomposição se acumulou no piso do oceano e, com o tempo, ficou recoberta de areia e lama. No ambiente sem oxigênio, aconteceu um processo semelhante a um cozimento lento. Milhões de anos de calor e de pressão acabaram transformando a matéria orgânica em vastos depósitos de petróleo sólido, líquido e gasoso, aprisionado em armadilhas sob camadas espessas de rocha. O petróleo líquido é conhecido como petróleo e o gasoso como gás natural. O petróleo sólido surge em depósitos na forma de xisto betuminoso ou areia betuminosa.

Seria desnecessário dizer que esses depósitos de combustível não começam a borbulhar na superfície sempre que se acerta um tiro de espingarda no chão, como se vê no filme "A família Buscapé". Os geólogos estudam traços de superfície e mapas via satélite, e chegam a usar um aparelho conhecido como gravímetro, que detecta sutis variações da gravidade capazes de indicar a presença de um fluxo subterrâneo de petróleo. Nem todas essas opções são especialmente viáveis, porém, se o terreno que estiver sendo prospectado se localiza milhares de metros abaixo das ferozes ondas do mar isso pode ser possível.

Quando buscam combustíveis fósseis no mar, os geólogos petroleiros empregam equipamento de busca especial que detecta traços de gás natural na água marinha. Mas como esse método só ajuda a localizar depósitos que vazam, as grandes empresas petroleiras dependem de dois outros métodos para localizar as armadilhas.

Quando próximas à superfície, certas rochas afetam o campo magnético da Terra. Usando equipamento de levantamento magnético, um navio pode passar sobre uma área e mapear as anomalias magnéticas que venha a encontrar. Essas leituras ajudam geólogos a localizar sinais indicadores de armadilhas submarinas.

Os pesquisadores também podem detectar possíveis armadilhas por meio de sensores sísmicos. O método, conhecido como sparking, envolve o envio de ondas de choque pela água e para o piso do oceano. O som viaja em velocidades diferentes através de tipos diferentes de rochas. Caso a onda de choque localize mudança nas camadas rochosas, ela retorna e é captada por hidrofones que o navio de pesquisa arrasta pela água em sua esteira. Com a ajuda de computadores, os sismologistas podem analisar a informação e localizar possíveis armadilhas.

Os navios de pesquisa utilizam canhões de ar comprimido e explosivos para causar as ondas de choque. Entre os dois métodos, os canhões causam menos ameaças à fauna marinha, mas até mesmo a poluição acústica representa ameaça para animais com senso sísmico tão agudo quanto a baleia azul, uma espécie em risco.

O que acontece depois que uma equipe detecta depósitos de petróleo submarinos? Bem, é hora de marcar as coordenadas no GPS, deixar uma bóia sinalizadora e obter licença do governo para prospecção exploratória que permita avaliação.

Fonte: http://www.nicomexnoticias.com.br/