BRUXELAS (Reuters) - Algumas empresas de Internet estão praticando abusos com relação aos dados pessoais dos consumidores e não se pode permitir que isso continue. Este é o alerta que uma importante funcionária da União Europeia fará ao setor na terça-feira.
A comissária de Assuntos do Consumidor, Meglena Kuneva, em discurso cujo texto foi obtido com antecedência pela Reuters, ameaçará intervenção da União Europeia para estabelecer normas mais duras sobre a coleta, análise e compartilhamento de dados de usuários por serviços de busca e provedores de acesso.
"A atual situação com respeito à privacidade, a práticas de identificação e a direcionamento de mensagens não é satisfatória. Os direitos básicos dos consumidores em termos de transparência, controle e risco estão sendo violados, e isso não pode continuar", ela dirá no discurso.
Os gigantes das buscas na Internet e os provedores de acesso estão sofrendo pressão das autoridades europeias de proteção de dados para que façam mais a fim de proteger a privacidade dos usuários de Internet.
Empresas como Google, Yahoo e Microsoft anunciaram medidas de proteção aos dados dos usuários, reduziram o período durante o qual armazenam dados pessoais recolhidos com base em hábitos de navegação, e permitem que os usuários optem não receber mensagens publicitárias.
A publicidade na Internet cresceu rapidamente nos últimos anos, e as marcas esperam desenvolvê-la ainda mais, fornecendo aos consumidores anúncios mais relevantes com base em seus hábitos de navegação.
Bill Echikson, porta-voz do Google, que recentemente lançou um serviço de publicidade direcionada de acordo com os interesses dos consumidores, disse que o gigante das buscas estava agindo para proteger os dados dos usuários e para permitir que optassem por não receber publicidade dirigida.
No entanto, Kuneva declara que medidas como essas não são suficientes.
"Os atuais sistemas que permitem optar por não receber publicidade são muitas vezes difíceis de encontrar, complicados e desajeitados e, acima de tudo, são instáveis", afirmou ela, acrescentando que "evitar rastreamento é, no momento, tecnicamente difícil, se não impossível".
(Reportagem de Bate Felix)
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