Bill Gates doa US$ 28 milhões para combater fungo
Cientistas confirmaram a existência de um novo tipo de praga virtual, que não é vírus nem cavalo de Troia. Pesquisadores de ciência da computação dos EUA estão chamando a descoberta de “fungo de computador”. O descobridor foi Antonio de Marco, professor adjunto da Universidade da Califórnia do Oeste.
De Marco explicou à revista New Science como o fungo digital ataca. De uma maneira análoga aos fungos, mofos e bolores que atacam as fotos em filme e fitas cassete do século passado, o fungo virtual degrada os arquivos de imagem, som e vídeo armazenados nos computadores. “O problema acontece até com arquivos de backup que nunca são acessados”, alerta de Marco. Os cientistas apuraram uma perda média de qualidade de 7% por ano para imagens JPEG , 15% para TIFF e 4% para MP3. Outros arquivos atingidos são os vídeos QuickTime, com 14%, seguidos dos AVI , com 9%.
Arjun Radhakrishnan, doutor de Estudos Aplicados da Computação em Stanford, explicou ao site IT Wire que o fungo virtual não tinha sido detectado até agora porque seus efeitos são graduais e insidiosos. “O usuário típico de PC nunca pensa sobre isso, porque a perda de desempenho do próprio sistema operacional é considerada trivial.” Segundo ele, as pessoas acham compreensível que a música pirateada do Napster em 2000 soe mais abafada com o tempo, assim como as imagens pornôs baixadas da Web fiquem menores e mais sujas. Arquivos de Photoshop abrem com as cores inexplicavelmente erradas, escurecem e desbotam. Vídeos abrem em janelas minúsculas. Até textos podem se deteriorar, tendo os caracteres acentuados trocados.
Tudo isso seria uma variedade de sintomas do fungo digital. Os efeitos são visíveis ao se comparar uma foto digital com a cópia em papel de quando ela era nova. “Houve uma degradação progressiva de quase todos esses materiais, e muitos poderão não resistir em forma aproveitável até a próxima década”, alerta Radhakrishnan.
A transmissão do mal não parece ser causada por hackers. Fatores ambientais podem estar envolvidos. A chance é maior em casas com mais de um computador pessoal por cômodo. O uso de telefones celulares ou a presença de televisores de plasma e ar condicionado também podem ser fatores de risco.
Enquanto não surge uma solução comercial em software, a recomendação dos pesquisadores é fazer cópias diárias de seus arquivos e guardá-los em mídias mais antigas e duráveis, como CD-R ou disquete; transcrever os vídeos ripados de DVD para VHS ; enviar todas as fotografias para o laboratório para serem copiadas em papel. “É a única maneira garantida de assegurar maior longevidade para os seus dados digitais”, afirma de Marco.
Hoje, o Instituto Bill e Melinda Gates anunciou a doação de US$ 28,6 milhões para o combate ao fungo.
Fonte: www.geek.com.br
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