Petroleiros protestam contra a suspensão de benefício adicional de hora extra para novos contratados.
Trabalhadores do setor de petróleo começaram uma greve de 24 horas no início desta quinta-feira em 39 plataformas para protestar contra a redução de compensações de horas extras pela Petrobras, disseram os sindicatos dos funcionários do setor. Na quarta-feira, a categoria afirmava que a greve atingiria 33 plataformas. Atualmente, a Petrobras tem 46 plataformas ativas na Bacia de Campos, a mais importante em volume bombeado no país. Um representante da estatal disse que, apesar da paralisação, não haveria interrupção na produção de petróleo e gás.
O Sindicato dos Petroleiros do Norte Fluminense, que representa os trabalhadores da Bacia de Campos, disse que a greve, que começou pouco antes da 3 horas da manhã, chegou a interromper a produção das plataformas P-07 e P-15. O sindicato disse que as duas unidades foram desativadas pela gerência. Juntas, as duas plataformas produzem em média 12.300 barris de petróleo por dia, segundo a entidade. As outras 37 plataformas em Campos estariam produzindo, apesar da greve. Em geral, os trabalhadores mantêm uma equipe mínima para garantir a segurança das operações.
A categoria protesta contra decisão da Petrobras de suspender o pagamento adicional por horas extras no repouso, segundo o sindicato. “Os trabalhadores embarcados recebiam como se estivessem em terra. Esse cálculo por mais de 10 anos estava sendo feito errado”, disse o diretor da Federação Única dos Petroleiros, Francisco José de Oliveira, explicando que a empresa deixou de pagar uma correção desta diferença.
Cerca de 4.500 funcionários trabalham embarcados em Campos. Em dezembro de 2011, o Tribunal Superior do Trabalho (TST) emitiu decisão favorável aos funcionários embarcados para que recebessem um valor superior em horas extras. O pagamento começou a ser feito em abril de 2012. Este mês, a estatal conseguiu uma liminar junto ao TST que prevê que novos funcionários não sejam incluídos neste benefício.
A Petrobras afirmou que está aberta para o diálogo com os sindicatos mas não informou se havia negociações ativas sobre a compensação de horas extras. Em greves similares, de duração curta, no passado, a Petrobras conseguiu manter a produção em suas plataformas.
Em maio, a Bacia de Campos produziu 82% da produção total do Brasil, de 1,99 milhão de barris de petróleo por dia e 37% da produção nacional de gás natural, de 74,9 milhões de metros cúbicos por dia. Cerca de 90% da produção brasileira é realizada pela Petrobras.
Fonte: Veja (Com Reuters)
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