quinta-feira, abril 18, 2013

Primeiro leilão do pré-sal pode elevar reservas em quase 70%

RIO DE JANEIRO – A ANP (Agência Nacional do Petróleo, Gás Natural e Biocombustíveis) já selecionou as áreas potenciais para o primeiro leilão do pré-sal, previsto para dezembro deste ano, que podem adicionar 10 bilhões de barris de petróleo às atuais reservas do Brasil, de 14,5 bilhões de barris. Ou seja, adicionar quase 70% à reserva atual.

Somente um dos campos, Libra, que possui reservas recuperáveis entre 4 e 5 bilhões de petróleo, representa um terço das reservas brasileiras, informou hoje a diretora-geral da ANP, Magda Chambriard.

A agência já tem submetido ao CNPE (Conselho Nacional de Política Energética) um leque de áreas que somam um potencial de reservas “in situ” de 40 bilhões de barris de petróleo, ou seja, que possuem petróleo dentro do reservatório.

Segundo Magda, o potencial dessas reservas é conter 10 bilhões de barris de petróleo recuperáveis. Ela observou, no entanto, que acha um exagero colocar todas essas reservas de uma vez em leilão, mas explicou que a palavra final será do CNPE.

“Não lembro de país nenhum que tenha realizado uma oferta dessas”, afirmou. “Eu particularmente acho muita coisa, estou recomendando essas áreas mas não acho que devam ser todas, é tudo o que o Brasil conseguiu nos últimos 50 anos”, disse.

Em 60 anos de atividade, a Petrobras foi praticamente responsável sozinha por todas as reservas provadas conhecidas no Brasil, já que exerceu o monopólio do setor até 1997.

Entre os campos que serão licitados no 1º leilão do pré-sal provavelmente estará o de Libra, descoberto pela ANP, e que tem reservas de 18 bilhões de barris de óleo equivalente “in situ”, o que teria um potencial entre 4 e 5 bilhões de barris de reservas recuperáveis, de acordo com a executiva.

As regras para o leilão serão conhecidas pelo mercado entre maio e junho, disse Magda.

Leilão bianual

Magda informou também que os leilões de áreas do pré-sal devem ser bianuais devido ao grande volume que deve ser ofertado neste ano.

HRT

Magda discordou da decisão da Comissão Especial de Licitação de habilitar a HRT como operadora classe A para o leilão de áreas de petróleo que será realizado em maio. A operadora classe A pode concorrer por todos os blocos ofertados, inclusive em áreas profundas no mar. A Comissão Especial de Licitação é formada por membros da ANP e de universidades.

Segundo Magda, a experiência de exploração no mar da HRT é insuficiente. A empresa produz gás em terra no Brasil, mas perfurou o seu primeiro poço em águas profundas na Namíbia apenas no mês passado.

“Estou questionando a minha área de segurança operacional para saber se perfurar meio poço é ou não considerado experiência. Eu tenho que me resguardar”, disse a executiva após almoço com empresários no Rio. Segundo Magda, o poço da HRT na Namíbia ainda não estaria finalizado.

Após ser qualificada, a HRT comemorou o fato e divulgou nota ao mercado, afirmando que a habilitação é um reconhecimento à sua “expertise, conhecimento e experiência comprovada”.

Fonte: Folha Press

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