Dando início à segunda etapa do Seminário "O Nordeste e o Pré-sal", a economista e diretora da Ceplan Consultoria, Tânia Bacelar, discute os desafios para o futuro do Nordeste, em especial no que diz respeito ao desenvolvimento social, levando-se em conta o potencial de geração de emprego e renda no setor de petróleo e gás. "Uma setor deve chegar ao fim com a nova era, das matrizes energéticas renováveis, que o futuro exige", alerta, destacando que cerca de 43% da geração de energia brasileira já é renovável, quase o mesmo que os 46% do petróleo e gás. "Somos pioneiros e estamos muito à frente do resto do mundo, o que representa uma oportunidade de despontarmos agora e também na próxima ′era`", afirma. Confira hotsite Segundo Tânia Bacelar, mais vale a máxima de que o pré-sal representa o marco inicial da guinada de todo o processo de industrialização nacional. "Ele será um dos dinamizadores da continuidade do projeto traçado para o país ainda no século XX e se apresenta como uma oportunidade muito maior do que apenas a extração de petróleo", afirma. No que diz respeito à geração de empregos, as indústrias de produção de ferro, aço, elétrica, mecânica e navipeças compõe os principais geradores de empregos, de forma direta e indireta, no contexto de investimento na realidade prometida pelo pré-sal. Quanto ao crescimento que as indústrias já estão trazendo de impacto ao Nordeste, é possível afirmar que a participação da região na produção de derivados ainda é tímida, representando 15,9% de tudo que é fabricado no país, realidade na qual se destaca o Rio Grande do norte, onde o setor cresce acima dos 14% anuais. "O contraponto acaba ficando pela participação do royalties do petróleo, em que os estados nordestinos vêm perdendo participação, hoje, restrita a 8,9%", explica,. No entanto, quanto à geração de empregos, o Nordeste, em especial Pernambuco, se apresenta como um divisor de águas. Já responsável por relação direta ou indireta de 4,5% dos novos empregos gerados nos últimos anos na região, o setor de extração e refino de petróleo aproveita o crescimento da região para trazer prosperidade econômica e, também, certa independência financeira de milhares de cidadãos empregados. "O Nordeste representa por 21,8% dos empregos formais do país, frente os 53,5% do Sudeste", afirmou Bacelar. Vale levar em consideração que o potencial econômico e a concentração populacional acaba influenciando bastante nos números. "No setor, não estamos distantes de nenhuma estrutura em outras áreas do país, o que deve favorecer o desenvolvimento", explica. Por fim, Bacelar alerta para o número de empregos do eletrometalmecânico do país, cuja concentração é de quase dois terços na região Sudeste. o Nordeste, por outro lado, concentra apenas 5%. "São esses setores que serão acionados pela grande máquina no que diz respeito ao petróleo", argumenta, destacando a necessidade da região em ampliar a presença no refino, capacitando as empresas locais a atuar como fornecedores na cadeia e atraindo ainda mais empresas internacionais para atuar como fornecedoras e transformadoras, principal objetivo do projeto Suape Global. "Além disso, temos que investir maciçamente na qualificação de mão de obra, não apenas com engenheiros, mas também nos níveis intermediários. E não apenas Pernambuco, que já despertou para isso, mas todo o Nordeste", conclui. Fonte: http://www.diariodepernambuco.com.br/
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