Preço alto cobrado por fornecedores instalados no Brasil leva estatal a cancelar leilão e discutir a importação de equipamentos da China RIO - A licitação de até quatro sondas de perfuração que a Petrobrás pretendia afretar ao custo máximo de US$ 500 mil por dia foi suspensa pela estatal, quatro meses após o lançamento da concorrência. O motivo foi o preço apresentado pelos candidatos, considerado abusivo. Segundo fontes ouvidas pela Agência Estado, as propostas iam de US$ 639 mil a US$ 740 mil. O cancelamento, comunicado ontem aos concorrentes - Etesco, Queiroz Galvão, Petroserv e Saipem - criou um impasse político para a Petrobrás. A ideia inicial era que os equipamentos, com capacidade para perfurar a profundidades de até 3 mil metros, fossem construídos no Brasil e depois tivessem contratos de locação com a petroleira. Nesses casos, o afretamento é de longo prazo, entre 20 e 30 anos, já que o equipamento é usado em diferentes áreas de exploração de petróleo. Algumas vezes, o contrato de afretamento é semelhante ao de um leasing, com opção de compra. Procurada pela Agência Estado, a Petrobrás não se pronunciou. Fontes informaram que a desistência dividiu diretores entre os que consideram a possibilidade de uma nova negociação e os que preferem buscar alternativas no exterior. O diretor de Exploração e Produção, Guilherme Estrella, um dos defensores mais ferrenhos da nacionalização, revoltado com os preços inflacionados, teria defendido a contratação de equipamentos chineses já construídos. O pacote, que visava a contratação de até quatro sondas (uma por concorrente), havia sido lançado paralelamente à megalicitação de 28 unidades, em valor estimado entre US$ 20 bilhões e US$ 25 bilhões, anunciado no ano passado. Essa licitação foi subdividida em quatro lotes e apenas um deles foi contratado até agora, com o Estaleiro Atlântico Sul, de Pernambuco, que construirá sete unidades no valor total US$ 4,64 bilhões ou US$ 664,2 milhões por unidade. Uma terceira licitação, também realizada simultaneamente ao programa de 28 sondas, foi cancelada em fevereiro, por causa dos preços elevados. A diferença entre as três concorrências é o formato do contrato e o prazo de entrega. Enquanto o pacote de 28 sondas previa a aquisição das unidades e entrega até 2017, as outras duas teriam prazos mais curtos, de 2012 até 2013. Uma das alternativas que estão sendo discutidas na Petrobrás é a de repassar à Sete Brasil - empresa que a estatal criou em parceria com fundos de pensão e na qual tem participação acionária de apenas 10% - a responsabilidade pela contratação da sonda. A empresa, de origem privada, compraria os equipamentos e os afretaria à Petrobrás, numa operação casada. Essa estratégia, porém, não afastaria o dilema da Petrobrás, imprensada entre a política de governo de fomentar a indústria local, por meio da cadeia de fornecedores do setor, e a redução de custos de seu pesado programa de investimentos. Fonte: http://economia.estadao.com.br/
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