quarta-feira, abril 20, 2011

A escola técnica exige uma postura diferente do estudante. É outro estímulo

Além disso, há outro velho gargalo que pode complicar, e muito, a concretização do plano: a falta de professores qualificados. Conforme os dados da Câmara de Educação Básica, que faz parte do Conselho Nacional de Educação (CNE), o Brasil teria de formar pelo menos 300 mil professores só para atender à demanda já existente no ensino técnico profissionalizante. Os cursos mais desassistidos são, justamente, os que fornecem mão de obra para os setores mais aquecidos da economia brasileira, tais como o de petróleo e gás, mecânica naval e mecatrônica. E tudo leva a crer que vai demorar para que esse gap deixe de existir. Pelos dados da Cãmara de Educação Básica, as universidades praticamente não formam professores para o ensino técnico nessas áreas. Os únicos disponíveis são os próprios egressos das escolas profissionalizantes e do Sistema S. Finalmente, há as dificuldades crônicas de investimento em educação. Para integrar o ensino médio com o profissionalizante, o governo precisaria aplicar pelo menos R$ 21 bilhões, conforme os cálculos da CNE. O valor pode mais do que dobrar caso o governo dê ênfase à criação de vagas nas áreas mais estratégicas, como a de petróleo e gás. Em média, um aluno no ensino profissionalizante custa aos cofres públicos cerca de R$ 3 mil por ano em cursos básicos, como os de secretariado. Para cursos mais avançados, como os de mecatrônica, a conta pode chegar a R$ 7 mil por ano. Para superar esse desafio, o governo cogita criar um sistema de bolsas nos mesmos moldes do ProUni, de tal forma que as vagas do ensino público possam ser alocadas em instituições privadas. Outra alternativa é buscar meios mais baratos, tais como a educação a distância. “O governo precisará formar educadores para viabilizar essa empreitada de forma rápida e eficaz. A educação a distância talvez seja uma excelente solução para vencer esta barreira”, diz Pedro Paulo Carbone, diretor executivo da Faculdade Ibmec Brasília e mestre em Administração pela Fundação Getúlio Vargas (FGV). Alternativas Em Minas Gerais, a Secretaria de Educação adotou uma solução semelhante à do ProUni para expandir as vagas no ensino profissionalizante. Os resultados foram animadores. Por meio do Programa de Educação Profissional, o governo mineiro abriu uma licitação para remunerar as escolas particulares no atendimento de estudantes da rede pública. Cada aluno custa, em média, R$ 4 mil por ano. Desde que foi lançado, em 2008, o “PEP, como é chamado, já absorveu investimentos de R$ 440 milhões. Hoje, beneficia 133 mil estudantes – todos com dedicação em dois turnos. “Procuramos justamente instituições que já possuem know-how no setor, pois sabemos da dificuldade envolvendo a formação de professores. Os resultados estão sendo bastante animadores”, conta Raquel de Souza Santos, subsecretária de Desenvolvimento da Educação Básica de Minas Gerais. Antes do início do programa, diz ela, a rede pública mineira oferecia apenas 6 mil vagas. A iniciativa pode ganhar adesões em breve. O governo de Minas Gerais já recebeu visitas de representantes das Secretarias de Educação de seteEstados, incluindo-se aí os três que compõem a região sul. De acordo com Sérgio Roberto Arruda, diretor do Senai-SC, as 36 unidades da instituição espalhadas por todo o Estado poderão ser utilizadas como molas propulsoras para um programa semelhante em Santa Catarina. “Há um grande interesse de unir o ensino formal ao profissional aqui”, destaca ele. Fonte: http://www.amanha.com.br/

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