Os dois países têm uma longa tradição de negócios, mas andaram se estranhando; com a visita de Obama, namoro pode voltar a esquentar
Agora, com a visita de Obama, o namoro pode voltar a esquentar. A exploração de petróleo na costa brasileira com certeza vai ser assunto de muitas conversas.
O petróleo extraído aqui já faz rodar os carros americanos, mas os Estados Unidos precisam de mais e não querem continuar dependentes dos países árabes. Por isso, estão de olho no nosso pré-sal, o petróleo que fica nas profundezas do oceano Atlântico.
“O Brasil é um país seguro, estável, vizinho, não tem guerra. Não tem riscos que corre o fornecimento do Oriente Médio”, diz Rubens Barbosa, presidente do Conselho de Comércio Exterior / Fiesp.
“Uma vez tomada a decisão política de comprar petróleo do Brasil no longo prazo, o governo norte americano vai articular junto às petroleiras norte americanas formas de financiamento para investir no petróleo brasileiro ao longo dos próximos anos”, explica o economista Fábio Silveira.
Mas o governo brasileiro também gostaria de ver os veículos americanos rodando com nossos biocombustíveis, como o etanol.
“Conversas sobre desenvolvimentos de biocombustíveis para aviação que é uma área pioneira de inovação tecnológica”, conta Antonio Patriota, ministro das Relações Exteriores.
Além do nosso petróleo, os Estados Unidos compram ferro, café, calçados, entre outros. Nós compramos deles motores e turbinas de avião, remédios, fertilizantes e máquinas de todo tipo. Como eles nos vendem em maior quantidade e também produtos industrializados, que são mais caros, o saldo é positivo para o lado de lá. Em 2010, os EUA exportaram para o Brasil 27 bilhões, enquanto o Brasil exportou 19 bilhões.
“Infelizmente acabou-se gerando esse quadro de déficit comercial com os Estados Unidos. É uma característica que, dos países importantes, só o Brasil tem. Não houve um esforço legítimo de se buscar o mais importante mercado do mundo para todos os produtos e serviços, que é o que fazem todos os países importantes”, relata Christian Lohbauer, presidente da Associação Nacional dos Fabricantes de Sucos.
O que deve ser observado nesse momento é a atitude do governo brasileiro, que mostra uma maior preocupação, uma maior aproximação com a Casa Branca.
É um jogo de sedução: os Estados Unidos desejam nosso petróleo. Em troca, os empresários brasileiros, esperam que eles também façam alguns agrados. Querem o fim das barreiras que dificultam a exportação de algodão, suco de laranja, carne e frango do Brasil.
“O ideal é que a relação entre os países fosse uma relação de ganha-ganha e não só de disputas. Claro que os americanos têm que mudar muito de suas políticas que distorcem o comércio”, mostra André Nassar, do Instituto de Estudo do Comércio e Negociações Internacionais.
Fonte: http://gazetaweb.globo.com/
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