quarta-feira, março 16, 2011

Japão também pode sofrer com falta de combustível


Seis refinarias, que respondem por um quarto da produção interna, interromperam trabalhos

Ao menos seis refinarias foram fechadas nesta segunda-feira (14) após um terremoto de 8,9 graus na escala Richter devastar parte do Japão, na sexta-feira (11), e causar tsunamis que varreram várias cidades do litoral. Elas são responsáveis por jogar um quarto dos derivados de petróleo no mercado, ou algo em torno de 1,4 milhão de barris por dia. Isso significa que os combustíveis podem ficar mais escassos nos postos japoneses.

As refinarias que pararam de funcionar ficam no nordeste do país, a área mais afetada pelos abalos e pelos tsunamis.

Um incêndio na sexta-feira fechou as refinarias Sendai, da JX Holdings, com capacidade de processamento de 145 mil barris por dia, e Chiba, da Cosmo Oil, com capacidade de 220 mil barris por dia.

Os representantes da JX Holdings não foram encontrados para confirmar o tamanho dos danos na refinaria Sendai. Na sexta-feira, a empresa informou que houve um incêndio no tanque de GLP (gás liquefeito de petróleo) no complexo.

Um documento listou as empresas que diminuíram sua produção, mas a lista não esclarece se algumas delas pararam somente por precaução.

Falta de energia

Mas não é só de combustível que os japoneses sentem falta. A situação do mercado é agravada pela falta de energia. Os apagões são o principal perigo em um país em reconstrução, sobretudo porque derruba a produção das empresas. Quem explica a situação é Michala Marcussen, chefe de economia global do Société Generale.

- Quando falamos de desastres naturais, tendemos a ver uma queda inicial acentuada da produção. Inicialmente, todos subestimam o prejuízo. A energia é um fator crucial. Se a produção de energia for prejudicada de forma permanente, então poderá haver um impacto duradouro sobre a economia.

A Tokyo Electric Power anunciou no domingo que poderá realizar racionamento de energia com blecautes até o inverno. O racionamento de energia começou nesta segunda para empresas e residências, no momento em que o país enfrenta sua pior crise desde a Segunda Guerra Mundial.

Alimentos também já faltam nas principais cidades. Na capital Tóquio, moradores enfrentavam filas para comprar comida. Algumas prateleiras de lojas estavam vazias.

Prejuízo bilionário

A consultoria internacional Eqecat, citada pela rede de TV americana CNN, estimou que as perdas no país asiático podem chegar a R$ 166 bilhões (US$ 100 bilhões), incluindo R$ 33,2 bilhões (US$ 20 bilhões) em danos a residências e R$ 66,4 bilhões (US$ 40 bilhões) em danos à infraestrutura japonesa, como rodovias, ferrovias e portos.

Os valores foram convertidos de dólar para real a partir do valor da moeda americana nesta segunda (US$ 1 valendo R$ 1,66). Em ienes, o prejuízo é estimado entre 14 trilhões e 15 trilhões. Ainda assim, esses números são preliminares e podem aumentar mais daqui pra frente.

Prevendo o temor dos investidores internacionais em um momento já delicado da economia local, severamente afetada pela crise econômica internacional, o Banco Central do Japão anunciou nesta segunda-feira planos de injetar o valor recorde de R$ 303 bilhões (US$ 183 bilhões) no mercado. Outros R$ 101 bilhões (US$ 61 bilhões) serão usados como garantia para fundos de risco.

Fonte: http://noticias.r7.com/

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